28 de maio de 2010

A DIVINDADE DO FILHO

"Que pensais vós do Cristo? de quem é filho?" (Mt 22:42)
"Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mt 16:15)
Vimos no estudo anterior que a vinda de Jesus Cristo nada teve de casual, e nem mesmo de inesperada. Ele veio na plenitude dos tempos, e sua missão já estava completamente elaborada antes da fundação do mundo. Muitos aspectos de sua primeira vinda já tinham sido profetizados por muitas pessoas, desde a queda de Adão.
A Bíblia afirma claramente que Jesus, o Verbo divino, se fez carne e andou entre os homens (Jo 1:14). Quando estudamos a pessoa e obra de Jesus, não podemos fugir ao importante fato de Deus ter se encarnado e assumido a condição humana, à semelhança de todos os homens. Igualmente importante é a pergunta: Jesus é realmente Deus ou apenas um homem extraordinário? Todos os verdadeiros cristãos crêem que Jesus é Deus, com todas as prerrogativas divinas do Pai. Mas há sustentação bíblica para tal afirmação? Vejamos.

1. As características Exclusivas de Deus em Jesus
As Escrituras não afirmam explicitamente que Jesus é Deus, mas deixam muito claro que o Filho possui todas as características e atributos de Deus, não podendo ser tido por alguém menos que Deus. As provas são abundantes em todo o NT. Comecemos pela idéia que Cristo a seu próprio respeito.

1.1. A Autoconsciência de Jesus
Jesus tinha uma clara consciência sobre sua pessoa. As alegações que Jesus fez sobre sua própria pessoa não teriam sentido se Ele não tivesse sobre si mesmo a clara noção de divindade. Tudo indica que Ele sabia que era Deus, pois disse:

Que os anjos eram seus, e os poderia enviar (Mt 13:41). Em Lc 12:8,9 e 15;10, os anjos são chamados anjos de Deus.
Que o reino dos Céus (Mt 13:24,31,33,44,45,47), que é o reino de Deus (Lc 17:20), é também o seu reino (Mt 13:41).
Ter autoridade para perdoar os pecados (Mc 2: 1-12), tarefa que cabe exclusivamente a Deus. Aliás, por causa disso os fariseus o acusaram dizendo "Isto é blasfêmia! Quem pode perdoar pecados, senão um que é Deus?". Perdoar pecados é uma prerrogativa divina.
Que julgará todos os homens, separando os bons dos maus (Mt 25:31-46, Lc 13: 23-30). No AT, o Deus Todo-Poderoso, é o único chamado de Juiz de toda a terra (Gn 18:25) e o único com prerrogativa de julgar as nações (Jz 11:27; Sl 75:7; Sl 82:8; Ec 11:9 e 12:4). Só Deus pode exercer tal autoridade e poder.
Ser o Senhor do sábado (Mc 2: 27,28). O valor do sábado foi definido por Deus (Ex 20: 8-11), e somente alguém igual a Deus poderia anular ou modificar essa norma.
Ter autoridade pessoal no mesmo nível que a autoridade do AT (Mt 5:21,22,27,28). Nessas passagens, Jesus deixa claro ter autoridade para estabelecer novos ensinamentos, no mesmo nível da autoridade que era dispensada ao ensino de Moisés e dos profetas das Escrituras.
Ter poder para vivificar e ressuscitar os mortos (Jo 5:21). Somente Deus teria poder para vivificar os mortos. Jesus não só alegou, como também ressuscitou a várias pessoas (Lc 7:11-15; Mt 9:18,19,23-26; Jo 11:17-44). Mas de seus milagres, sem dúvida, a ressurreição de si mesmo, foi seu maior sinal (Mt 12:39).
Ser a ressurreição e a vida (Jo 11:25). Alegava ter poder suficiente para fazer tornar a viver qualquer que cresse nEle, mesmo que esta morresse. Um atributo exclusivo do Senhor Deus, que Ele estava reivindicando nessa passagem.

1.2. Suas afirmações com respeito ao Pai
Jesus, alegou várias vezes possuir um relacionamento íntimo e mesmo bastante incomum com o Pai, que soaria como loucura, caso Ele não Deus.

Ele afirma ser um com o Pai (Jo 10:33).
Afirma que quem O vê, vê o Pai (Jo 14: 7-9).
Afirma que preexistia antes de Abraão (Jo 8:58). Sua afirmação é no presente "Eu Sou", semelhante ao nome com que o Deus Eterno se revelou a Moisés no sinai (Ex 3:14,15). Isso ficou tão claro para os judeus (sua reivindicação de divindade), que quiseram apredejar a Jesus por blasfêmia.
Afirma que quem O honra, está honrando o Pai (Jo 5:23).
Afirma ter a mesma natureza de vida que existe somente em Deus, o Pai (Jo 5:26).
1.3. As reações e afirmações das pessoas que conviveram com Ele
Várias pessoas do NT, que tiveram contacto com Jesus, se manifestaram, uns contra, outros a favor, da clara posição e prerrogativa que Jesus requeria e assumia para sua vida.

A reação do povo comum (Jo 7:11,12,31,40,41,46): muitos acreditavam ser Ele o Messias prometido, outros que enganava o povo. Ninguém permanecia indiferente ante a sua pessoa.
A reação e declaração do sumo sacerdote à resposta franca de Jesus (Mt 26: 62-65): a clara afirmação de Jesus que se sentaria a direita do Todo-Poderoso (o lugar de honra, que só deveria ser dada a Deus), levou o sumo sacerdote a rasgar suas vestes (ato realizado na presença de uma grande calamidade) e o sinédrio a sancionar a pena de morte por blasfêmia, uma vez que Ele se fizera igual a Deus. Aliás, essa passagem é uma das declarações mais claras da divindade de Jesus.
De alguns escribas e fariseus (Jo 19:7,8): que Ele se fez a si mesmo o Filho de Deus.
A declaração de Tomé (Jo 20:28): "Senhor meu e Deus meu!!". Jesus aceita a declaração e adoração de Tomé. Caso não fosse Deus, certamente Ele aproveitaria tal oportunidade para corrigir uma concepção errada sobre a sua pessoa.

2. Vários Testemunho das Escrituras sobre a divindade de Jesus
2.1. No evangelho de João
João identifica Jesus como o Verbo pré-encarnado, a Palavra em ação. Em Jo 1, lemos "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus" (vs.1). João deixa claro que Jesus é um com Deus, e ao mesmo tempo o distingue de Deus (vs. 2). Afirma que todas as coisa foram feitas por meio dEle, e sem Ele nada do que foi feito se fez (vs. 3). a Bíblia também afirma que no princípio todas as coisas foram criadas por Deus (Gn 1:1), e assim João estabelece uma identificação entre Jesus e o Deus Criador. Afirma também que esse Verbo divino se fez carne (vs. 14), e que somente Ele revela plenamente a Deus (vs. 18). É um grande testemunho a respeito da divindade do Filho.

2.2. Nos escritos de Paulo
Paulo mostra claramente sua crença na divindade de Jesus. Em Cl 1:15-20, Paulo afirma que Jesus é a imagem do Deus invisível, no qual todas as coisa subsistem, e que nEle reside toda a plenitude (veja também Cl 2:9).Paulo se refere ao julgamento de Deus (Rm 2:3) e ao julgamento de Cristo (IITm 4:1; IICo 5:10), de maneira intercambiável.
Em Fp 2:5-11, Paulo ensina que Jesus, sendo Deus, se autolimitou, esvaziando-se a si mesmo de seus privilégios divinos e sendo reconhecido em figura humana. Quando Paulo diz que Jesus tema forma (morphé no original) de Deus, a idéia é que Cristo tem a mesma essência de Deus. Em outras palavras, o vs.5 quer dizer que, embora Jesus tivesse a mesma essência de Deus, não utilizou isso em vantagem própria. E logo em seguida deixa claro que virá um dia em que todos haverão de prestar honras e louvores a Ele, numa linguagem só permitida a alguém que crê que Jesus seja realmente Deus.

2.3. Nas outras epístolas
Em Hebreus: das epístolas não-paulinas, a de Hebreus, é a que mais contrasta a divindade de Jesus com relação aos anjos e aos homens. Em Hb 1:3, afirma que Jesus é o resplendor da glória e a expressão exata de Deus. Não somente isso, mas também afirma que Jesus foi o meio pelo qual todas as coisas foram feitas (vs. 2), as quais são sustentadas pela palavra do seu poder (vs. 3). Uma afirmação clara é encontrada no vs.8, no qual Jesus é tratado por Deus: "mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre, e: Cetro de eqüidade é o cetro do seu reino". A epístola continua argumentando que Jesus é muito superior aos anjos (Hb 1:4 - 2:9), a Moisés (3:1-6) e aos sumos sacerdotes (4:14 - 5:10). Mas o autor deixa claro que sua superioridade não reside apenas em termos de posição hierárquica, mas sim de natureza intrínseca, pois todos os outros são criaturas, mas o Filho é Deus. Vejamos nais alguns argumentos da Biblia:

Em I João: em 1:1-3, Jesus é o Verbo da vida eterna, já pré-existente no princípio de todas as coisas, juntamente com o Pai. No capítulo 5:20, Jesus é chamado de Filho de Deus e explicitamente identificado como verdadeiro Deus e a vida eterna:
"Também sabemos que o Filho de Deus é vindo, e nos tem dado entendimentopara reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro,em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna."

