1 de setembro de 2013

A PESSOA DO ESPIRITO SANTO

João 14.16 (para este estudo necessita de ter uma Bíblia para consultar ou pode baixar uma Bíblia da Internet – Google)
Pneumatologia é o estudo da doutrina bíblica sobre a pessoa do Espírito Santo. E se existe uma doutrina na Bíblia que precisamos estudar é esta! Há muitos estudos sobre a pessoa do Pai e do Filho, mas poucos estudos sobre a pessoa do Espírito. Desses poucos, a maioria é de natureza apologética, onde pessoas apenas usam os textos para defender ou atacar práticas espirituais.
Precisamos estudar a doutrina bíblica da pessoa e da obra do Espírito Santo por três motivos básicos: primeiro porque ela se encontra na Bíblia e deve ser conhecida e praticada; segundo porque é por intermédio do conhecimento, iluminação, enchimento e ação do Espírito que crescemos espiritualmente; e terceiro porque há muitos ensinos equivocados e confusos sobre esta doutrina.
Oremos e nos submetamos humildemente ao ensino da Palavra de Deus.
1. O Espírito Santo na trindade
Para conhecermos a pessoa do Espírito Santo começaremos pela Doutrina da Trindade. Há um único Deus verdadeiro que subsiste em três pessoas: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.
Podemos resumir a doutrina: O Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade, procedente do Pai e do Filho, da mesma substância e igual em poder e glória, e deve-se crer n´Ele, amá-Lo, obedecê-Lo e adorá-Lo, juntamente com o Pai e o Filho, por todos os séculos. (Mt 3.16-17; Mt 28.19; 2 Co 13.13; João 15.26; 16.13-14; 17.24).
No Antigo Testamento há várias referências ao Espírito Santo, principalmente naqueles textos que sugerem a doutrina da Trindade. No primeiro versículo da Bíblia (Gén 1.1), a palavra hebraica para "Deus" é usada no plural. Em Génesis 1.2, o Espírito é expressamente mencionado.
Deus também se refere a Si mesmo no plural (Gén 1.26; 11.7) e, pelo menos, em um lugar as três pessoas da Trindade são mencionadas juntas (Is 48.16).
Vários dos títulos atribuídos ao Espírito Santo podem ser encontrados no Antigo Testamento (SI 51.11; Zc 12.10; Jó 33.4).
O Espírito aparece de forma ativa na obra da criação: a) Ele foi ativo na criação do universo – Gn 1.2; Is 40.12-13; Jó 26.13; b) Ele foi ativo na criação do homem – Jó 33.4; c) Ele está ativo na preservação da natureza – S1104.10-30; Is 40.7).
Dois aspectos importantes da identidade do Espírito Santo são a sua divindade e a sua personalidade.
2. A Divindade do Espírito Santo
Por divindade do Espírito Santo se entende que Ele é um com Deus, fazendo parte da Divindade, Co-igual, Co-eterno e consubstancial com o Pai e com o Filho. (Mt 28.19; Jo 14.16).
Podemos constatar sua divindade nos títulos e nomes que lhe são atribuídos: o Espírito de Deus (Gn 1.2); o Espírito do Senhor (Lc 4.18; At 5.9); o Espírito de nosso Deus (1 Co 6.11); o Espírito do Deus vivente (2 Co 3.3); o Espírito de Cristo (Rm 8.9); o Espírito de seu Filho (Gl 4.6); o Espírito de santidade (Rm 1.4); o Santo (1 Jo 2.20); o Espírito eterno (Hb 9.14); o Espírito da vida (Rm 8.2); o Espírito da Verdade (Jo 14.17); o Consolador (Jo 14.16).
No que se refere às obras divinas, devemos entendê-las didaticamente, da seguinte maneira: O Pai é a origem da qual elas começam; o Filho é o meio pelo qual elas acontecem, e o Espírito é o executivo pelo qual elas são realizadas ou aplicadas.
São atributos do Espírito Santo: eternidade (Hb 9.14), omnipotência (Gn 1.1-2), omnipresença (SI 139.7-8), omnisciência (1 Co 2.10), soberania (Jo 3.8), santidade (Mt 28.19) e vida (Rm 8.2).
