11 de fevereiro de 2013

3. NÃO TOMARÁS O NOME DO SENHOR TEU DEUS EM VÃO

 

A TERCEIRA LEI DIVINA para a nossa vida é: "Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão." (Êxo. 20:7).
A primeira lei determina que Deus esteja em primeiro lugar; a segunda, que se tenha a imagem correta dele; a terceira, que se pense nele da maneira correta. Cada pessoa é o que ela pensa.
O poeta americano Hawthorne conta a história de um menino de nome Ernest, que gostava de contemplar um imenso rosto de pedra na encosta de uma montanha. A face tinha uma expressão de grande força, bondade e honradez, que fazia vibrar o coração do garoto. Havia uma lenda que dizia que, no futuro, surgiria naquele lugar um homem que se pareceria muito com o rosto de pedra. Durante a sua infância, e mesmo depois de adulto, Ernest frequentemente fitava aquela figura, aguardando o aparecimento do homem que seria semelhante à imagem.
Certo dia, quando o povo da localidade estava a conversar a respeito da lenda, alguém de repente exclamou: "Olhem! Vejam só! Ernest é o homem que se parece com o grande rosto de pedra!" Era verdade. Ele se tornara na imagem que ocupava os seus pensamentos.
Os desejos secretos do nosso coração, mais cedo ou mais tarde, transparecem na nossa fisionomia.
Certa vez, alguém queria apresentar determinada pessoa ao presidente Lincoln.
"Não quero vê-lo", disse o presidente.
E o amigo protestou: "Mas o senhor nem o conhece." Ao que Lincoln respondeu: "Não gosto da sua fisionomia."
"Ninguém é responsável pela aparência do seu rosto", disse o outro.
"Todo adulto é responsável pelas suas feições", insistiu o presidente.
E ele tinha razão. Ele próprio era um exemplo disso. Embora os seus traços fossem grosseiros, qualquer um podia ver no seu rosto evidências da simpatia e honestidade que fizeram dele o maior americano de todos os tempos.
Alguns psicólogos já provaram, através de estudos cuidadosos, que os pensamentos de cada pessoa transparecem no seu semblante. Já notei que os casais mais idosos que vivem harmoniosamente, começam a  parecer-se um com o outro. Por causa da união, das experiências em comum, da identificação de pensamento, eles acabam por parecer-se um com o outro.
Ralph Waldo Emerson, um dos principais filósofos americanos, disse: "O homem é aquilo em que ele pensa constantemente." E ele não foi o primeiro a declarar isto, pois Marco Aurélio, o maior pensador da Roma antiga, disse: "A nossa vida é aquilo que os nossos pensamentos a tornam." Antes dele, porém, os sábios da Bíblia diziam: "Porque, como imagina em sua alma, assim ele é." (Prov. 23:7.)
Certo técnico desportivo estava muito preocupado, porque um dos seus comandados era um atleta de grande potencial, mas não estava a ter um rendimento à altura. Resolveu então ter uma conversa com o rapaz no seu quarto. Quando ali entrou, viu vários quadros com figuras imorais e lascivas. Realmente, era impossível ele conseguir uma boa performance nos desportos, depois de entulhar a mente com obscenidades.
O terceiro mandamento ordena que alimentemos a nossa mente com conceitos elevados àcerca de Deus, que nos inspirem e nos levem a reverenciá-lÓ. O apóstolo Paulo  diz: "Tudo o que é verdadeiro... respeitável... justo... puro... amável... tudo o que é de boa fama seja isso que ocupe o vosso pensamento." (Fil. 4:8.) Estes elementos são atributos divinos. Pensar em Deus edifica, nos eleva, e nos torna mais semelhantes a Ele.
Existem três modos de profanarmos o nome de Deus:
1) Primeiro: Através da nossa linguagem. Nós temos hoje várias manias, mas a mais comum é a mania de praguejar. É impressionante como a linguagem atual está crivada de abusos. Eu gostaria de poder ler muitos dos romances modernos, mas não o faço porque trazem uma linguagem baixa e irreverente, e não desejo que isso ocupe o meu pensamento.
A palavra diabo, por exemplo, tem sido usada e abusada. Diz-se: "Foi uma correria dos diabos!", etc.
Certo homem foi visitar um pastor outro dia, e ele usou a palavra no contexto certo. Disse ele: "Pastor, estou numa situação dos diabos" e ele estava. O diabo é de origem ímpia, e não devemos encher a nossa mente com ele nem com conceitos a seu respeito, pois isto degrada a nossa alma. A palavra "profano" vem do latim profanus; pro significa "diante, perante", e fanum, "templo". Um termo profano, portanto, é o que não se usa num templo, o que não deixa de ser uma boa maneira de nortear a nossa linguagem.
2) O 2º modo de tomarmos o nome de Deus em vão é: Não temer Deus. Nós todos admitimos a existência de Deus, mas a nossa fé é simplesmente "de boca ". Jesus disse certa vez: "Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica..." (Mat. 7:24). Falar a respeito de Deus, e não viver segundo ele, é uma profanação pior do que a prática da linguagem obscena. A fé que não opera uma transformação radical na vida de quem a possui é pura hipocrisia e engano.
Como disse Elton Trueblood: "Uma fé vazia e sem significado pode ser pior que uma total falta de fé."
3) Outro modo pelo qual tomamos o nome de Deus em vão é nos recusando a ter comunhão com ele ou receber seu auxílio. Se eu digo que certo homem é meu amigo, mas nunca tenho qualquer contato com ele, nem peço sua ajuda, quando dela necessito, então estou sendo falso ao chamá-lo "amigo".
Se eu acredito na capacidade de um certo mecânico, então quando o meu carro apresentar um defeito qualquer, deverei levá-lo para ele. Se acredito na competência de um determinado médico, logicamente recorrerei a ele, quando estiver doente.
Entretanto, quando Adão e Eva pecaram, fugiram e se esconderam de Deus. Desde então, seus descendentes vêm fazendo o mesmo.
A mancha do pecado é uma realidade em nossa vida. Só existe uma pessoa que pode perdoar o pecado e, se nós deixarmos de orar, se fecharmos a Bíblia, se voltarmos as costas ao seu altar, estaremos cometendo a pior profanação possível.
Quando eu era garoto, certa vez, vi um caminhão de refrigerantes estacionado numa rua, e aparentemente não havia ninguém a vigiá-lo. Peguei uma garrafa, enfiei-a no bolso, e sai. Logo que dobrei a esquina, abri-a. Foi então que o motorista surgiu e exigiu pagamento; mas eu não dispunha nem de um centavo. Então ele lhe disse rispidamente: "Arranje o dinheiro em 30 minutos, senão eu o ponho na cadeia."
Corri para casa e contei a meu pai o que fizera. Ele não me censurou, nem me humilhou. A minha falta em si já se encarregara disto. Ele me deu uma moeda de cinco centavos, dizendo: "Vá lá e pague o homem."
Isto é uma ilustração de como Deus age. Nós erramos, e nossa consciência nos condena a um inferno terrível do qual não podemos escapar. Depois nos lembramos de que "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça". (1 Jo1.9.) Então, humildemente, nós nos prostramos diante dEle, e recebemos o Seu perdão. Passamos então a viver para ele e de acordo com seus preceitos. Tal fé não é vã.