Em II Pedro: em 1:1, Pedro também chama a Jesus de Deus e Salvador:
"Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo."

Em Apocalipse: em 1:8, o Senhor Deus Todo-Poderoso é apresentado como o Alfa e o Ômega, que representado o princípio e o fim de todas as coisas. Mas em 1:17-18, Jesus se apresenta com os mesmos títulos outorgados ao Deus Todo-Poderoso:
"Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a sua mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último, e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos, e tenho as chaves da morte e do inferno."

Também em 19:16, Jesus recebe o título de Rei dos reis e Senhor dos senhores, uma clara alusão a sua soberania e majestade divinas.

2.4. No uso comum do termo Senhor por todo o N.T.
Vários foram os nomes pelos quais as Escrituras provam ser Jesus, o próprio Deus encarnado: Deus (Hb 1:8); Filho de Deus (Mt 16:16); Reis dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19:16); Verbo (Jo 1:1), etc. Mas é pelo título Senhor que Jesus é mais conhecido. ainda que tal termo seja geral e não prove por si mesmo a divindade de Jesus, em várias passagens ele realmente indica a posição divina que Jesus desfrutava.
Quando os judeus traduziram o A.T. para o grego, os nomes sagrados de Deus Yahveh (YHWH) e Adonai, foram traduzidos por Kyrios (que quer dizer Senhor, dono), sendo tido por um termo reverente. O termo era também usado respeitosamente pelos romanos para se referir a César, como o Senhor. Somente por estas razões, este termo quando aplicado a Jesus já deveria dar suficiente conotação da divindade de Jesus. Mas além disso, várias passagens que se referem a Jesus como Senhor são na verdade citações do A.T., onde o nome original de Deus foi traduzido por Senhor (At 2: 20,21 em contraste com o 36 e Rm 10: 9, 13 e verifique Jl 2: 31,32; I Pe 3:15, confira com Is 8:13). O título aqui dado a Jesus é no mesmo sentido que o A.T. dava ao Deus Todo-Poderoso. Há outros textos que o título Senhor é usado tanto para o Pai (Mt 1;20; 9:38; At 17;24) quanto para o Filho (Lc 2:11; Jo 20:28; I Co 2:8; Fp 2;11).
Para o judeu, chamar a Jesus de Senhor, seria colocá-lO na mesma posição de igualdade com o Deus das Escrituras. Os escritores do N.T., tinham isso em mente ao se referir, muitas vezes, a Jesus como Senhor.

A HUMANIDADE DE CRISTO

"E o verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1:14)
O tópico sobre a humanidade de Jesus não é tão discutido quanto a sua divindade, mas seu estudo é tão importante quanto este. Que Jesus é Deus, todos os cristãos sinceros concordam e entendem, contudo a idéia da sua humanidade, ainda que aceita, não é corretamente entendida, e poucas vezes ensinada.
O credo cristão formula a natureza de Jesus como sendo plenamente Deus e plenamente Homem. Ou seja, o Deus encarnado assumiu completamente a humanidade, tornando-se passível das mesmas limitações físicas e psicológicas comuns a todos os homens. Uma vez que estávamos separados de Deus pelo pecado, foi necessário que o próprio Deus encarnasse para que pudéssemos voltar a ter novamente comunhão com Ele. Dessa forma, a genuinidade da divindade de Cristo garante a eficácia de sua obra realizada na cruz, e a realidade de sua humanidade garante que sua morte é aplicável a todos os seres humanos.
Vejamos o que a Bíblia tem a nos ensinar sobre o aspecto humano da natureza de Cristo.

1. O Testemunho das Escrituras Sobre a Humanidade de Jesus
Há indicações claras na Bíblia que Jesus era uma pessoa plenamente humana, sujeito a todas as limitações comuns à raça humana, mas sem pecado. Como tal nasceu como todo ser humano nasce. Embora sua concepção tenha sido diferente, uma vez que não houve a participação de um ser humano masculino, todos os outros estágios de crescimento foram idênticos ao de qualquer ser humano normal, tanto física como intelectual e emocional. Também no sentido psicológico, era genuinamente humano, pois pensava, raciocinava, se emocionava, como todo ser humano normal.

1.1. Sua Natureza Física.
Seu nascimento (Lc 2: 6,7): Jesus não desceu dos céus, e sim nasceu de uma mulher humana, passando por todas as fases que uma criança normal passaria.
Sua árvore genealógica (Lc 3: 23-38; Mt 1:1-17): a Bíblia deixa evidente portanto que Jesus teve, por parte de Maria, ancestrais humanos, dos quais provavelmente herdou características genéticas, como todos os homens o recebem de seus antepassados.
Seu crescimento (Lc 2:52): cresceu como toda criança normal cresceria, alimentada por comida e água. Seu corpo não era sobre-humano, e não tinha características especiais, diferentes de qualquer ser humano normal.
Suas limitações físicas: em tudo idênticas aos de um ser humano.
Sentia fome (Mt 4:2; Mc 11:12).
Sentia sede (Jo 19:28)
Ficava cansado (Jo 4:6)
Sofria a dor (Jo 18:22; 19: 2,3)
Sua percepção pelos homens (I Jo 1:1; Mt 9: 20-22; 26:12; Jo 20: 25,27): Jesus de fato foi visto e tocado pelos homens a sua volta. Não era um espírito com a forma humana, nem um fantasma, mas um homem real, a ponto de Tomé só acreditar em sua ressurreição após tocá-lo. Mesmo o testemunho do Espírito de Deus afirma que Jesus tomou plenamente a forma humana (I Jo 4: 2,3a).
Sua morte(Lc 23: 46; Jo 19: 33,34): Jesus Podia morrer, como de fato morreu. Sua morte não foi aparente, mas verdadeira. Seu corpo sucumbiu aos sofrimentos infligidos e de fato expirou à semelhança de todos os homens. Esta é talvez a suprema identificação de Jesus com a humanidade, pois sendo Deus não deveria morrer, mas ao assumir plenamente a humanidade, torna-se sujeito a possibilidade da morte. Eis uma verdade tremenda e profunda.

1.2. Sua Natureza Psicológica e Intelectual
Quanto ao Caráter Emotivo
Sentia emoções (Mt 9:36; 14:14; 15:32; 20:34): ainda que sentir emoções não seja uma prova da humanidade de Jesus, uma vez que Deus também se emociona, elas demonstram a plena humanidade de Cristo, como também deixam claro algumas reações tipicamente humanas.
Sentia tristeza e angústia (Mt 26:37)
Sentia alegria (Jo 15:11; 17:13; Hb12:2)
Sentia indignação (Mc 3:5; 10:14)
Sentia ira (Mt 21: 12,13)
Se surpreende (Lc 7:9; Mc 6:6): Jesus se mostra genuinamente surpreso perante a fé do centurião e se admira da incredulidade dos habitantes de Nazaré. Não era uma atitude falsa ou de retórica, Jesus realmente era surpreendido em algumas circunstâncias.
Se sente atormentado (Mc 14:33): no Getsêmani Jesus foi tomado de grande angústia e pavor. Estava em conflito íntimo e se atormenta pelo fato de não querer ser deixado só, contudo ainda assim escolhe fazer a vontade do Pai. Mesmo na cruz, sua frase "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mc 15:34), é uma das expressões mais humanas de solidão já registradas na história dos homens.
Se comove e chora (Jo 11:33,35,38): Mesmo sabendo de antemão que Lázaro havia morrido, Jesus é tomado de comoção e chora ao ver a tristeza ao seu redor e a triste realidade humana da morte. A expressão "agitou-se no espírito", retrata vividamente alguém gemendo no íntimo, aflito e comovido com uma situação que trás dor e cansaço.
Quanto ao Caráter Intelectual
Seu conhecimento era superior ao dos homens: em termos intelectuais, Jesus possuía um conhecimento que se destacava em relação aos outros homens. Ninguém na História Humana disse palavras tão belas, de grande profundidade e de maior alcance. Não só isso, Jesus deu claras demonstrações de um conhecimento além da capacidade humana. Sabia o que pensava os seus amigos e inimigos(Lc 6:8; 9:47). Conhecia coisas sobre o presente, pois sabia que Lázaro estava morto (11:14), o passado, uma vez que conhecia o fato da mulher samaritana ter tido cinco maridos (Jo 4:18) e o futuro das pessoas, ilustrado no fato de antemão ter avisado a Simão Pedro de sua negação (Lc 22:33).
Seu conhecimento não era ilimitado: em algumas passagens vemos Jesus fazendo perguntas retóricas afim de reforçar algum ensinamento (Mt 22: 41-45), contudo há outras passagens em que Jesus pergunta sinceramente em busca de informações às quais não possuía. Um exemplo claro foi o caso do garoto acometido de um espírito de surdez e mudez, onde Jesus pergunta ao pai dele "Há quanto tempo isto lhe sucede?" (Mt 9: 20,21). Há nesta passagem uma clara alusão que Jesus não tinha tal informação, e a julgava útil e necessária para promover a restauração daquele garoto. Um outro caso ainda mais explícito foi no discurso apocalíptico em Mc 13:32, quando ao ser interpelado sobre quando voltaria uma segunda vez, Jesus respondeu francamente: "Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai". Foi uma declaração clara de sua falta de conhecimento sobre essa informação.

