15 de setembro de 2011

O PERDÃO DE DEUS

Não havia impressões digitais. Nenhuma arma foi descoberta. Ninguém viu o assassino entrar no consultório do médico. Ninguém nem mesmo ouviu os tiros sendo disparados. Mas o médico foi encontrado estirado no chão atrás de sua escrivaninha. Cinco balas foram disparadas e roubaram-lhe a vida.
Isso parecia um crime perfeito. A polícia, a princípio, não conseguiu encontrar nenhuma pista. Mas então, percebeu-se um pequeno fio preso a um porta-lápis em cima da escrivaninha. O fio levava a um toca-fitas que se encontrava dentro de uma gaveta da escrivaninha. Foi descoberto que o porta-lápis na realidade ocultava um microfone que o médico usava para gravar as suas conversas com os pacientes durante as sessões de aconselhamento.
Os investigadores rapidamente rebobinaram a fita e, para surpresa geral, começaram a ouvir uma repetição do crime. Um homem de nome António entrara no escritório e começara uma acalorada discussão com o médico. Tiros foram disparados. A fita terminava com os terríveis gemidos do médico que acaba morto na carpete.
Cada detalhe macabro tinha sido gravado. O assassino pensou que o seu crime permaneceria para sempre em segredo. Ele tinha sido cuidadoso em não deixar pistas. Mas a fita contou toda a história.
Nesta estudo, iremos aprender sobre o julgamento final de Deus, quando todos os seres humanos serão "julgados de acordo com o que" têm feito (Apocalipse 20:12). Para aqueles que não aceitaram a Cristo como seu Salvador, essas serão notícias péssimas. Mas o julgamento é uma notícia maravilhosa para aqueles
que encontraram segurança em Cristo.
1. COMO PODE ENFRENTAR O JULGAMENTO SEM TEMOR
Quem julgará o mundo?
"O Pai a ninguém julga, mas confiou todo o julgamento ao Filho". João 5:22 (A não ser quando indicado, todos os textos bíblicos da série DESCOBERTAS BÍBLICAS são da Nova Versão Internacional da Bíblia [NVI].).
Como a cruz preparou Cristo para se tornar o nosso Juiz?
"Deus O [a Jesus] ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça... a fim de ser JUSTO E JUSTIFICADOR daquele que tem fé em Jesus". Romanos 3:25, 26
A morte de Cristo em nosso favor O capacita para agir tanto como justo Juiz quanto como um gracioso Justificador, que pode perdoar o pecador arrependido. Quando a audiência do universo faz a pergunta: "Como um juiz imparcial pode declarar que uma pessoa culpada é inocente?" Cristo responde apontando para as cicatrizes de Suas mãos. Ele já pagou o preço justo por nossos pecados em Seu próprio corpo.
Os livros do céu preservam um registro de cada vida individual, e esses registros são utilizados no julgamento (Apocalipse 20:12). Isso é notícia ruim para aqueles que imaginam que seus pecados e crimes secretos nunca serão revelados. Mas há notícias maravilhosas para aqueles que aceitaram sinceramente a Cristo como seu Advogado no céu: "O sangue de Jesus... nos purifica de todo pecado" (I João 1:7).
O que Jesus oferece em troca de nossa vida de pecado?
"Deus tornou pecado por nós Aquele [Cristo] que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus". II Coríntios 5:21
Nossa vida de pecado é trocada pela vida perfeita de justiça de Cristo. Por causa da vida sem pecados e da morte de Jesus, Deus pode nos perdoar e nos tratar como se nunca tivéssemos pecado.
O que qualifica Jesus para ser nosso Advogado e Juiz?
2. CRISTO VEIO NO TEMPO CERTO
No Seu batismo, Jesus foi ungido pelo Espírito Santo:
"Assim que Jesus foi batizado, saiu da água. Naquele momento o céu se abriu, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre Ele. Então uma voz dos céus disse: 'Este é o meu Filho amado, em quem me agrado'". Mateus 3:16, 17
Após a unção de Cristo pelo Espírito Santo em Seu batismo, os discípulos anunciaram:
"Achamos o Messias". João 1:41
Os discípulos sabiam que a palavra hebraica para "Messias" e a palavra grega para "Cristo" ambas significavam "o Ungido".
