A falta de conhecimento bíblico sobre as questões sabáticas
conduz os mais ingénuos a utilizarem diversas fábulas na tentativa de
justificar suas atitudes contrárias ao quarto mandamento do Decálogo (Êxodo
20:8-11 cf. Lucas 23:54-56, Atos 16:13). E uma delas afirma que: o sábado é
impossível de ser observado em toda a Terra, pois em determinadas épocas do
ano, a noite ou o dia são ausentes em algumas regiões. Esta leviana alegação,
além de ser antibíblicas, é desprovida de conhecimento científico e torpe, pois
tenta de forma vergonhosa obscurecer a precisão e os detalhes que a Terra
revela de seu Criador. Recorramos a Bíblia para analisar essa acusação contra o
sábado instituído por Deus.
"E, já chegada a tarde, sendo dia de Preparação, isto
é, a véspera de sábado." (Marcos 15:42 BJ).
O ciclo de tempo de "um dia" é de aproximadamente
24 horas na maior parte da Terra, e ocorre devido ao movimento de rotação.
Através deste movimento, "um dia" é composto de dois períodos
distintos, um "escuro" e outro "claro", que são
respectivamente conhecidos como "noite" e "dia". E a Bíblia
usa a palavra "tarde" para indicar a "noite" e
"manhã" para indicar o "dia"; e esta distinção provém do
próprio Criador: "Deus chamou à luz Dia, e às trevas chamou Noite.
Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o primeiro dia." (Génesis 1:5
NVI). Então, quando a Bíblia afirma que "houve tarde e manhã",
significa que "houve noite e dia" e nesta respectiva ordem.
Este sistema de contagem teve origem na semana da criação e
todos os sete dias semanais sucedem a partir dele ininterruptamente (Génesis
1:1-31; Génesis 2:1-4). O quarto mandamento ao orientar sobre a observância
sabática no sétimo dia da semana, refere-se a essa contagem de tempo, e que tem
como referência o pôr-do-sol.
O pôr-do-sol ou ocaso, ocorre quando o Sol oculta-se no
horizonte em direção ao oeste. No entanto, nas regiões dos círculos polares
(todos os anos), existe pelo menos "um dia" onde a noite é absoluta
(o Sol permanece abaixo do horizonte - não haverá dia, parte clara), e pelo
menos "um dia" de luz absoluta (o Sol permanece acima do horizonte -
não haverá noite). Isso acontece por causa das inclinações de aproximadamente
23° que a Terra realiza a cada semestre do ano, proporcionando variações na
ocorrência do pôr-do-sol.
Apesar dessas alternâncias, nos círculos polares o sistema
de contagem de "um dia" demonstrado em Génesis capítulo 1 é aplicado.
Na época em que "um dia" for de "luz absoluta" o Sol inicia
seu trajeto rumo ao zénite a partir da linha do horizonte e retorna novamente
ao ponto de origem, mas o ocaso não ocorre. Mesmo com esse translado do Sol é
possível determinar exatamente o início e o fim desse dia específico porque o
referencial é a presença do Sol na linha do horizonte.
Quando o ciclo de "um dia" for de "noite
absoluta", o Sol apenas despontará "levemente" na linha do
horizonte e não lhe ultrapassará, ele realizará todo o seu trajeto abaixo dela.
Em ambos os casos (noite absoluta e luz absoluta) o ponto de referência será
sempre a última passagem ou surgimento do Sol na linha do horizonte, ainda que
apenas tangenciando-a.
Nesses dias especiais que ocorrem nos círculos polares, o
posicionamento do Sol também é utilizado para se determinar o princípio e o fim
de "um dia" e, obviamente, serve para distinguir com precisão o
início e o término do sétimo dia da semana.
"(...) Mesmo na terra do 'Sol da meia-noite', um
explorador dos polos achará ridícula a ideia de não ter ali noção do começo e
fim do dia. Os exploradores árticos mantém a exata contagem dos dias e semanas
em seus diários, relatando o que fizeram em determinados dias. Eles dizem que
naquela estranha e quase desabitada terra, é possível notar a passagem dos dias
durante os meses em que o Sol está acima do horizonte, pelas posições variáveis
do Sol, e durante os meses em que o Sol está abaixo do horizonte, pelo vestígio
perceptível do crepúsculo vespertino."1
Os impulsivos transgressores do sábado deveriam aplicar a
falsa alegação apresentada no início deste estudo aos demais dias da semana,
sobretudo ao domingo, comumente escolhido para substituir o sábado, uma vez que
ela abrange obrigatoriamente todos os dias semanais. Mas a cegueira espiritual
e o desprezo premeditado contra o sábado não lhes permiti discernir que suas
esdrúxulas insinuações atacam a própria observância dominical que eles
escolheram para suas vidas (Marcos 7:7-9). Contudo, independente de suas
ilusões doutrinárias e "científicas", as Escrituras anunciam que:
"O Senhor com sabedoria fundou a Terra, com inteligência estabeleceu os
céus." (Provérbios 3:19 RA). E, "se alguém se recusa a ouvir a lei,
até suas orações serão detestáveis." (Provérbios 28:9 NVI).
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1. CHRISTIANINI, A. B. (1981). Subtilezas do Erro, 2.ª ed.,
São Paulo: CPB, cap. 26, p. 177.