Quanto ao Caráter Religioso
Participava regularmente dos cultos na sinagoga (Lc 4:16): era de seu costume ensinar nas sinagogas e visitar e participar dos cultos no templo quando estava em Jerusalém. Humanamente mantinha um padrão de vida religioso irrepreensível quanto aos parâmetros de Deus.
Mantinha uma vida de oração (Lc 6:12; 22: 41,42; Jo 6:15): várias ocasiões vemos Jesus sair para orar sozinho ou em grupo. Sua dependência humana do Pai era total e a oração era uma prova disso. Em todas as coisas Jesus se mostrou plenamente humano, tanto no aspecto físico, como no mental. Não havia dúvidas para os autores do NT que Jesus era plenamente homem.

2. Jesus, Plenamente Homem, Totalmente Singular
Pelos tópicos acima está claro que Jesus assumiu completamente a humanidade, sujeito a todos os reveses que o estado de humanidade poderia lhe trazer, contudo Jesus não um homem qualquer, igual a todos os homens. Vários fatos em sua vida mostram essa santa singularidade:

2.1. O Nascimento Virginal
Jesus nasceu como todos os homens, no entanto sua concepção no ventre de Maria foi de origem divina, sem a participação do componente sexual masculino (Mt 1:18-25; Lc 1:26-38). Teologicamente chamamos a isso de concepção virginal. Maria era virgem na época da concepção e assim continuou até o momento do nascimento de Jesus. As Escrituras deixam muito claro que José não teve qualquer intercurso com Maria antes do nascimento de Jesus (Mt 1:25).
A influência sobrenatural do Espírito Santo é que tornou possível a geração de Jesus no ventre de Maria. Isso não significa que Jesus é o resultado de uma relação de Deus com Maria, longe de nós tal idéia. O que Deus fez foi providenciar, por uma criação especial, tanto o componente humano ordinariamente suprido pelo macho (e assim o nascimento ser virginal) como um fator divino ( e assim a encarnação). Assim, o nascimento de Jesus nos aponta algumas verdades essenciais no cristianismo:

Que nossa salvação é sobrenatural (Jo 1:13): a salvação não vem pelo nosso esforço ou realização.
Que a salvação é uma dádiva da Graça (Ef 2:8): assim como não houve nenhum mérito em Maria para que fosse escolhida, da mesma forma acontece conosco quando somos salvos.

2.2. A Impecabilidade de Jesus
Outra prova da singularidade de Jesus como homem é o fato de não ter pecado: "...antes foi ele (Jesus) tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado."(Hb 4:15)
A Bíblia mostra Jesus como um sumo sacerdote totalmente sem mancha e feito mais alto que os céus (Hb 7:26; 9:14). Pedro nos ensina que Jesus é o Santo de Deus (Jo 6:69) e que não cometeu pecado (II Pe 2:2). O que está de acordo com a afirmações de João, que em Jesus não existe pecado (I Jo 3:5), e as de Paulo que Cristo não conheceu pecado (II Co 5:21).
Mesmo as acusações de blasfêmia feitas a Jesus pelos judeus são infundadas (Lc 5:21), uma vez que Ele sendo Deus tinha pleno poder para perdoar os pecados. E mesmo algumas pessoas da época deixaram bem claro a inocência de Jesus:

- A esposa de Pilatos (Mt 27:19): "Não te envolvas com o sangue deste justo".
- O ladrão na cruz (Lc 23:41): "este nenhum mal fez".
- Judas, o traidor (Mt 27:4): "Pequei, traindo sangue inocente".

A Bíblia deixa claro portanto a impecabilidade de Jesus, mas isso não invalida as tentações que sofreu como algo de somenos. Foram as tentações genuínas, e embora Jesus pudesse pecar [Hélio discorda, ver CristologiaADoutrinaDeusFilho-CursoHelio.htm e Kenosis-EsvaziamentoDeCristoFp2-5-11-Helio.htm] , era certo que não pecaria. Entretanto alguém poderia levantar a questão: uma pessoa que não pode cair ao ser tentado, de fato experimentou a tentação? Um famoso comentarista bíblico, Leon Morris, argumenta que uma pessoa que resiste até o fim conhece todo o poder da tentação. Dessa forma a impecabilidade aponta para uma tentação muito mais intensa que estamos geralmente acostumados a pensar e sentir. Diz Morris que "O homem que cede a certa tentação não sente todo o seu poder".
Uma outra pergunta que fica no ar é: se Jesus não pecou, Ele era realmente humano? Se respondermos não, estaremos incorrendo em gravíssima heresia, pois estamos dizendo em outras palavras que Deus criou o homem naturalmente pecador e portanto Ele é a causa do pecado e o criador de uma natureza má e corrompida. O Senhor é puro de olhos, Ele sequer pode contemplar o pecado (Hc 1:13), quanto mais ser a causa intencional de seres corrompidos pelo mesmo pecado. Não, a resposta não só não é este como a pergunta está formulada de maneira errada, pois estamos de certa forma perguntando se Jesus é tão humano quanto nós. O correto é perguntar:
Somos tão humanos quanto Jesus? Esta pergunta nos remete a verdade que não temos a humanidade em toda a sua plenitude. Não somos seres humanos genuinamente puros, assim como Jesus o foi. Do ponto de vista bíblico só houve três seres humanos completamente humanos: Adão e Eva (antes da Queda), e Jesus. Todo o restante da humanidade é apenas uma sombra da humanidade original. Nossa humanidade é totalmente conspurcada pelo pecado que tenazmente nos assedia. Somos versões inferiores da versão adâmica original. Dessa maneira Jesus não só é humano como nós, como também é mais humano. É sua humanidade que deve ser padrão para nós e não o inverso.

2.3. A Unidade na Pessoa de Jesus
Jesus é também singular no que diz respeito a sua pessoa. Sendo Ele Deus perfeito e Homem perfeito, não é duas pessoas ao mesmo tempo. Ainda que seja de difícil compreensão a unificação do ser divino com o ser humano em um único ser, Jesus nos é apresentado dessa maneira nas páginas do NT.
A falta de referências bíblicas sobre uma dualidade existente na pessoa de Jesus já é claro indicativo que há uma unidade em torno de sua Pessoa. No entanto há textos claros sobre a deidade e a humanidade de Jesus reunidas em um único ser (Jo 1:14; Gl 4:4; I Tm 3:16; I Co 2:8).
A fé cristã enuncia este mistério desde o século cinco da seguinte forma:

"Um só e mesmo Cristo, Filho Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas naturezas, inconfundíveis e imutáveis, indivisíveis e inseparáveis; a distinção de naturezas de modo algum é anulada pela união, mas pelo contrário, as propriedades de cada pessoa e natureza permanecem intactas concorrendo para formar uma só Pessoa..."

Jesus ao assumir a forma humana, adquire atributos humanos, mas não desiste de sua natureza divina (Fp 2: 6,7). Quando Paulo fala em Fp que Jesus se esvaziou assumindo a forma de servo, é da posição de igualdade com Deus que Jesus se esvazia e não da natureza divina. Assim Jesus se submete funcionalmente ao Pai e ao Espírito Santo no período da encarnação. Mantém todos os atributos divinos (Cl 2:9), mas os submete voluntária e humildemente ao Pai, não fazendo uso deles a não ser que seja esta a vontade dAquele que o enviou.
Também deve ficar claro que Jesus não era em algumas ocasiões humano e noutras divino, e nem mesmo um terceiro ser resultante da fusão das duas naturezas. Seus atos sempre foram humanos e divinos ao mesmo tempo. Dessa maneira a humanidade e a divindade são conhecidas de forma mais completa em Jesus Cristo. Não existe melhor fonte para conhecermos como deveria ser o ser humano do que olharmos para Jesus. Ele é o novo Adão e nEle somos feitos novas criaturas, segundo a vontade de Deus (Jo 1:12; II Co 5:17). Mas Cristo também é nossa melhor fonte para conhecermos como e quem é Deus, pois Ele nos revela de forma mais plena possível o Pai:

"Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou" (Jo 1:8).

"Se vós me tivésseis conhecido, conheceríes também a meu Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto. Replicou-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta. Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim, vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?" (Jo 14: 8,90).

Jesus, Nosso Senhor, é alguém totalmente singular entre todas as pessoas que viveram e viverão na face da terra. Ele é o perfeito humano, sem pecado, dependente da vontade do Pai e submisso a ela. É também verdadeiro Deus, em honra, majestade e poder, que assumiu a humanidade e do homem teve compaixão a ponto de morrer por ele, de forma que este fosse liberto do pecado, para que pudesse viver como filho de Deus. Sua obra e propósito eterno foram e serão plenamente cumpridas. Louvado seja o Senhor por ter enviado seu Filho a mundo, para que fosse salvo todo aquele que nEle crê.
Ao Deus triúno na pessoa do Senhor Jesus seja a glória, a majestade e a honra, antes de todas as eras, e agora, e por todo os séculos. Amém!