Lucas, um discípulo de Jesus, registrou a data da unção de Jesus como o Messias: o décimo quinto ano de Tibério César (Lucas 3:1). Para nós, isso seria o ano 27 AD.
Mais de 500 anos antes da vinda de Jesus, o profeta Daniel predisse que Jesus seria ungido como Messias no ano 27 AD:
"A partir da promulgação do decreto que manda restaurar e reconstruir Jerusalém até que o Ungido... venha, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas". Daniel 9:25
Sete semanas e sessenta e duas semanas perfazem um total de sessenta e nove semanas ou 483 dias (7 x 69 = 483 dias). Na profecia bíblica, o simbolismo de um dia equivale a um ano (Ezequiel 4:6; Números 14:34). Logo, os 483 dias são iguais a 483 anos. Daniel predisse que um decreto seria promulgado para restaurar e reconstruir Jerusalém, exatamente 483 anos depois desse decreto, o Messias apareceria.
Será que Jesus apareceu como Messias no tempo predito? Artaxerxes promulgou o decreto para reconstruir Jerusalém em 457 AC (Esdras 7:7-26). Os 483 dias, então, terminaram no ano 27 AD (457 AC + 27 AD = 484. O decreto foi promulgado durante o ano 457 e Cristo foi ungido durante o ano 27 AD, fazendo com que ambos sejam contados parcialmente, por isso o tempo correto seria 483 anos).
No tempo exato que havia sido predito, no ano 27 AD, Jesus apareceu com a mensagem: "O tempo é chegado". A precisão do cumprimento dessa profecia bíblica é uma confirmação impressionante que Jesus de Nazaré verdadeiramente é o Messias, o Deus encarnado em forma humana.
Por quanto tempo Jesus confirmaria a promessa?
"Com muitos Ele fará uma aliança [promessa] que durará uma semana". Daniel 9:27, primeira parte.
Quando aplicamos o princípio dia-ano, essa semana seria de sete anos. Por isso, por sete anos, de 27 a 34 AD, Jesus faria "uma aliança" ou promessa. Ele tinha feito essa promessa a Adão e Eva pouco depois de terem pecado. Deus fez uma aliança, uma promessa, que Ele salvaria a raça humana do pecado através da morte de Alguém que seria enviado para morrer por nossos pecados (Gênesis 3:15).
O que deveria acontecer no meio da sétima semana?
"No meio da semana Ele dará fim ao sacrifício e à oferta". Daniel 9:27, última parte.
Jesus foi crucificado em 31 AD, no "meio da semana". No momento da morte de Cristo, Deus rasgou "o véu do templo... de alto a baixo". (Mateus 27:51). A oferta sacrifical que estava próxima de ser sacrificada (um símbolo de Jesus, "o Cordeiro de Deus") escapou das mãos do sacerdote. Esse era um sinal de que Deus não desejava mais que a humanidade oferecesse sacrifícios de animais. Ao cumprir a profecia ao pé da letra, Jesus pôs um fim na necessidade de outros sacrifícios serem oferecidos. Desde a morte de Cristo, as pessoas ganharam acesso a Deus não através de sacrifícios animais e sacerdotes humanos, mas através do Messias, o Cordeiro de Deus e nosso Sumo Sacerdote.
3. A CERTEZA DO PERDÃO DOS PECADOS
De acordo com a profecia de Daniel, por que Jesus morreu?
"O Líder de Deus [o Ungido] será morto injustamente". Daniel 9:26, Versão Nova Tradução na Linguagem de Hoje.
Em Sua morte na cruz, Jesus foi morto injustamente. Ele morreu não para pagar o preço do Seu próprio pecado, mas para pagar o preço dos pecados do mundo inteiro.
Como podemos saber que todos os nossos pecados são perdoados por Deus?
"Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que crêem... TODOS PECARAM... [e são] JUSTIFICADOS gratuitamente POR SUA GRAÇA, por meio da redenção que há em Cristo Jesus... MEDIANTE A FÉ, PELO SEU SANGUE". Romanos 3:22-25
Os pontos chaves nesses versos são: "Todos pecaram" mas por causa da "graça" de Deus, todos são "justificados", mediante a "fé" no poder purificador do "sangue" de Cristo. Quando somos justificados, Deus nos declara inocentes, eliminando a culpa de nossos pecados passados. E Deus nos declara justos; "justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo".
Todos nós que estamos exaustos pela busca de sermos suficientemente bons, a fim de nos elevarmos a nós mesmos, podemos encontrar descanso real na aceitação graciosa de Cristo. Ele promete: "Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso" (Mateus 11:28). Todos nós que estamos sobrecarregados pelas cicatrizes do passado e pelas dores de um sentimento de inadequação e vergonha podemos encontrar paz e completude em Cristo.
4. O COMEÇO DO TEMPO DE JULGAMENTO
No oitavo capítulo de Daniel, um anjo mostrou ao profeta um grande panorama do futuro. Daniel viu (1) um carneiro, (2) um bode, e (3) saindo de um dos chifres do bode, "um pequeno chifre que logo cresceu em poder" (Daniel 9:8, 9); símbolos representando (1) Medo-Pérsia, (2) Grécia, e (3) Roma (Daniel 8:1-12, 20-26).
Qual é a quarta parte da profecia?
"'Quanto tempo durarão os acontecimentos anunciados por esta visão? Até quando será suprimido o sacrifício diário...?' Ele me disse: 'Isso tudo levará duas mil e trezentas tardes e manhãs [em Hebraico, dias]; então o santuário será reconsagrado [purificado]'". Daniel 8:13, 14
Daniel desmaiou antes que o anjo pudesse explicar a parte da profecia sobre os 2.300 dias, e o oitavo capítulo termina sem a interpretação da mesma. Porém, mais tarde, o anjo reapareceu e disse:
"Preste atenção à mensagem para entender a visão: Setenta semanas estão decretadas [em Hebraico, separadas] para o seu povo e sua santa cidade a fim de acabar com a transgressão, dar fim ao pecado, expiar as culpas". Daniel 9:22
Os 2.300 dias, claro, são 2.300 anos, cada dia representando um ano (Ezequiel 4:6). Setenta semanas, ou 490 anos, constituiu a primeira parte do período de 2.300 anos. Ambos os períodos começaram no ano 457 AC, quando a Pérsia promulgou o decreto "para restaurar e reconstruir Jerusalém". Subtraindo 490 anos dos 2.300 anos, sobram 1810. Somando 1810 anos a 34 DC, que foi a data que terminaram os 490 anos, isso nos leva a 1844 AD.
5. O SANTUÁRIO CELESTIAL PURIFICADO - UM JULGAMENTO
O anjo disse a Daniel em 1844, no final dos 2.300 dias, "o santuário será purificado" (Daniel 8:14, Almeida Revista e Atualizada, 2a edição). Mas o que significa isto? Desde o ano 70 AD, quando os romanos destruíram o templo em Jerusalém, o povo de Deus não tem um templo na terra. Por isso, o santuário a ser purificado, tendo começado em 1844, teria que ser o santuário celestial do qual o santuário terrestre era uma réplica.
A actividade de Cristo por nós no santuário tem duas fases: (1) Os sacrifícios diários concentravam-se no ministério do sacerdote no primeiro compartimento do santuário, o Lugar Santo. (2) O sacrifício anual concentrava-se no ministério do Sumo Sacerdote no segundo compartimento, o Lugar Santíssimo (Levítico 16).
No santuário terrestre, quando as pessoas confessavam seus pecados a cada dia, o sangue dos animais mortos era aspergido nas pontas do altar, e então transferido para o Lugar Santo (Levítico 4 e 6). Assim, simbolicamente, dia após dia, os pecados confessados eram trazidos para o santuário e depositados ali.