As obras de Deus são atribuídas também ao Espírito Santo: criação (Jó 33.4), inspiração das Escrituras (2 Pe 1.21), encarnação de Cristo (Mt 1.18) e ressurreição (Rm 8.11). Portanto, sem dúvida alguma o Espírito Santo é Deus.
3. A Personalidade do Espírito Santo
Personalidade significa o caráter do que é pessoal, a individualidade psicológica de uma pessoa que se manifesta em seu comportamento ou o conjunto dos traços físicos e morais pelos quais se determina a individualidade de uma pessoa.
O Espírito Santo é uma pessoa. A Bíblia demonstra isso de várias maneiras:
3.1. Argumentos gramaticais. Em João 14.16 lemos: E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco. A expressão "outro Consolador" indica que o Espírito Santo é alguém como Jesus, uma personalidade distinta do Pai e do Filho.
Apesar do substantivo "espírito", "pneuma" na língua grega, ser do gênero neutro, ele é sempre, ao se referir ao Espírito Santo, acompanhado por um pronome pessoal masculino: Jo 15.26; 16.7-8, 13-14.
3.2. Argumentos pessoais. A Bíblia sempre apresenta o Espírito Santo como uma pessoa, atribuindo-Lhe traços de personalidade: inteligência (1 Co 2.10-11; Rm 8.27), vontade (1 Co 12.11; At 13.1-3) e emoções ou sentimentos (Ef 4.30; Rm 15.30). Ele age como uma pessoa: fala (Ap 2.7), intercede (Rm 8.26), testemunha (Jo 15.26), ensina (Jo 16.12-14), chama e envia pessoas (At 20.28), convence (Jo 16. 8), guia e orienta (At 16.6-7).
Outras provas da personalidade do Espírito são que uma pessoa pode blasfemar (Mt 12.31), mentir (At 5.3), tentar (At 5.9), resistir (At 7.51) e obedecer ao Espírito (At 13.2-3).
4. A Obra do Espírito Santo
A posição mais aceita é aquela que classifica em obra geral à parte da redenção e obra específica na aplicação da redenção. Alguns chamam de o Espírito agindo na criação.
Entendemos, porém, que a obra do Espírito tem como marco divisor o cumprimento da promessa do derramar do Espírito – Atos 2. Podemos dividir a obra em Antes do Pentecostes (AP) e Depois do Pentecostes (DP). Observamos que antes do pentecostes o Espírito atuou na criação do universo e do homem (Gn 1.2, 26; Jó 26.13; 33.4; Is 40.12-13), e na sustentação e preservação da criação (SI 104.10-30; 139; Is 40.7).
Todos aqueles que foram salvos e viveram pela fé antes do Pentecostes, foram assistidos pelo Espírito Santo. Paulo cita em Romanos 4, que Abraão e Davi foram justificados pela fé. Seria impossível alguém ser justificado pela fé sem a ação do Espírito.
No Antigo Testamento, o Espírito Santo convencia (Gn 6.3), vivificava (SI 119.25), iluminava (S1119.27), conduzia a alma a Deus (SI 65.3-4), instruía (Ne 9.20) e sustentava o crente (SI 37.24). Ele Inspirou os profetas (Ez2.1-2), inspirou as Escrituras (2 Pe 1.21), concedeu dons aos crentes (Gn 41.38; Êx 31.2-5; Nm 11.25; 27.18; Jz 6.34) e capacitou os crentes para o serviço (Zc 4.6).
A obra principal do Espírito é promover a conversão dos pecadores, antes e depois do Pentecostes. Após o Pentecostes observamos que Ele também concede dons para que possamos servir ao reino.
Conclusão
Há três pessoas na trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Estas três pessoas são um só Deus, possuindo a mesma substância, iguais em poder e glória, mas distintas pelas suas características pessoais. O Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade. Ele não é uma criatura, uma força ou um poder impessoal. Ele é Deus (At 5.4).
Pontos para discutir
1. O que nos motiva a estudar a doutrina bíblica do Espírito Santo?
2. A Bíblia oferece provas suficientes para crermos na divindade do Espírito Santo?

3. Quais os traços pessoais do Espírito Santo?