A IGREJA CATÓLICA ROMANA NÃO É CRISTÃ

“Por consequência, para demonstrar a inocência e a justiça original da Mãe de Deus, eles não somente a compararam muitíssimas vezes a Eva ainda virgem, ainda inocente, ainda incorrupta e ainda não enganada pelas mortais insídias da serpente mentirosa, como também a antepuseram a ela com uma maravilhosa variedade de palavras e de expressões. De fato, Eva escutou infelizmente a serpente, e decaiu da inocência original, e tornou-se escrava da serpente; ao contrário, a beatíssima Virgem aumentou continuamente o dom tido na sua origem, e, bem longe de prestar ouvido à serpente, com o divino auxílio quebrou-lhe completamente a violência e o poder.”
Bula "Ineffabilis Deus" - Dogma da Imaculada Conceição

1. Para que fim veio Cristo ao mundo?
R: “Fiel é esta palavra e digna de toda a aceitação; que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais sou eu o principal.” 1ª Tim. 1:15.
2. Por que foi Ele chamado “Jesus”?
R: “ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.” Mat. 1:21
Nota: O nome de JESUS significa “Jeová é salvação”. A construção em grego é enfática, como se se desejasse recalcar que é Ele que é o Salvador. Desde os tempos mais antigos se escutava a promessa: “Eis-me aqui, cheguei.” (Salmo 40:7, cf. Zac. 2:10; Heb. 10:7). Durante séculos o povo Judeu – o povo de Deus – tinha esperado ansiosamente a vinda do Libertador. Agora, “vindo a plenitude dos tempos” (Gál. 4:4) estava cumprido o tempo para que tomasse a forma humana Aquele que seria o ÚNICO SALVADOR (João 14:6).
3. Quem era Maria?
R: Maria (grego Maria, o mesmo nome em hebraico é miryam e na Septuaginta é Mariam). Maria terá passado a sua juventude em Nazaré (Luc. 1:26). Tinha um familiar, Elisabete que via em Caná, esposa de Zacarias (Luc. 1:36). Seguramente tinha outros familiares que viviam em Caná, aldeia situada aproximadamente 13 kms a norte de Nazaré (João 2:1,5). A ideia de que a sua mãe se chamava Ana baseia-se exclusivamente na Tradição. Maria foi sumamente favorecida pelo Senhor e bendita entre as mulheres (Luc. 1:28,42). Desde que o Senhor deu a promessa de um Libertador, que haveria de ser da “semente” da mulher (Gén. 3:15); Apoc. 12:5), As piedosas mães em Israel esperavam que o seu primogénito fosse o Messias prometido. Esta honra foi concedida a Maria.
Sem dúvida, Deus escolheu Maria em primeiro lugar, porque na “plenitude dos tempos” (Dan. 9:24-27; Marcos 1:15; Gál. 4:4) o seu carácter reflectia com maior perfeição os ideais divinos da maternidade que qualquer outra filha de David. Ela pertencia a um restrito grupo que esperava “a consolação de Israel” (Luc. 2:25,38; Mar. 15:43; cf. Heb. 9:28). Esta foi a esperança que purificou a sua vida (cf. 1ª João 3:3) e a preparou para a sagrada tarefa.
Jesus foi feito “em semelhança da carne do pecado” (Romanos 8:3). Maria tinha tanta necessidade de ser salva dos seus pecados como qualquer outro descendente de Adão (Romanos 3:10, 23). Há “um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” 1ª Timóteo 2:3
4. Há porventura salvação mediante outro intercessor?
R: “E em nenhum outro (JESUS) há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos.” Actos 4:12.
5. Que três características essenciais para um SALVADOR se encontram em CRISTO?
R:
DIVINDADE:
1) “Mas do Filho, diz: Ó Deus, o Teu trono subiste pelos séculos dos séculos.” Heb. 1:8 (não diz filha).
HUMANIDADE:
2) “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou o Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei.” Gálatas 4:4.
SEM PECADO:
3) “O qual não cometeu pecado, nem na Sua boca se achou engano.” 1ª Pedro 2:22.
Segundo as Sagradas Escrituras só o Senhor Jesus Cristo preencheu cabalmente estes três requisitos.
6. Como mostrou Cristo pelas Escrituras que o prometido Salvador do mundo tanto devia ser divino como humano?
R: “40 Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.
41 Ora, enquanto os fariseus estavam reunidos, interrogou-os Jesus, dizendo:
42 Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Responderam-lhe: De Davi.
43 Replicou-lhes ele: Como é então que Davi, no Espírito, lhe chama Senhor, dizendo:
44 Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos de baixo dos teus pés?
45 Se Davi, pois, lhe chama Senhor, como é ele seu filho?” Mateus 22:40-45.
Nota: Comentou alguém esta importante verdade concernente à união do divino com o humano em Cristo, assim: “A divindade necessitava da humanidade para que a esta proporcionasse um meio de comunicação entre Deus e o homem. O homem necessita de um poder fora e além das suas forças, que o restaure à semelhança de Deus. Deve haver um poder que opere inteiramente, uma nova vida de cima, antes de o homem poder passar da pecaminosidade para a santidade. Esse poder é Cristo.”
A Igreja Católica Romana, vive desde Constantino sem rumo, cambaleante porque não se firmou na Verdade. Criou para si mesma e para o mundo que a segue tradições não assentes num “assim diz o Senhor” ou seja nas Escrituras Sagradas. Que pena!
Conclusão: assim é descrita pelo livro do Apocalipse “Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfémias; e deu-se-lhe autoridade para atuar por quarenta e dois meses. E abriu a boca em blasfémias contra Deus, para blasfemar do seu nome e do seu tabernáculo e dos que habitam no céu. Também lhe foi permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe autoridade sobre toda tribo, e povo, e língua e nação. E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” Apocalipse 13:5-8.

24 de maio de 2010

A ORIGEM DO MAL

Deus é infinitamente bom e todas as suas obras são boas. No entanto, ninguém escapa à experiencia do sofrimento, dos males da natureza – que aparecem como ligados aos limites próprios das criaturas –, e sobretudo à questão do mal mora. Donde vem o mal? “Quaerebam unde malum et non erat exitus – Procurava a origem do mal e não encontrava solução”, diz Santo Agostinho.
A realidade do pecado e, dum modo particular, a do pecado das origens, só se esclarece à luz das Escrituras. Sem o conhecimento que estas nos dão de Deus, não se pode reconhecer claramente o pecado, e somos tentados a explicá-lo unicamente como falta de maturidade, fraqueza psicológica, erro, consequência necessária duma estrutura social inadequada, etc. Só no conhecimento do desígnio de Deus sobre o homem é que se compreende que o pecado é um abuso da liberdade que Deus dá às pessoas criadas para que possam amá-Lo e amarem-se mutuamente.
1. Com quem se originou o pecado?“Quem comete pecado é do Diabo; porque o Diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo.” 1ª João 3:8.
Nota: “é do Diabo” – ou seja, é filho do Diabo e faz a vontade do Diabo (cf. João 8:44).
“O Diabo peca desde o princípio.” Este frase pode referir-se a 1) o início da oposição do Diabo a Deus; ou seja, desde o começo do pecado, ou 2) ao momento quando Satanás induziu Adão e Eva a pecarem; ou seja, desde o começo do pecado do homem, pois desde esse tempo o pecado tem permanecido sem cessar e a levar todos a pecar.
“O que era desde o princípio” (1ª João 1:1), João começa o Evangelho com as palavras “No princípio”, assim começa também a sua primeira epístola com a expressão “desde o princípio”. A diferença é significativa. No Evangelho destaca-se que o Verbo existiu no tempo desde o “princípio”; aqui conforma-se com o afirmar que o Verbo existiu desde o princípio do tempo. O Evangelho foca o principio e antes que este tivesse começado; a epístola foca o princípio e o tempo a partir daí. Também é possível uma interpretação ainda mais limitada referindo-se estas palavras ao principio da era cristã (cf. 2:7), mas uma comparação com João 1:1-3 concede pouco apoio a esta limitação.
Em todo o caso o pecado surge desde a história da queda narrada em Génesis, e Jesus manifesta-Se para resolver com a sua Morte e Ressurreição o problema do Pecado.
2. Quem é o originador do Pecado?
“Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira.” João 8:44.
Nota: Diabo “o caluniador”, “mentiroso”. Parece ter uma carreira ou profissão de mentiroso.
3. Esta profissão onde começou?“Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que em ti se achou iniquidade.” Ezequiel 28:15.
Nota: Esta declaração e a de João 8:44, de que ele “não se firmou na verdade,” mostra que Satanás a principio fora perfeito e estivera na verdade. S. Pedro fala dos “anjos que pecaram” (2ª Pedro 2:4); e S. Judas alude “aos anjos que não guardaram o seu principado” (S. Judas 6); ambas as passagens mostram que esses anjos estiveram em estado de pureza e inocência.
4. Que outra declaração de Cristo parece atribuir a Satanás e aos seus anjos toda a responsabilidade pela origem do pecado?“Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos.” Mateus 25:41.
5. Que terá levado Satanás ao pecado, rebelião e queda?
“Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei; diante dos reis te pus, para que te contemplem.” Ezequiel 28:17
“E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do norte; subirei acima das alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.” Isaías 14:13-14.
Nota: Numa palavra, orgulho e exaltação própria produziram a queda de Satanás, e para estes não há justificação ou escusa adequada. “A soberba prece a ruína, e a altivez de espírito precede a queda” Provérbios 16:18. por isso, visto conhecermos a origem, causa, carácter e resultado do mal, não existe boa ou suficiente razão ou escusa que possa ser apresentada para o mal. Desculpá-lo equivale a justificá-lo; e desde que seja justificado, deixa de ser pecado. Todo pecado é manifestação de orgulho sob alguma forma, e os seus resultados constituem o oposto dos produzidos pelo amor. A experiência do pecado resultará no seu final e completo abandono e banimento para sempre, por todos os seres criados, em todo o Universo de Deus. Somente aqueles que tola e persistentemente se apegam ao pecado serão com ele destruídos. Os ímpios serão “como se nunca tivessem sido” (Obadias 16), e os justos resplandecerão, como o resplendor do firmamento,” e “refulgirão como as estrelas sempre e eternamente.” Dan. 12:3. “Não se levantará por duas vezes a angústia.” Naum 1:9.
6. Em contraste com o orgulho e exaltação própria ostentados por Satanás, que espírito manifestou Cristo?“O qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.” Filipenses 2:6-8.
7. Depois de o homem ter pecado, como manifestou Deus o Seu amor e boa vontade em perdoar?“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16.
Conclusão: Visto Deus, que é amor, que tem przer na misericórdia, e que não muda, haver oferecido e concedido um período de graça para o homem quando pecou, não é senão razoável concluir que semelhante proceder foi seguido no tocante aos seres celestiais que primeiro pecaram, e somente os que persistiram no pecado, e se declararam em aberta revolta e rebelião contra Deus e o governo do Céu, foram finalmente expulsos dali. Apocalipse 12:7-9.
Pr. José Carlos Costa

