14 de novembro de 2011

AS SETE COISAS QUE DEUS ABORRECE

“Estas seis coisas aborrece o Senhor, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, a língua mentirosa, e mãos que derramam sangue inocente, e coração que maquina pensamentos viciosos, e pés que se apressam a correr para o mal, e testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãosProvérbios 6.16.
- "olhos altivos"- a exaltação própria impede a pessoa de confessar os seus pecados e de se humilhar diante de Deus. Persistindo nesta situação, não pode haver salvação. O altivo está excluído das portas da vida tão certamente como se Deus o odiasse (sentimento que Deus não tem, Deus não odeia, porém, não suporta o pecado), (cf. Job 21:22; Sal. 18:27).
- "língua mentirosa" - O nosso Deus é Deus da verdade. As mentiras não fazem parte do Seu caráter. A mentira de Satanás arrastou uma multidão de anjos. As mesmas mentiras transformaram o mundo num campo de batalha.
- "mãos que derramam sangue" - As mãos assassinas, o coração que transborda maldade e os pés ligeiros para fazer o mal são as formas mais activas de atacar o inocente (ver Gén. 6:5; Is. 59:7).
Deus odeia toda a maldade que gera a morte, mas detesta a maledicência. Ele execra a calúnia porque nasce no coração de lacaios, de medíocres, que só desopilam o baço quando arranham a reputação de alguém. O caluniador crava suas unhas na vida das pessoas que admira, e não nota a rejeição que provoca no coração de Deus.
- "testemunho falso" - o faslo testemunho é um mentiroso que apresenta acusações sem fundamento. Estas são as mentiras proíbidas pelo nono mandamento (Êx. 20:16). Emprega-se no perjúrio para proteger
o malfeitor e para oprimir o inocente. Quando se perverte a justiça por este tipo de cumplicidade,  os resultados para a comunidade são desastrosos.
O maldizente vasculha a intimidade dos outros; é cono uma hiena com fome de carne. Alimenta-se de notícias mal contadas, de frases retalhadas, de conversas insinuadas. Contenta-se em sussurrar. Aumenta, nunca inventa; sabe que inventar é arriscado, seguro. Infame, arrasta-se em penumbras. Escorregadio, detesta a transparência dos cristais. Prefere o lusco fusco impreciso dos crepúsculos. Sugere a dúvida com leviandade e cala-se para o siso que produziria o bem. Saliva na iminente derrocada de pessoas que inveja. Satisfeito, celebra o envenenamento que matou o desafeto que admira. Desdenha do Livro dos livros: “Não se alegre quando o seu inimigo cair, nem exulte o seu coração quando ele tropeçar…”.
O caluniador precisa de cúmplices; forma quadrilha para roubar nome. Amparado por asseclas de coração minguado, pinga veneno nas notícias duvidosas. Depois, desaparece. Basta-lhe esperar que as informações suspeitosas se espalhem pela boca rancorosa dos medíocres que lhe rodeiam. As maquinações da maldade não carecem de sua supervisão. Nunca falta gente baixa, gente que se deleita em ver uma biografia jogada na sarjeta.
A língua é um fogo. Muitas vezes acesa pelo Diabo, produz um mundo de iniquidade. Só precisa de uma fagulha para incendiar o curso de uma vida inteira. A língua maldosa faz perguntas capciosas. Sem intenção de ouvir, seu segredo é deixar no ar pontos de interrogação: “Será?”; “Foi assim mesmo?” O caluniador sabe oscilar, sordidamente, entre a piedade e a detração. Com a mesma língua bendiz a Deus e amaldiçoa a história de homens e mulheres, feitos à semelhança de Deus. Muitas vezes não consegue destruir os atos, que são objetivamente observados; parte então para questionar as intenções, subjetivas. Julga e sentencia sem qualquer parâmetro senão a sua imundície interior.
Quando David pecou, foi-lhe dado o direito de escolher a punição que sofreria. “Prefiro cair nas mãos do Senhor, pois grande é a sua misericórdia, a cair nas mãos dos homens”. Comentando essa passagem, o padre António Vieira afirmou: “O juízo dos homens é mais temeroso do que o juízo de Deus; porque Deus julga com entendimento, os homens julgam com a vontade”. Verdade! A vontade do fofoqueiro está indisposta. Duvidará sempre, seu juízo vem maculado com a peçonha que desfigura homens e mulheres em serpentes.
O despeitado que semeia contendas deve lembrar Provérbios: As palavras do caluniador são como petiscos deliciosos; descem saborosos até o íntimo. Como uma camada de esmalte sobre um vaso de barro, os lábios amistosos podem ocultar um coração mau. Quem odeia disfarça suas intenções com lábios, mas no coração abriga a falsidade. Embora a sua conversa seja mansa, não acredite nele, pois o seu coração está cheio de maldade. Ele pode fingir e esconder o seu ódio, mas a maldade será exposta em público. Quem faz uma cova, nela cairá; se alguém rola uma pedra, esta rolará sobre ele – (26.22-27).