Então, uma vez por ano, no Dia da Expiação, o santuário era purificado de todos os pecados confessados durante o ano que tinha passado (Levítico 16). Para efetuar essa purificação, o Sumo Sacerdote fazia um sacrifício especial de um bode consagrado. Ele então levava o sangue do bode para o Lugar Santíssimo e aspergia esse sangue de purificação diante da tampa da arca, para mostrar que o sangue de Jesus, o Redentor vindouro, pagaria o preço pelos pecados. O Sumo Sacerdote então, simbolicamente, removia os pecados confessados do santuário e os transferia para outro bode, que era levado para fora do acampamento, para morrer no deserto (Levítico 16:20-22).
Essa cerimónia anual do Dia da Expiação purificava o santuário do pecado. O povo considerava esse dia como um dia de julgamento, pois aqueles que se recusassem a confessar seus pecados eram considerados pecadores e eram eliminados do povo de Deus. (23:29).
O que o sumo sacerdote simbolicamente fazia uma vez por ano, Jesus fará uma vez por todas como nosso Sumo Sacerdote (Hebreus 9:6-12). No grande dia do julgamento, Ele removerá do santuário os pecados confessados de todos os que O aceitaram como Salvador. Se tivermos confessado os nossos pecados, Ele irá apagar para sempre os registos dos nossos pecados naquele dia (Atos 3:19). Esse ministério é o trabalho de julgar que Jesus deu início em 1844.
Em 1844 quando a hora do julgamento de Deus começou no céu, uma mensagem sobre essa hora do julgamento começou a ser pregada pelo mundo (Apocalipse 14:6, 7). Uma lição futura das DESCOBERTAS BÍBLICAS tratará dessa mensagem.
6. ENFRENTANDO O REGISTO DA SUA VIDA NO JULGAMENTO
Desde 1844, Cristo, como Juiz, tem estado a verificar os registos da vida de cada pessoa que já viveu nesta terra, para confirmar quem será salvo quando Jesus vier. Como nosso Juiz, Jesus cancelará todos os pecados dos juntos dos registos celestiais (Atos 3:19).
Quando o nosso nome aparecer no julgamento, será fácil enfrentar o registo da sua vida, caso tenha aceite Cristo como o seu Substituto. Quando o julgamento dos justos tiver terminado, Jesus voltará para recompensá-los (Apocalipse 22:12, 14).
Está você pronto para a volta de Jesus? Ou ainda há alguma coisa que você tem mantido em segredo dEle? Busque ter um relacionamento pessoal e honesto com Aquele que promete:
"Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça". I João 1:9
Confissão simplesmente significa concordar em enfrentar os nossos pecados, aceitar o perdão de Deus, e reconhecer a nossa necessidade do Seu poder e graça.
Enquanto estava a visitar a prisão de Potsdam, o Rei Frederico William I ouviu um grande número de pedidos de perdão. Todos os prisioneiros juravam que juízes preconceituosos, testemunhas falsas, ou advogados sem escrupulos eram responsáveis pela suas prisão. Indo de cela em cela, o rei ouvia a mesma história de inocência.
Mas, numa cela, um prisioneiro não disse nada. Com surpresa, Frederico brincou: "Eu suponho que você também é inocente".
"Não, Majestade", o homem respondeu. "Eu sou culpado e mereço tudo o que está a acontecer comigo".
O rei virou-se para o guarda e falou em voz alta: "Rápido, libertem esse malandro imediatamente, antes que ele corrompa esse grande número de cavalheiros inocentes que aqui estão".
Como você está preparar-se para o julgamento? Como estamos a preparar-nos para a vinda de Cristo? O fundamental é confessar honestamente e sinceramente a verdade: "Eu mereço totalmente a penalidade da morte pelos meus pecados, mas Outro tomou o meu lugar e deu-me um perdão maravilhoso".
Faça um compromisso agora mesmo de que independente do que lhe aconteça o seu relacionamento com Cristo há de ser honesto e sincero, e proveniente do fundo do seu coração.