18 de maio de 2010

O VALOR DO ESTUDO DAS ESCRITURAS SAGRADAS

AS Sagradas Escrituras são o grande compêndio de Deus para o homem. São a divina Lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho neste mundo de pecado.
Muitos amigos perguntam: O que é um Estudo Bíblico?
De forma muito resumida direi: um estudo bíblico consiste em perguntas formuladas sobre um determinado assunto e respostas da Bíblia. Por outras palavras, estudo bíblico, quer dizer um estudo de tópicos da Bíblia que nos ajudam a NOS PASSOS DE JESUS.
Quer para transmitir quer para receber conhecimento, nada há como o método de perguntas. Coisa alguma aviva tão rapidamente a ideia ou desperta o interesse, como a pergunta. As acrianças pouco aprenderão se não fizerem perguntas, e realmente será um professor medíocre o que não fizer perguntas e não responder às que lhe forem feitas.
Conhecendo o valor deste meio de despertar o pensamento, suscitar o interesse e transmitir instrução, Deus, na Sua sabedoria, inspirou os escritores das Escrituras Sagradas a fazerem muitas perguntas, para levar-nos a pensar e estudar os grandes temas de que trata: Job 38:4,7; Sal. 8:4; Mal. 3:1,2 e 8; Êxodo 32:26; 1ª Crón. 29:5.
Mas Deus não somente faz perguntas; a elas responde. O seguinte pode ser citado como breve estudo bíblico, extraídas, tanto as perguntas como as respostas, directamente da própria Bíblia: “Quem é o homem que deseja a vida, que quer largos dias para ver o bem?”
1. “Quem é o homem que deseja a vida, e quer longos dias para ver o bem?"
“Guarda a tua língua do mal, e os teus lábios de falarem dolosamente. Aparta-te do mal, e faze o bem: busca a paz, e segue-a.” Salmo 34:12-14
2. “Para quem são os ais? Para quem os pesares? Para quem as pelejas? Para quem as queixas? Para quem as feridas sem causa? E para quem os olhos vermelhos?”
“Para os que se demoram perto do vinho, para os que andam buscando bebida misturada.” Prov. 23:29,30.
3. “Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no SEU lugar santo?”
“Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração; que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente. Este receberá do Senhor uma bênção, e a justiça do Deus da sua salvação.” Salmo 24:3-5.(cf. Sal. 15 e Is. 33:14-17).
A Bíblia mesma, portanto, nos fornece exemplo de instruir e transmitir os mais valiosos conhecimentos por meio de perguntas e respostas que nos orientam para uma vida melhor aqui na Terra, e na esperança viva da Vida Eterna.
"As Escrituras não são documentos que pertencem apenas ao passado, mas também ao presente e ao futuro. Não são documentos em que Deus falou apenas a seu povo há milhares de anos, mas livros em que Deus se dirige aos homens de hoje." Ralph A. Bohlmann
Deus fique consigo.

13 de maio de 2010

A INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA

1- Definição da inspiração.
A inspiração é uma acção sobrenatural do Espírito de Deus sobre os autores bíblicos afim que os seus escritos correspondam exactamente àquilo que Deus queria que eles escrevessem; comunicar a Verdade. A Bíblia é deste modo a Palavra de Deus (2ª Pedro 1:20,21; 2ª Timóteo 3:16; Jeremias 1:9; 30:2; Êxodo 24:4). No Antigo Testamento e do mesmo modo no Novo Testamento, é Deus em Pessoa que fala.

2- A necessidade da inspiração.
- O homem, criado por Deus, não pode conhecer o pensamento do Seu Criador se Este não lhe falar. É indispensável que Deus comunique com o homem para lhe explicar os Seus actos e planos. Razão pela qual Deus falou aos homens desde a origem (Génesis 1:28). No entanto a revelação de Deus torna-se ainda mais indispensável depois da queda, porque o pensamento do homem pecador alheou-se do pensamento de Deus, tornou-se mesmo contrário (Efésios 4:17-20; Colossenses 1:21; Isaías 55:7-9).
- Certas verdades podem ser descobertas pelo homem por meio da inteligência natural e da sua razão (Romanos 1:19,20); mas as verdades essenciais para a salvação do homem não podem ser conhecidas senão pela revelação do próprio Deus (1ª Coríntios 2:6-12; João 8:38; 16:12-15). A transmissão destas verdades torna indispensável a inspiração divina da Bíblia.
- Os apóstolos, e todos os crentes ao longo da história, puderam falar com autoridade devido ao facto que eles acreditaram na Palavra inspirada de Deus (Actos 24:14; 4.25; 1ª Timóteo 1:15; 2ª Timóteo 3:14-15; Tito 3:8). A inspiração divina da Bíblia dá à pregação do evangelho o seu fundamento e consequentemente valor e autoridade.

3- A natureza da inspiração.a) O papel dos escritores.- Deus tomou a iniciativa da redacção da Bíblia: os autores foram “impressionados” a falar (2ª Pedro 1:21). O termo “impressionados” significa literalmente “movidos, agitados” o que se encontra também em Actos 27:18 onde é descrito um barco agitado pelo vento. Os escritores sagrados não falaram por sua própria iniciativa mas “da parte de Deus”.
- Para além dos escritores sagrados, foi Deus o verdadeiro autor da Bíblia. Toda a Escritura é “inspirada por Deus (2ª Timóteo 3:16). Esta expressão, em grego, significa “soprados” por Deus. A Escritura é deste modo o produto do sopro da boca de Deus (cf. Génesis 2:7; Salmo 33:6).
- O Espírito Santo falou através de homens inspirados (2ª Pedro 1:21) de tal maneira que as suas palavras pertencem ao Espírito Santo (Actos 1:16; 4:25; 28:25; Hebreus 3:7; 10:15-17; Ezequiel 11:4,5).
- Os profetas e os apóstolos eram conscientes de serem porta-vozes de Deus; eles afirmaram repetidas vezes terem recebido de Deus a mensagem que eles comunicavam (2ª Samuel 23:1-3; Jeremias 7:1-3; Malaquias 1:1; Gálatas 1:6-12; 1ª Tessalonicenses 2:13; 2ª Pedro 3:2; etc.).
- Por estas razões, a Escritura e Deus estão tão intimamente associados que o apóstolo Paulo pode atribuir a Escritura a palavras pronunciadas por Deus. é o caso em Gálatas 3:8 aquando, historicamente, Deus falou directamente a Abraão antes que as suas palavras tenham sido escritas. A situação encontra um paralelo em Romanos 9:17.
b) Inspiração verbal.- Deus não só inspirou os escritores sagrados a ideia que Ele queria que eles transmitissem, mas comunicou-lhes os termos precisos que eles deveriam empregar. Assim, o pensamento de Deus só podia ser expresso com exactidão na medida que fossem empregues as palavras de Deus (cf. Jeremias 1:9). A inspiração bíblica é designada pela expressão verbal (ou seja a própria palavra).
- Quando Jesus Cristo ou os apóstolos recorrem à autoridade do Antigo Testamento para estabelecer um ponto de doutrina, eles dão alta importância aos termos da Escritura. Por exemplo:
* João 8:58, Jesus insiste sobre o tempo do verbo de Êxodo 3:14;
* Gálatas 3:16, Paulo baseia-se sobre o singular de Génesis 12:7;
* Hebreus 2:11-12; 4:7; 6:13; 12:26,27; etc., o autor fundamenta-se sobre os termos precisos do Antigo Testamento.
Assim, os termos da Escritura, até nos detalhes, são revestidos de significado (cf. Lucas 16:17).
Nota: a inspiração verbal integra no texto uma linguagem original; as traduções não podem ser colocadas ao mesmo nível ainda que elas visem a maior exactidão.

