9 de setembro de 2013

Ao Pôr-do-Sol

A falta de conhecimento bíblico sobre as questões sabáticas conduz os mais ingénuos a utilizarem diversas fábulas na tentativa de justificar suas atitudes contrárias ao quarto mandamento do Decálogo (Êxodo 20:8-11 cf. Lucas 23:54-56, Atos 16:13). E uma delas afirma que: o sábado é impossível de ser observado em toda a Terra, pois em determinadas épocas do ano, a noite ou o dia são ausentes em algumas regiões. Esta leviana alegação, além de ser antibíblicas, é desprovida de conhecimento científico e torpe, pois tenta de forma vergonhosa obscurecer a precisão e os detalhes que a Terra revela de seu Criador. Recorramos a Bíblia para analisar essa acusação contra o sábado instituído por Deus.

"E, já chegada a tarde, sendo dia de Preparação, isto é, a véspera de sábado." (Marcos 15:42 BJ).

O ciclo de tempo de "um dia" é de aproximadamente 24 horas na maior parte da Terra, e ocorre devido ao movimento de rotação. Através deste movimento, "um dia" é composto de dois períodos distintos, um "escuro" e outro "claro", que são respectivamente conhecidos como "noite" e "dia". E a Bíblia usa a palavra "tarde" para indicar a "noite" e "manhã" para indicar o "dia"; e esta distinção provém do próprio Criador: "Deus chamou à luz Dia, e às trevas chamou Noite. Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o primeiro dia." (Génesis 1:5 NVI). Então, quando a Bíblia afirma que "houve tarde e manhã", significa que "houve noite e dia" e nesta respectiva ordem.

Este sistema de contagem teve origem na semana da criação e todos os sete dias semanais sucedem a partir dele ininterruptamente (Génesis 1:1-31; Génesis 2:1-4). O quarto mandamento ao orientar sobre a observância sabática no sétimo dia da semana, refere-se a essa contagem de tempo, e que tem como referência o pôr-do-sol.

O pôr-do-sol ou ocaso, ocorre quando o Sol oculta-se no horizonte em direção ao oeste. No entanto, nas regiões dos círculos polares (todos os anos), existe pelo menos "um dia" onde a noite é absoluta (o Sol permanece abaixo do horizonte - não haverá dia, parte clara), e pelo menos "um dia" de luz absoluta (o Sol permanece acima do horizonte - não haverá noite). Isso acontece por causa das inclinações de aproximadamente 23° que a Terra realiza a cada semestre do ano, proporcionando variações na ocorrência do pôr-do-sol.

Apesar dessas alternâncias, nos círculos polares o sistema de contagem de "um dia" demonstrado em Génesis capítulo 1 é aplicado. Na época em que "um dia" for de "luz absoluta" o Sol inicia seu trajeto rumo ao zénite a partir da linha do horizonte e retorna novamente ao ponto de origem, mas o ocaso não ocorre. Mesmo com esse translado do Sol é possível determinar exatamente o início e o fim desse dia específico porque o referencial é a presença do Sol na linha do horizonte.

Quando o ciclo de "um dia" for de "noite absoluta", o Sol apenas despontará "levemente" na linha do horizonte e não lhe ultrapassará, ele realizará todo o seu trajeto abaixo dela. Em ambos os casos (noite absoluta e luz absoluta) o ponto de referência será sempre a última passagem ou surgimento do Sol na linha do horizonte, ainda que apenas tangenciando-a.

Nesses dias especiais que ocorrem nos círculos polares, o posicionamento do Sol também é utilizado para se determinar o princípio e o fim de "um dia" e, obviamente, serve para distinguir com precisão o início e o término do sétimo dia da semana.

"(...) Mesmo na terra do 'Sol da meia-noite', um explorador dos polos achará ridícula a ideia de não ter ali noção do começo e fim do dia. Os exploradores árticos mantém a exata contagem dos dias e semanas em seus diários, relatando o que fizeram em determinados dias. Eles dizem que naquela estranha e quase desabitada terra, é possível notar a passagem dos dias durante os meses em que o Sol está acima do horizonte, pelas posições variáveis do Sol, e durante os meses em que o Sol está abaixo do horizonte, pelo vestígio perceptível do crepúsculo vespertino."1

Os impulsivos transgressores do sábado deveriam aplicar a falsa alegação apresentada no início deste estudo aos demais dias da semana, sobretudo ao domingo, comumente escolhido para substituir o sábado, uma vez que ela abrange obrigatoriamente todos os dias semanais. Mas a cegueira espiritual e o desprezo premeditado contra o sábado não lhes permiti discernir que suas esdrúxulas insinuações atacam a própria observância dominical que eles escolheram para suas vidas (Marcos 7:7-9). Contudo, independente de suas ilusões doutrinárias e "científicas", as Escrituras anunciam que: "O Senhor com sabedoria fundou a Terra, com inteligência estabeleceu os céus." (Provérbios 3:19 RA). E, "se alguém se recusa a ouvir a lei, até suas orações serão detestáveis." (Provérbios 28:9 NVI).
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1. CHRISTIANINI, A. B. (1981). Subtilezas do Erro, 2.ª ed., São Paulo: CPB, cap. 26, p. 177.