10 de outubro de 2010

A SEXTA PRAGA DO APOCALIPSE

“Então Jesus sairá de entre o Pai e os homens, e Deus não mais silenciará, mas derramará a Sua ira sobre aqueles que rejeitaram a Sua verdade. Vi que a ira das nações, a ira de Deus, e o tempo de julgar os mortos eram acontecimentos separados e distintos, seguindo-se um ao outro; outrossim, que Miguel não Se levantara e que o tempo de angústia, tal como nunca houve, ainda não começara. As nações estão-se irando agora, mas, quando nosso Sumo-Sacerdote concluir a Sua obra no santuário, Ele Se levantará, envergará as vestes de vingança, e então as sete últimas pragas serão derramadas.” Vida e Ensinos, p. 100 (E.G.White)
Estes textos deixa bem claro que as 7 pragas só terão inicio depois de terminar o tempo da graça.
1. Que acontece sob a sexta praga?
Rª: “O sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do oriente.” Apoc. 16:12.
Nota: A sexta taça, afecta o rio Eufrates (cf. 13:14). Desta vez, a evocação é mais específica. As águas do rio de Babilónia secam-se para “preparar o caminho dos reis que do oriente” (16:12).
No contexto bíblico, a seca do Eufrates está associada ao próprio acontecimento da tomada de Babilónia por Ciro em 539 a.C., (ver Is. 44:27,28; cf. Jer. 50:38).
Esta associação de ideias explica-se pela estratégia da batalha que nos é relatado por Heródoto (484-425 a.C.). “Ciro colocou o grosso das suas tropas do lado em que o rio entrava na cidade (...); ele colocou outros homens ao lado, do outro lado da cidade, no momento em que as águas corriam por canais feitos pelos soldados e o leito estava seco, ele e os seus soldados bem como os que tinham ficado do outro lado, entraram em Babilónia.” (Hérodoto, I, 190, 191.)
A referência aos “reis que vêm do Oriente” (Ap. 16:12) é uma alusão a Ciro cuja intervenção ficou gravada na memória de Israel e ficou registado que a salvação de Deus vem do Oriente: “Eu o despertei em justiça, e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará a minha cidade, e libertará os meus cativos, não por preço nem por presentes, diz o Senhor dos exércitos.” (Is. 45:13).
“Quem suscitou do Oriente aquele cujos passos a vitória acompanha? Quem faz que as nações se lhe submetam e que ele domine sobre reis? Ele os entrega à sua espada como o pó, e ao seu arco como pragana arrebatada pelo vento.” (Is. 41:2; cf. 41:25).
Deve dizer-se que a queda de Babilónia é de grande importância na história de Israel. O livro de Daniel dá-lhe todo o relevo e é mesmo o eixo sobre o qual gira e se articula toda a estrutura (Dan. 1:21; 6:28; 10:1). Não se deve esquecer que o livro de Daniel tem o mesmo plano de fundo: a salvação. Veja-se ainda, a referencia que é feita a Ciro (2ª Crónicas 36:22,23), este livro é de grande relevância no Canon Bíblico. Ciro o rei suscitado do Oriente, que abre as portas do exílio e que está na base do retorno do povo Judeu à sua terra, o povo Judeu pode voltar à sua terra para construir uma nova Jerusalém e reaver a sua identidade perdida.
Sem querer alongar-me mais neste contexto convido a ler os seguintes textos: Is. 44:24-28; cf. 45:18; 43:15.
2. Que congrega as nações para a batalha do Armagedom?
Rª:
“13 E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta, vi saírem três espíritos imundos, semelhantes a rãs.
14 Pois são espíritos de demónios, que operam sinais; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha do grande dia do Deus Todo-Poderoso.
15 (Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua nudez.)
16 E eles os congregaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom.” Apoc. 16.
Nota: É sobre esta recordação de Ciro e do retorno do exílio na perspectiva da reconstrução de Jerusalém que o profeta do Apocalipse se apoia para anunciar os eventos da sexta taça. Aqui, também, a queda da Babilónia mística e da batalha que ela provoca preparam a libertação final e a “criação” de Deus da nova Jerusalém. Esta passagem revela ser o espírito de Satanás que incita os homens para a guerra, e explica porque as grandes nações do mundo fazem tais preparativos para a luta. O dragão representa o paganismo; a besta, o papado; e o falso profeta, o protestantismo apostatado – as três grandes apostasias religiosas desde os tempos do Dilúvio.
Todas estas forças se resumem a dois lados opostos. De um lado, o campo “dos reis do Oriente” que representam as forças do Deus que salva, do Deus de Jerusalém. Do outro lado, o campo dos “reis de toda a terra” (Ap. 16:14) representam as forças do mal, as forças de Babilónia. Neste campo, todos os poderes inimigos de Deus são mobilizados, com especial relevo, os poderes demoníacos que o profeta vê sob a forma de rãs. A sexta praga evoca deste modo a segunda praga de Êxodo 7:26 a 8:8-11. a rã é adorada no Egipto como deusa da fertilidade (Hiqit), invade repentinamente os lugares mais íntimos , entram nos quartos e apoderam-se dos leitos (Ex. 7:28). Neste caso, o julgamento de Deus realça a decepção da adoração idolátrica. O deus que suposto de promover a fertilidade, ao contrário é aquele que a obstaculiza.
3. Neste tempo, que evento estará iminente?
Rª: “Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua nudez.” Apoc. 16:15.
Nota: O Apocalipse confirma a queda de Babilónia, esta é acompanhada de um luto extraordinário. A palavra-chave, “luto” é utilizada frequentemente (Ap. 18:7,8,11,15,19). Os rituais tradicionais da morte são observados: lança-se poeira sobre a cabeça, chora-se, lamenta-se (Apoc. 18:9,10,15,19).
O texto de Apocalipse 15:15, acrescenta uma nota de grande esperança “Eis que venho como ladrão”. Quer dizer, para os ímpios (1ª Tes. 5:2,4; 2ª Ped. 3:10; cf. Mat. 24:43; Luc. 21:35). Mas para os que guardam a esperança firme o texto acrescenta “Bem-aventurados”, felizes. Os santos devem estar alerta, vigiar para que mantenham neste tempo o tesouro da esperança firme no coração.
“Ao serem sacudidos, alguns tinham sido jogados fora do caminho. Os descuidosos e indiferentes, que não se uniam com os que prezavam suficientemente a vitória e a salvação, para por elas lutar e angustiar-se com perseverança, não as alcançaram e foram deixados atrás, em trevas, e seu lugar foi imediatamente preenchido pelos que aceitavam a verdade e a ela se filiavam. Anjos maus se lhes agrupavam ainda ao redor, mas sobre eles não tinham poder.” Vida e Ensinos, p. 177 (E.G. White)