c) Perfeição divina e personalidade dos escritores.
A inspiração dos escritos sagrados aliam duas particularidades que parecem excluírem-se:
- Comunicar sem erro do pensamento divino;
- Preservar a personalidade do escritor.
Os autores sagrados eram todos falíveis (cf. 1ª Timóteo 1:15; Gálatas 2:11) mas o Santo Espírito preservou a sua redacção de toda a imperfeição ou limitação humana. Pode comparar-se este facto à concepção miraculosa de Jesus que, nascido de uma mulher pela virtude do Espírito Santo, foi “sem mácula, separado dos pecadores” (cf. Lucas 1:35; Hebreus 7:26).
Portanto a inspiração não foi “ditada” transformando os escritores em simples executantes, como se fossem robôs. Deus impressionou-os sem suprimir a personalidade deles; Ele comunicou-lhes de forma soberana a Sua palavra utilizados todas as capacidades dos autores, temperamentos e vocabulário que lhes era particular.
Como Jesus Cristo era ao mesmo tempo verdadeiro Deus e verdadeiro homem, da mesma maneira a Bíblia é ao mesmo tempo Palavra verdadeiramente divina e palavra verdadeiramente humana, portanto, aí está a marca dos autores.
O carácter, a inteligência e a formação dos autores surge na redacção. Por exemplo:
- Mateus, o cobrador de impostos, é o único a relatar o pagamento do tributo em Cafarnaum (Mateus 17:24-27).
- Lucas, o médico, é o único a relatar a parábola do bom Samaritano (Lucas 10:30-37);
- A redacção dos seus escritos foi precedida de “informação minuciosa” (Lucas 1:3);
- Deus não proíbe Jeremias estando desencorajado a escrever “não me lembrarei mais dele, e não falarei mais no seu nome” (Jeremias 20:9);
Esdras (9:1,3-5; 10:1) e Neemias (13:23, 25, 28) relatam as reacções completamente diferentes que eles tiveram face à mesma situação: constatando que os israelitas tinham estabelecido com os povos estrangeiros, Esdras fica desolado, humilhar-se e chora, enquanto Neemias repreende, amaldiçoe e bate.
Em resumo: Deus, que é a Palavra (João 1:1), toma a iniciativa, escolhe um homem e impressiona; o Espírito Santo dirige-se à sua inteligência, à sua razão e ao seu carácter, inspira e, através dele, dirige-se ao mundo.
d) Revelação perfeita.
A Escritura é uma revelação perfeita (Salmo 19:8,9). Deus, que é perfeito, inspirou-a de forma a garantir a sua infalibilidade, a sua falta de erros fala por si mesma.
O que não significa que Deus tenha revelado tudo o que Ele poderia revelar (Deuteronómio 29:29; João 20:30,31), mas a Escritura traz tudo o que Deus quis revelar (Judas 3).

4- O testemunho de Jesus Cristo sobre a inspiração.
O maior testemunho dado às Escrituras é oferecido por Jesus Cristo. Ele refere-se constantemente a elas e reconhece-lhes uma total exactidão e uma autoridade incontestável:
- Começa o Seu ministério citando a passagem de Isaías (Lucas 4:16-21);
- Faz recurso à Escritura para enfrentar as tentações do diabo (Mateus 4:4,7,10);
- Ele considera que os homens e os acontecimentos citados nos Antigo Testamento tiveram cumprimento histórico (a criação em Mateus 19:4; o sacrifício de Abel em Lucas 11:51; Noé e o Dilúvio em Mateus 24:37-39; a serpente de bronze em João 3:14; Elias e Eliseu em Lucas 4:25-27; Jonas em Mateus 12:40,41; etc.);
- Jesus pede que os homens creiam na Palavra escrita (João 5:39,46; Lucas 10:26; 16:29,31) e ele a coloca acima das tradições religiosas (Marcos 7:8,9) porque elas são a única verdade (João 17:17).
Jesus confirma globalmente o Antigo Testamento nas suas três partes literárias: a lei de Moisés, os profetas e os salmos (Lucas 24:44).
Ele sanciona de forma antecipada a inspiração do Novo Testamento:
- Os Evangelhos “o Espírito …vos lembrará todas as coisas que eu vos tenho dito”, João 14:26;
- Os Actos e as Epístolas “o Espírito vos conduzirá em toda a verdade”, João 16:13,14;
- O Apocalipse “o Espírito… vos anunciará as coisas que hão de acontecer”, João 16:13.
Assim o testemunho de Cristo engloba toa a Escritura.

5- A actualidade do texto inspirado.
O Espírito de Deus que inspirou a Bíblia age sobre aquele que a lê (Romanos 10:17).
A Bíblia não é somente uma recolha de palavras que Deus pronunciou outrora em circunstâncias particulares. Se por um lado elas são um documento histórica, elas são muito mais do que isso. Ela permanece nos nossos dias a mensagem de Deus. Elas são a Palavra que Deus dirige hoje ao mundo. A Sagrada Escritura não passa (Mateus 24:35; 1ª Pedro 1:23).
A Escritura comunica o pensamento, as intenções, a acção, a graça, o amor e as exigências de Deus para o momento presente. Elas têm por objectivo que o homem de hoje venha a ser conforme à imagem de Cristo (cf. 2ª Tito 3:16,17).
Apesar de todos os assaltos e ataques à Bíblia, a Escritura subsiste porque ela não pode ser destruída (João 10:35; 1ª Pedro 1:23,25).

Nota:
O homem é limitado enquanto que Deus é infinito. Deste facto, as passagens bíblicas podem colocar problemas à inteligência humana que não consegue discernir o que a ultrapassa (Romanos 11:33), nem conciliar as verdades que aos seus olhos parecem excluir-se (exemplo: o Deus soberano e a responsabilidade do homem).
O crente fiel à Palavra não pode dar respostas a todas as questões que se colocam, nem dar explicações a todas as passagens difíceis da Bíblia. A Escritura afirma que contém coisas difíceis à compreensão (2ª Pedro 3:15,16).
As Escritura não contem contradições. No entanto, certas passagens parecem opor-se ao primeiro relance, a solução é descoberta quando considerada no conjunto da Escritura e lembrando-nos que a Bíblia não propõe informações detalhada sobre todos os assuntos (cf. João 21:25). Do mesmo modo a Bíblia é assertiva, afirma e não explica (exemplo: a Criação).
Pela mesma razão, não é possível tirar certas conclusões a partir dos “silêncios” da Escritura. É necessário que saibamos escutar Deus e nunca dizer o que Deus não disse. Ela tem, no entanto, tudo quanto ao arrependimento, à justificação e salvação por nosso Senhor Jesus Cristo. Ela revela tudo quanto o pecador necessita para encontrar o Caminho da Esperança.

11 de maio de 2010

O POEDR DA PALAVRA DE DEUS

INTRODUÇÃO: fizemos algumas meditações que foram muito apreciadas, depois continuamos com estudos mais "pesados", voltamos agora aos PASSOS PARA CRISTO, convido a que sigam a série de estudos que vamos postar, mandem as vossas sensibilidades e sugiram estudos que gostariam de ver postados, está bom? Deus abençoe no estudo deste tema!
“A fala é a voz do homem; o silêncio é a voz da alma; e a voz da alma é também a voz de Deus.” Aloísio Derossi

“A Bíblia é a revelação que renova o homem, ilumina a sua mente, inclina os seus desejos para o bem, enche-nos de santos afectos e prepara-nos para a vida celestial.” I. Simonetti

