28 de março de 2010

SABER FICAR EM SILÊNCIO

“Portanto, como diz o Espírito Santo, se ouvirdes, hoje, a Sua voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto.” Hebreus 3:7, 8.
Talvez venha a propósito citar o pensamento que diz: “Façamos silêncio a fim de podermos ouvir o sussurro de Deus.” R. Emerson
Na Epístola do apóstolo Paulo aos Hebreus encontramos três vezes esta frase: “...se ouvirdes hoje a Sua voz, não endureçais os vossos corações.” É lógico qualquer filho ou filha de Deus perguntar: “Pode o coração do crente endurecer-se à voz de Deus?”
Penso que infelizmente são muitas as vezes em que deixamos endurecer o nosso próprio coração. E isto pode acontecer sem que da nossa parte haja essa vontade, mas levados pelo ritmo apressado do corre-corre da vida, impedimos que o nosso coração deixe de bater ao ritmo da vontade de Deus.
E, endurecidos, começamos por antecipar as preocupações do dia de amanhã e a ruminar acontecimentos do nosso passado. E perdemos a capacidade de perguntar ao Senhor:
• Qual é a Tua vontade para mim hoje?
• Senhor, que pretendes de mim neste lugar?
• Tens alguma mensagem para mim neste dia?
• Dá-me o discernimento para Te ouvir e Te representar junto de alguém hoje!
A verdade é que temos permitido que as semanas, os meses e os anos passem, vivendo a nossa vida como os sonâmbulos.
Tenho um irmão que quando tinha 7 ou 8 anos era sonâmbulo. Levantava-se enquanto dormia, estendia os braços, olhos fechados e caminhava direito até bater contra qualquer coisa. Então despertava e voltava para a cama.
“E tornou o anjo que falava comigo, e me despertou, como a um homem que é despertado do seu sono.” Zacarias 4:1
Se o nosso coração não está endurecido, então é porque está adormecido. Nesse caso precisamos que o anjo do Senhor nos desperte tal como despertou Zacarias para que ele fosse o sentinela, com a função de despertar o povo que vivia indiferente, apesar de cativo.
Também nós, individualmente e como igreja, precisamos de ser sacudidos do nosso sonambulismo para compreendermos a solenidade do tempo em que vivemos.
Alguém disse que o tempo é um presente de Deus. É um presente que deve ser aproveitado hoje para hoje, tal como o maná que era recolhido cada dia na porção necessária. Somos também chamados a gerir, cada dia, o tempo como maná de Deus para nos alimentarmos da Palavra de Deus e com ela alimentarmos a nossa família, e todos quantos o Senhor coloca na nossa esfera de acção.
“Toda a gente se queixa de não ter tempo suficiente. E isto porque olha a vida só com os olhos humanos. Porque se quisermos, há sempre tempo para fazer o que Deus nos dá a fazer.” Michel Quoist