27 de abril de 2010

CRISTO EM TODA A ESCRITURA

“Na Sua juventude, a madrugada e o crepúsculo vespertino muitas vezes O encontravam sozinho ao lado da montanha ou entre as árvores da florestas, passando uma hora silenciosa de oração e estudo da Palavra de Deus. Durante o Seu ministério, a grande familiaridade com as Escrituras testificam da Sua diligencia no estudo delas.” Educação, p. 184 – E.G.White.
1. De quem disse Cristo testificam as Escrituras?
R.: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim.” João 5:39.
Nota: “Examinai as Escrituras do Velho Testamento; porque elas testemunham de Cristo. Encontrá-l´O nelas é o verdadeiro e legítimo fim do seu estudo. Ser capaz de interpretá-las como Ele as interpretou é o melhor resultado de todo estudo bíblico.” Deão Alford.
“Examinais” esta passagem pode traduzir-se como uma simples afirmação: “Examinai as Escrituras”, ou como uma ordem: “Examinai as Escrituras!” O contexto parece indicar que o mais provável é uma simples declaração. Havia a ideia entre os judeus de uma crença que o conhecimento da lei garantia ao homem a vida eterna. Por exemplo, Hilel, rabino do século I a.C., afirmou “Quem tenha entesourado para si as palavras da Tora, adquiriu para si a vida do mundo futuro.” (Misnhah Aboth 2.7). Jesus refere-se a esta crença para lhes recordar que as Escrituras nas quais pensavam encontrar vida eterna eram precisamente os escritos que testemunhavam a Seu favor.
Jesus, simultaneamente, está a dizer se eles as tivessem analisado com os olhos da fé, teriam estariam preparados para O reconhecer como o Messias.
2. De quem escreveram Moisés e os profetas?
R.: “Felipe achou a Natanael, e disse-lhe: Acabamos de achar aquele de quem escreveram Moisés na lei, e os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José.” João 1:45.
Helen Spurrel exprimiu o seguinte desejo para quem lesse a sua tradução da Bíblia: “Que muitos exclamem, como fez a tradutora ao estudar numerosos textos do original: ´Achei o Messias!´”
3. Que palavras dirigiu Jesus aos discípulos?
R.: “Então ele lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para crerdes tudo o que os profetas disseram! Porventura não importa que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicou-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras.” Lucas 24:25-27. (cf. Lucas 24:44).
Nota: Jesus chama aos discípulos “néscios” ou “insensatos”, quer dizer “com falta de inteligência”. Poderiam ter visto logo a verdade se os seus preconceitos não os tivessem embutido os seus entendimentos sobre os ensinamentos das Escrituras.
4. Onde encontramos na Bíblia a promessa do Redentor?
R.: “Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isso, maldita serás tu dentre todos os animais domésticos, e dentre todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida. Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Génesis 3:14,15.
Nota: v.14 – A maldição do pecado é colocado não só sobre a serpente, mas também, sobre toda a criação animal, mesmo se a maldição sobre ela é maior que sobre os seus congéneres. A serpente, era o mais inteligente e belo das criaturas, ficou agora privada das asas e condenada, dali em diante, a arrastar-se sobre o pó.
Não se deve pensar que os animais irracionais foram alvos da ira de um Deus vingativo. Esta maldição foi para o benefício de Adão, um meio de o impressionar com a abrangência do pecado. Deve ter-lhe provocado intenso sofrimento contemplar essas criaturas – esperado que era que ele seria o seu protector – carregar os resultados do seu pecado. Sobre a serpente, que se tinha convertido para sempre no símbolo do mal, caiu uma maldição mais pesada; não tanto para que sofresse, mas para que também pudesse ser para o homem um símbolo dos resultados do pecado. Não é de admirar que a maioria dos seres humanos sentem repugnância e temor na presença de uma serpente.
“Porei inimizade”. Aqui o Senhor deixa de se dirigir à serpente literal que tinha falado a Eva, para pronunciar juízo sobre o diabo, a “antiga serpente”. Este juízo, expresso em linguagem profética, tem a Igreja cristã compreendido como uma predição sobre a vinda do Libertador.
“esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” - (ferir/shuf) – Esta palavra significa “esmagar”. É evidente que esmagar a cabeça é muito mais grave do que ferir o calcanhar “da semente da mulher” (Apocalipse 12:1-5; cf. Gálatas 3:16,19); foi Ele que veio desfazer as obras do diabo (Heb. 2:14; 1ª João 3:8).
A “semente” está no singular, indicando que não é uma multidão de desobedientes da mulher os que, em conjunto, se ocuparão em “esmagar” ou “ferir” a cabeça da serpente, mas um só individuo realizará essa obra.
Estas observações mostram claramente que neste anúncio está condensado a história do grande conflito entre Cristo e Satanás, uma batalha começou no céu (Apocalipse 12:7-9), continuou na terra, onde Cristo mais uma vez venceu Satanás (Hebreus 2:14), e terminará finalmente com a destruição do mal no final do milénio (Apocalipse 20:10). Cristo não saiu ileso desta batalha. Os sinais dos cravos nas suas mãos e pés, a cicatriz no lado serão um memorial eterno da tremenda luta na qual a serpente feriu a semente da mulher (João 20:25; Zacarias 13:6).
5. Em que palavras foi esta promessa renovada a Abraão?
R.:” ... na tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz.” Génesis 22:18 (cf. Gén. 26:4; 28:14).
6. A quem se referia esta semente prometida?
R.: “Ora, a Abraão e a seu descendente foram feitas as promessas; não diz: E a seus descendentes, como falando de muitos, mas como de um só: E a teu descendente, que é Cristo.” Gálatas 3:16.
Nota: “seu descendente” ou “semente” o propósito do pacto de Deus com Abraão era a vinda do Messias e a salvação dos homens; todas as outras promessas eram acessórias. Havia grandes bênçãos para os Israelitas se cooperavam com Deus; mas infelizmente não cumpriram com a sua parte; por esta razão perderam o direito a desempenhar a sua missão como instrumentos do céu para a salvação do mundo. Apesar de tudo, Deus com imensa paciência superou os seus fracassos de tal maneira que o Messias veio à terra na plenitude dos tempos da descendência de Abraão.
• Ver Isaías 53.
• Ver Zacarias 11:12; Mateus 26:15.
• Salmo 22:1; Mateus 26:46.
• Salmo 31:5; Lucas 23:46
• Salmo 16:10; Actos 2:25-31.
• Salmo 98:8,9.
• Salmo 50:3-5.
7. Que é Cristo para o que foi renovado à imagem de Deus?
R.: “...onde não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo ou livre, mas Cristo é tudo em todos.” Colossenses 3:11.
Nota: Na vida cristã desaparecem todas as distinções e nacionalidade (Romanos 1:6; 10:12; Gálatas 3:28). Paulo repete esta verdade em todas as suas epístolas. Não há raças, nem escravos, não há barreiras sociais na esfera de Cristo, tanto mais é evidente, quanto permitamos que a energia criadora e redentora de Deus nos faça novas criaturas, porque pela sua vida, Cristo estabeleceu uma religião sem castas, graças à qual judeus e pagãos, livres e escravos estão unidos por um vinculo fraternal e de igualdade diante de Deus.
Não pode haver rivalidades ou inimizades entre os membros do corpo de Cristo. Jesus pertence a todos os seus santos. Ele é o ideal, a meta para a edificação do carácter de cada um, e também é o meio pelo qual unicamente se pode alcançar essa fraternidade de vencedores.