1. O que ignoram alguns voluntariamente?
“Pois eles de propósito ignoram isto, que pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste; pelas quais coisas pereceu o mundo de então, afogado em água.” 2ª Pedro 3:5,6.
Nota: nestes textos o apóstolo Pedro referencia o Dilúvio “que foi tirada da água”, eles os escarnecedores, de “propósito ignoram” a história do bíblica, marginalizam o cataclismos e a sua mensagem para toda a humanidade; e ao fazê-lo cerram a mente a uma realidade posterior da intervenção divina directa quando Cristo volte 2ª vez.
Pedro sublinha que se a terra foi tirada é só graças à Palavra de Deus, ele cria no mesmo poder criador no qual também os outros autores divinamente inspirados, quer dizer, a palavra pronunciada por Deus (Gén. 1:3; Sal. 33:6,9).
2. Que diz o Salmista referindo-se à Criação?
“Louvem eles o nome do Senhor; pois ele deu ordem, e logo foram criados.” Salmo 148:5.
Em linguagem poética, o salmista convida os astros a louvar o nome do Senhor, Deus criador. Que atitude devemos tomar?
3. Qual é a atitude da pessoa que tem Cristo, ou está em Cristo?
“Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” 2ª Coríntios 5:17.
Nota: Em Cristo. Esta é a definição favorita de Paulo para expressar o que é ser cristão. Ele estava unido a Cristo e a sua vida completamente submetida à influência da Palavra do Mestre. Toda a vida de Paulo movia-se numa nova esfera espiritual.
Um pecador pode ser aceite por Deus só “em Cristo” (Filipenses 3:9), e só n´Ele se mantém firme na nova vida (João 15:4,5; Gal. 2:20). As alegrias e sofrimentos, triunfos e fracassos da vida estão todos “em Cristo” (Rom. 14:17; Fil. 3:9,10). Deste modo a “nova criatura” ou “criação”, está em sintonia com tudo o que Deus fez e faz. A pessoa é transformada por uma Palavra que tem poder e que o continua a manifestar na vida actual como foi manifestado outrora no Dilúvio ou na Criação.
A nova natureza ou maneira de agir, não é o resultado de alguma virtude moral que algumas pessoas afirmam que é inerente ao homem. Há milhares de seres humanos de reconhecida moralidade que professam a fé cristã e não são “novas criaturas”. A nova natureza não é simplesmente o fruto do desejo ou de um pensamento positivo, nem sequer de uma resolução de fazer o que é correcto (Romanos 7:15-18), nem tão pouco um consentimento mental a certas doutrinas, nem uma mudança em que se abandonam uma série de opiniões ou sentimentos, nem sequer porque se sente dor pelo pecado. É o resultado da presença de um poder sobrenatural dentro da pessoa, que leva à morte para o pecado e leva a um novo nascimento. Assim renascemos à semelhança de Cristo, somos adoptados como filhos e filhas de Deus, e caminhamos por um novo caminho.
4. Como é também chamada esta nova criação?
“Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” João 3:3.
Nota: “nascer de novo”, ou “nascer do alto” (grego; ánõthen, que significa de “cima”). Esta palavra pode usar-se em qualquer sentido. É claro que Nicodemos a compreendeu no sentido de “novo” (v. 4). O sentido que Jesus lhe quer dar é um segundo nascimento, mas não é uma repetição do primeiro nascimento.
Jesus afirma perante a surpresa de Nicodemos que este novo nascimento é o único que permite “ver o reino de Deus”. para Nicodemos, um judeu respeitável estar fora do círculo da salvação, era um pensamento novo e inquietante. Dois anos e meio mais tarde (João 8:39), Jesus explicita que pertencer à linhagem de Abraão significa ter uma semelhança moral e não uma relação física. Tem você uma relação com a “religião” que o leva a pensar que verá o “reino de Deus”? ou tem essa certeza pela relação com Jesus?
5. Que poder tem a Palavra quando abrigada no coração?
“Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti.” Salmo 119:11. (ver Salmo 17:4).
6. A que exorta S. Tiago?
“E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.” Tiago 1:22
7. Qual é o resultado de fazer a vontade de Deus?
“Ora, o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus, permanece para sempre.” 1ª João 2:17.
Nota: “o mundo passa”, refere-se aos princípios que se opõem a Deus e que produzem desejos errados tais como são mencionados no verso 16.
Em contra com o “passa” encontramos o “permanece para sempre.” Para sempre (grego: eis ton aiôna), o apóstolo destaca o contrasta entre a vida transitória do que ama o mundo e a experiencia permanente do que faz a vontade de Deus. a morte pode surpreender o cristão fiel, mas este tem confiança na vida eterna e por isso pode dizer-se que permanece “para sempre”.
O que ama o mundo, ama o transitório, o que estão tão identificado com a morte e o pecado, que irremediavelmente perecerá com o mundo. Com o desaparecimento do mundo e do pecado também desaparece com eles; mas o que ama o Deus eterno, e ao seu reino eterno bem como aos seus princípios permanentes de retidão, permanecerá para sempre.

9 de maio de 2010

O DESTINO FINAL

Já vimos ao longo de todos os estudos anteriores as bênçãos que nos advêm de entregarmos a nossa vida totalmente nas Mãos d’Aquele que veio à nossa procura para nos salvar do pecado e da morte, e também de perseverarmos com a Sua ajuda numa vida de comunhão com Ele, traduzida numa existência de obediência à Sua vontade e de serviço em prol dos outros!

Uma GRANDE QUESTÃO poder-se-á agora colocar: mas, a vida cristã resume-se apenas a isto? Viveremos esta vida com maior alegria, com maior felicidade e prazer, e depois terminará tudo quando morrermos, tal como termina para todos aqueles que nunca responderam aos fortes e amoráveis apelos do seu Deus Criador?

O grande apóstolo Paulo, que já citámos várias vezes nas noites anteriores, disse o seguinte:

“Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.” (1 Coríntios 15:19).

Manifestamente, para o apóstolo Paulo, a vida cristã NÃO SE LIMITA a esta vida apenas, caso contrário os cristãos seriam os mais infelizes (ou miseráveis, segundo uma outra versão bíblica) de todos os seres humanos!

O apóstolo João disse claramente qual é o DESTINO FINAL que Jesus prometeu a todos os Seus seguidores:

“E esta é a promessa que ele mesmo nos fez, a vida eterna.” (1 João 2:25; negrito acrescentado).

Mas, QUANDO terá início essa vida eterna prometida por Cristo?

Bom, o mesmo apóstolo João diz-nos, mais à frente, na sua epístola (ou carta):

“E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida [eterna]; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida.” (1 João 5:11-12; negrito acrescentado).

A vida eterna começa, pois, num certo sentido, quando aceitamos Cristo como Salvador e Senhor das nossas vidas!

Mas se, como refere o apóstolo João, “Deus nos deu a vida eterna” (reparem que o tempo verbal está no pretérito perfeito, o que indica tratar-se de um ato que está no passado) e se, ao mesmo tempo, a vida eterna é uma “promessa” (ou seja, algo que esperamos – porque ainda não a temos), não vos parece haver aqui uma certa contradição? Não. Posso afirmar-vos que não existe aqui contradição nenhuma e, para terem a certeza disso mesmo, vamos estudar mais a fundo este assunto.

Comecemos por admitir como válido (porque é!) aquilo que o apóstolo João afirmou na segunda passagem que lemos da sua primeira epístola, ou seja, a ideia de que “Deus nos deu a vida eterna” e que “aquele que tem o Filho tem a vida [eterna] ”!

Mas perguntarão agora, e com toda a legitimidade: mas então, significa isso que depois de aceitarmos a Cristo, não morremos mais, uma vez que recebemos de Cristo o dom da vida eterna? Deixemos que a Bíblia responda a esta pergunta:

“Preciosa é aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos.” (Salmos 116:15; negrito acrescentado). Aqui a Bíblia fala da MORTE dos “santos” de Deus! Quem são esses “santos” de Deus? A melhor definição de “santos” que encontramos em toda a Bíblia é esta:

“Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.” (Apocalipse 14:12; negrito acrescentado). E o versículo seguinte acrescenta:

“Então, ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham.” (Apocalipse 14:13; negrito acrescentado).

Então fica ou não claro que os santos, isto é, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus (porque aceitaram Cristo como seu Salvador), MORREM? Sim, fica muito claro! Mas ao morrerem “no Senhor”, “preciosa é aos olhos do Senhor” essa morte! Porquê? Porque eles descansarão “das suas fadigas” e “as suas obras os acompanham”!

Mas, por que é que será dito que eles “descansam das suas fadigas”? Por uma razão muito simples! Porque na Bíblia a morte é comparada a um sono no qual descansamos “das [nossas] fadigas”, num estado de total inconsciência, até ao momento em que seremos ressuscitados por Aquele que RESSUSCITOU igualmente a Jesus Cristo, o nosso Senhor!

Todos os santos apóstolos de Jesus Cristo e, em particular o apóstolo Paulo, não se cansaram de enfatizar A CERTEZA DA RESSURREIÇÃO, certeza essa que se baseia no FACTO de que Jesus Cristo ressuscitou! Mas leiamos o que eles anunciaram e escreveram a respeito desta magnífica esperança profundamente cristocêntrica:

“Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça.” “Falavam eles ainda ao povo quando sobrevieram os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus, ressentidos por ensinarem eles o povo e anunciarem, em Jesus, a ressurreição dentre os mortos;” (Atos 4:33, 2; negritos acrescentados);

“Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem.” (1 Tessalonicenses 4:14);

“Deus ressuscitou o Senhor e também nos ressuscitará a nós pelo seu poder.” (1 Coríntios 6:14).

O apóstolo Paulo mostrou mesmo uma certa indignação por aqueles que acreditavam que Jesus Cristo tinha ressuscitado e que, apesar disso, não acreditavam na ressurreição dos mortos! Escreveu ele:

“Ora, se é corrente pregar-se que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como, pois, afirmam alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos?” (1 Coríntios 15:12).

Paulo, um brilhante intelectual, vai mesmo mais longe ao demonstrar, através de um raciocínio lógico (chamado na matemática de prova de contradição ou de redução ao absurdo, do latim reductio ad absurdum, em que se assume como verdade o contrário daquilo que se quer provar, chegando-se então a uma contradição) que é simplesmente IMPOSSÍVEL não haver ressurreição de mortos! Sigam o seu raciocínio:

“E, se não há ressurreição de mortos, então, Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé; e somos tidos por falsas testemunhas de Deus, porque temos asseverado contra Deus que ele ressuscitou a Cristo, ao qual ele não ressuscitou, se é certo que os mortos não ressuscitam. Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E ainda mais: os que dormiram em Cristo pereceram.” (1 Coríntios 15:13-18; negritos acrescentados).

