Há vinte séculos, no reino montanhoso de Sakya, actualmente
conhecido como Nepal, nasceu um jovem príncipe. Desde o seu nascimento, os seus
pais educaram-no para ocupar o trono, mas, com a idade de trinta anos, ele abandonou
os prazeres palacianos e a família para se converter num monge itinerante. Após
um período de intensa busca religiosa e de profunda luta mental, converteu-se
em Buda, o iluminado. Hoje, milhões de pessoas repetem a antiga fórmula de
oração: “Refugio-me em Buda.”
Os Cristãos estão acostumados a pensar que Jesus é
considerado como a figura suprema em todas as regiões, mas não é assim. A história
das religiões apresenta grandes figuras espirituais cujas vidas e ensinos são
hoje honrados por milhões de pessoas. A doutrina hindu dos avatares, por
exemplo, ensina que há múltiplas manifestações de Vishnu em seres terrenos. Nos
templos hindus encontram-se quadros de Ram e Krishna (avatares de Vishnu) junto
a quadros de Buda e de Mahatma Gandhi.
Nos países islâmicos, o nome de Maomé, o maior dos profetas
de Alá, tem total preferência em comparação com Jesus. Igualmente em comparação
com Jesus. Igualmente os partidários do jainismo consideram Mahavira (“o
poderoso conquistador”) como seu exemplo no caminho da salvação, enquanto os
Persas lembram os ensinos do nobre Zarathustra da antiga Pérsia.
Com que direito, então, os Cristãos enaltecem
superlativamente a figura de Jesus? Não deveria Ele ser colocado entre os
grandes mestres religiosos dos povos, em vez de ser colocado acima deles? De
modo algum. Jesus sobressai extraordinariamente em comparação com os gigantes
espirituais dos séculos. Esta não é a mera opinião particular de um Cristão. No
intercâmbio de ideias com pessoas de todos os credos, os Cristãos têm percebido
com frequência a reverente admiração que os demais têm acerca da pessoa de
Jesus.
O que exalta Jesus acima de qualquer outra figura religiosa?
Basicamente, um facto: a Sua ressurreição. O Seu nascimento, os Seus atos de
misericórdia, os Seus feitos poderosos, a Sua trágica morte, todos estes pontos
podem, de algum modo, encontrar algum paralelo nos escritos sagrados de outras
religiões. Mas na Sua ressurreição, Jesus é absolutamente único.
Buda morreu sob o peso dos anos e foi cremado pelos seus
discípulos. Zarathustra foi morto num campo de batalha. Maomé morreu na cidade
de Meca no ano 632 da nossa era. E cada uma destas religiões enfrentou um
problema crucial. Quem será o sucessor do fundador?
Jesus Cristo também morreu. Mas dentro de 36 horas que se
seguiram ao Seu sepultamento, o Seu corpo já