Resiliência – a capacidade
de lidar com conflitos
Texto bíblico: “De sorte que somos embaixadores da parte de
Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que
vos reconcilieis com Deus.” 2ª Cor. 5:20
O texto diz: “somos embaixadores da parte de Cristo”. Já
reparou que parece que algumas pessoas têm tudo de forma mais fácil ou
conseguem passar por problemas sem nenhum “arranhão” enquanto outras parecem
ter uma vida acompanhada de sofrimentos? Por que razão acontece assim? Será
injustiça divina? Fraqueza emocional?
O embaixador é uma pessoa cheia de dignidade e experiencia e
por essa razão investida de autoridade. Os embaixadores de Cristo tornam-se por
se terem unido a Ele na Sua causa (ver Atos 14:23). Distinguem-se pela sua
fidelidade (1 Cor. 4:12); 1 Tim. 1:12), a sua compreensão pessoal das grandes verdades do Evangelho
resulta da experiencia e, diligencia no estudar, em orar, em ganhar almas e na
edificação da igreja.
Texto bíblico: “E tudo isto provém de Deus, que nos
reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da
reconciliação.” 2ª Cor. 5:18.
O texto diz: “nos deu o ministério da reconciliação.” Não
sei se você já ouviu falar em resiliência. Resiliência é a capacidade de passar
por conflitos e ficar bem, sem grandes prejuízos. A pessoa passa por problemas,
mas não sucumbe a eles. Algumas pessoas são naturalmente mais resilientes do
que outras e, por isso, acabam sofrendo menos, não por causa de uma menor
“quantidade” de sofrimentos, mas por não se debilitar tanto ao passar por eles
e, assim, consegue viver bem. Pessoas que são mais sensíveis ao sofrimento e
cuja capacidade de lidar com eles é menos desenvolvida e natural são mais
prováveis de sofrerem mais porque “mergulham” mais a fundo naquilo que
aconteceu de ruim, concentram-se mais nos problemas. Portanto, uma primeira
questão é esta: a diferença de atitude das pessoas com relação ao sofrimento.
A palavra “reconciliação” no NT é katallagé, “mudança”, “reconciliação”,
significa contar de novo com o favor de Deus (Rom. 5:1,10; Col. 1:20). A ideia
da reconciliação com Deus implica que no passado Deus e o homem desfrutavam de
comunhão mútua, e que se separaram (Rom. 8:7), que Deus tomou a iniciativa para
reconciliar o homem com Ele. Essa iniciativa dá ao ser humano reconciliado
resiliência ou seja capacidade para ficar do lado d´Ele.
Texto bíblico: “Porque todos devemos comparecer ante o
tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio
do corpo, ou bem, ou mal.” 2ª Cor. 5:10. O juízo final é necessário para
defender e justificar o carácter e a justiça de Deus (Sal. 51:4; Rom. 2:5;
3:26). O carácter de Deus requer que finalmente os que foram embaixadores,
representaram O seu carácter sem recompensados.
Muitos podem pensar, que é injustiça algumas pessoas terem
uma maior capacidade para lidar com problemas do que outras. No entanto, mesmo
pessoas que não têm esta capacidade naturalmente desenvolvida podem
desenvolvê-la, colocando em prática algumas atitudes diante do sofrimento
(experimentar a dor, falar sobre o que dói, abstraírem-se da dor após já ter
falado sobre ela, desenvolver novas atividades e não ficar somente concentrado
nos sentimentos, ter fé, ajudar alguém através da empatia, se concentrar na
solução do problema, e não no problema em si). Estes são alguns fatores
individuais que influenciam no sofrimento de uma pessoa. Levam esta pessoa não
a ser um estóico (http://pt.wikipedia.org/wiki/Estoicismo ) mas alguém
consciente que o sofrimento do qual padece não tem causa em Deus e por isso
dignifica o Senhor que tudo fez para estar ao lado (João 3:16).
Texto bíblico: “E não somente isto, mas também nos gloriamos
em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a
reconciliação.” Romanos 5:11.
O texto diz: “nos gloriamos em Deus”. Na verdade, não temos
nada em nós mesmos nada de que gloriarmo-nos (Rom.3:27; 4:2), mas sim uma
grande razão para que nos gloriemos em Deus, especialmente na perspertiva do
seu amor salvador (Jer. 9:23,24; Rom. 5:5-10; 1 Cor. 1:31; 2 Cor. 10:17). É verdade
que existem outros fatores que interferem, também, no sofrimento de uma pessoa
além dos fatores individuais, que são os fatores familiares. Como a família (as
pessoas que estão ao redor) lidam com o sofrimento? São empáticas ao sofrimento
daquele membro da família que está sofrendo? Ajudam? Se disponibilizam a
ouvi-lo a fim de que ele se alivie? Dão suporte de alguma forma? Colaboram para
que aquela pessoa alimente os pensamentos negativos, compartilhando pensamentos
e crenças também negativas? Se une à pessoa para encontrarem uma solução ou
permite que ela viva o problema sozinha? Então, as atitudes de quem está ao
redor da pessoa que está sofrendo por alguma questão, somado à forma como ela
mesma é (os fatores individuais), influenciarão no alívio ou na piora do
sofrimento dela.
Texto bíblico: “E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um
corpo, matando com ela as inimizades.”
Ver “reconciliar ambos com Deus”, gr., apokatalásso, forma
intensiva de katalássõ. Com esta figura o apóstolo refere-se particularmente à
igreja cuja cabeça é Cristo (1:22). A mesma ideia se encontra na expressão “novo
homem” (verso 15) e na palavra “corpo” (Ef. 1:23).
Se alguma vez se sentir maltratado/a leia Isaías 53:5, pode
ler também João 1:29, ou 1ª Pedro 2:34 e terminar com Col. 1:21,22. E então,
compreenderá qual o seu papel como resiliente/embaixador.
Lembre-se: E, fora
estes fatores, está o fato em si que trouxe o sofrimento. Há perdas mais
drásticas do que outras. No entanto, por mais que haja sofrimentos piores (por
exemplo: morte de alguém comparado a um desemprego – as pessoas tendem a sofrer
mais pela morte de alguém próximo do que a um desemprego, apesar de sofrerem,
também, por causa de um desemprego), tem-se observado que não são os fatos em
si que são os principais determinantes do grau de sofrimento da pessoa, e sim
como a própria pessoa é e, portanto, como ela encara o problema.