Repararam na conclusão a que Paulo chega? “Se os mortos não ressuscitam”, então “os que dormiram em Cristo”, isto é, os que morreram, “pereceram”, ou seja, estão perdidos!

Realmente chega-se a um total ABSURDO quando acreditamos que Cristo ressuscitou e que os mortos não ressuscitam! E agora, sem contradições, Paulo afirma categoricamente:

“Mas, de facto, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo. Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda.” (1 Coríntios 15:20-23; negritos acrescentados).

Paulo é, portanto, claro como cristal: porque “Cristo ressuscitou dentre os mortos” DE FACTO, então, por esse “homem” “veio a ressurreição dos mortos”!

Pergunta crucial: quando ocorrerá essa “ressurreição dos mortos”? Paulo responde: aquando da “Sua vinda”, isto é, da vinda de Jesus Cristo à terra!

“Vinda de Jesus Cristo à terra”? O que é isso?

Pois bem, meus queridos amigos, A VINDA DE JESUS CRISTO À TERRA É A SUPREMA E BENDITA ESPERANÇA DE TODO O CRISTÃO! (Nota: afirmações como esta, que está em maiúsculas e a negrito, DEVEM ser colocadas no PowerPoint, para que todos possam ler!)

Esta ESPERANÇA é A ESPERANÇA DAS ESPERANÇAS! É a mais alta, a mais sublime, a mais comovente, a mais inspiradora de todas as esperanças!

Porquê? Porque então iremos ver o nosso querido Salvador face a face, tocar-Lhe, beijá-Lo, sentir o Seu caloroso abraço a nos envolver, prostrar-nos aos Seus pés com profundo respeito e adoração, em sinal da mais infinda gratidão por tudo aquilo que Ele fez por nós! Que MOMENTO NÃO SERÁ ESSE!

O apóstolo Paulo referiu-se a essa ESPERANÇA da vinda de Jesus Cristo a esta terra nestes termos:

“...aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda a iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras.” (Tito 2:13-14).

Para Paulo, “a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” em pessoa era a “bendita esperança” que ele acalentava no seu coração! Pressentindo que o seu percurso nesta terra estava quase a chegar ao fim, Paulo escreveu o seguinte ao seu jovem companheiro de ministério, Timóteo:

“Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.” (2 Timóteo 4:6-8; negrito acrescentado).

Paulo tinha a certeza absoluta de que “naquele Dia” – o “Dia” da “Sua vinda” – ele iria receber das mãos do “Senhor, reto juiz”, “a coroa da justiça”, mas não apenas ele, senão “todos quantos amam a Sua vinda”! Foi o que ele disse noutra carta:

“...assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.” (Hebreus 9:28; negrito acrescentado).

Não haveria Paulo de apelidar esse “Dia” da “Sua vinda” de “bendita esperança”! Paulo tinha todas as razões para o fazer, e sabem porquê? Porque nesse “Dia”, “a salvação” – ou seja, a sua concretização final, A VIDA ETERNA – MATERIALIZAR-SE-Á POR COMPLETO! Até lá temos a certeza da salvação, isto é, a certeza da vida eterna, mas APENAS em esperança:

“Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera?” (Romanos 8:24; negrito acrescentado);

“Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestindo-nos da couraça da fé e do amor e tomando como capacete a esperança da salvação;” (1 Tessalonicenses 5:8; negrito acrescentado).

Ficou então CLARO, que não há nenhuma contradição entre o facto de, nós cristãos, crermos que temos já hoje a vida eterna e, apesar disso, ainda esperarmos a promessa dessa mesma VIDA ETERNA? Sim, quando aceitamos Jesus Cristo como nosso Salvador recebemos logo d’Ele a salvação, ou seja, a vida eterna, mas apenas em ESPERANÇA! Essa esperança ainda não é palpável (como disse Paulo: “esperança que se vê não é esperança”), mas sê-lo-á quando se der a ressurreição dos mortos, aquando da vinda de Cristo à terra!

Mas, poderão perguntar-se: onde é que Paulo e os demais apóstolos basearam ou fundamentaram a sua ESPERANÇA na ressurreição dos mortos e na segunda vinda de Cristo à terra? A resposta é muito simples: nos ensinos e promessas feitas pelo próprio Senhor Jesus Cristo!

Relativamente à ressurreição dos mortos, eis o que Jesus afirmou:

“Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora. E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia.” (João 6:37, 39; negrito acrescentado);

“De facto, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (João 6:40; negrito acrescentado);

“Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.” (João 6:44; negrito acrescentado);

“Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.” (João 6:54; negritos acrescentados).

O facto de Jesus, no mesmo discurso (que proferiu em Cafarnaum – ver: João 6:24-25), ter afirmado não uma nem duas, mas quatro vezes que RESSUSCITARIA todos aqueles que n’Ele cressem, é bem a PROVA de que Ele queria que este assunto ficasse bem CLARO na mente dos Seus ouvintes!

Repararam igualmente no facto de que o próprio Jesus enunciou a mesma “contradição” que o apóstolo João iria enunciar posteriormente? “Quem comer a Minha carne e beber o Meu sangue”, disse Jesus, isto é, quem O integrar ou assimilar dentro de si, “tem [ato presente!] a vida eterna”, mas, apesar disso, só ressuscitará “no último dia”!

Relativamente à Sua segunda vinda a esta terra, Jesus fez uma PROMESSA, uma PREDIÇÃO e mesmo um JURAMENTO! Eis a promessa:

“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também.” (João 14:1-3; negrito acrescentado). Eis a predição:

“Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem.” “Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória.” (Mateus 24:27, 30). Eis a afirmação que Jesus fez sob um juramento que lhe pediram:

“E, levantando-se o sumo sacerdote, perguntou a Jesus: Nada respondes ao que estes depõem contra ti? Jesus, porém, guardou silêncio. E o sumo sacerdote lhe disse: Eu te conjuro pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus. Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste; entretanto, eu vos declaro que, desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.” (Mateus 26:62-64; negritos acrescentados).

Quando Jesus ascendeu ao céu, quarenta dias após a Sua ressurreição (ver: Atos 1:3), uns anjos vieram falar com os discípulos que O viam subir e disseram-lhes:

“Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos. E, estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto Jesus subia, eis que dois varões vestidos de branco se puseram ao lado deles e lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu [ou: “recebido em cima no céu”] virá do modo como o vistes subir.” (Atos 1:9-11).

Portanto, do mesmo “modo” como foi visto subir, isto é, de MODO VISÍVEL, assim será a Sua vinda! Assim “como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente” de FORMA VISÍVEL aos olhos humanos, assim será a vinda de Cristo!

Antes de terminarmos a conferência desta noite, gostaria de ENFATIZAR algo que atrás foi dito, provando a afirmação de que na Bíblia a morte é comparada a um sono no qual descansamos das nossas fadigas, num estado de total inconsciência!

O apóstolo Paulo escreveu:

“Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor.” (1 Tessalonicenses 4:13-17).

Quem são então, segundo o apóstolo Paulo, aqueles “que dormem”? Ele próprio dá a resposta: são “os mortos em Cristo”! Onde é que ele foi buscar esta ideia? Uma vez mais, ao próprio Jesus Cristo, que certa vez declarou aos Seus discípulos, a respeito da morte de um amigo deles, Lázaro, o seguinte:

“Isto dizia e depois lhes acrescentou: Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo. Disseram-lhe, pois, os discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. Jesus, porém, falara com respeito à morte de Lázaro; mas eles supunham que tivesse falado do repouso do sono. Então, Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu;” (João 11:11-14; negritos acrescentados).

Mas esta noção de que a morte é um sono já vinha dos tempos do Antigo Testamento. Reparem o que é dito, por exemplo, da morte de David:

“David descansou com seus pais e foi sepultado na Cidade de David.” (1 Reis 2:10; negrito acrescentado).

Outras versões bíblicas dizem: “David dormiu”. Bom, certamente que não se trata de um descanso ou sono normal, caso contrário ele não teria sido sepultado, certo?

Há mais 34 referências semelhantes a esta que vimos, todas elas referindo-se à morte de alguém – ver: 1 Reis 11:43; 14:20, 31; 15:8, 24; 16:6, 28; 22:40, 50; 2 Reis 8:24; 10:35; 13:9, 13; 14:16, 22, 29; 15:7, 22, 38; 16:20; 20:21; 21:18; 24:6; 2 Crónicas 9:31; 12:16; 14:1; 16:13; 21:1; 26:2, 23; 27:9; 28:27; 32:33 e 33:20. (Atenção: colocar todas estas 34 referências bíblicas – só as referências, não os textos! – no PowerPoint, para todos ficarem com a noção clara de que as provas bíblicas são abundantes!)

No Novo Testamento, Paulo, testemunhando em Antioquia, e falando de David disse que este “adormeceu, foi para junto de seus pais e viu corrupção” (Atos 13:36; negrito acrescentado).

Quanto ao estado da inconsciência na morte, a Bíblia não poderia ser igualmente mais clara:

“Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol. Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-lo conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.” (Eclesiastes 9:5-6, 10