1. A morte como resultado da transgressão de Adão.
“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram.” Rom. 5:12
“Pois como em Adão todos morrem, do mesmo modo em Cristo todos serão vivificados.” 1ª Cor. 15:22
Nota: Depois da queda, o homem não foi abandonado por Deus. Pelo contrário, Deus chamou-o e anunciou-lhe, de modo claro (Gén. 3:15), como pela morte do cordeiro cuja pele serviu para os cobrir. Esta passagem do Génesis tem sido chamada “Proto-Evangelho” por ser o primeiro anúncio do Messias redentor, do combate entre a Serpente e a Mulher, e da vitória final dum descendente desta.
O “portanto” (Rom. 5:12) tem referencia como retrospectiva os versos 1-11, da obra salvadora de Cristo que reconcilia e justifica o pecador dando-lhe a esperança da salvação final.
O apóstolo Paulo salienta ainda “o pecado no mundo” ou entrou no mundo e torna-se raiz de inumeráveis “desobediências”. O apóstolo neste capítulo 5 de Romanos, usa diferentes palavras para descrever o mal que se opõe à vontade de Deus:
a) hamartia (vv.12,13, 20-21) a tradução desta palavra é sempre “pecado”.
b) paráptõma (vv. 15-18,20) traduz-se por “transgressão”, “delito” ou pecado no sentido geral.
c) parakoé (v.19) traduz-se por “desobediência” ou “delito” que significa um pecado um pecado específico e não o pecado em geral.
O pecado “entrou”, o Apóstolo Paulo depois de ter dado estas diferentes definições do pecado diz que “entrou”, com esta palavra Paulo introduz a comparação dos efeitos do pecado de Adão e os efeitos da redenção de Cristo, ele quer dizer: “Como o pecado entrou no mundo por um homem e com o pecado a morte, assim a morte passou a todos os homens porque todos pecaram; assim também por um homem, Jesus Cristo, a justificação entrou no mundo, e há vida por meio da justificação, de modo que, sendo justificados pela fé, podemos ser salvos.”
Paulo vai acrescentar que depois do pecado vem a morte. Deus já tinha avisado que assim seria (Gén. 2:17; 3:19). A Bíblia fala de três mortes:
1) A morte espiritual (Efésios 2:1; 1ª João 3:14).
2) A morte transitória, o seja a “primeira morte” que descreve como um “sono” (João 11:11-14; Apoc. 2:10; 12:11) e
3) A morte eterna, ou seja a “segunda morte” (Mateus 10:28; Tiago 5:20; Apoc. 2:11; 20:6,14; 21:8).
2. Como afectou o pecado toda a criação?
“Porque sabemos que toda a criação, conjuntamente, geme e está com dores de parto até agora.” Romanos 8:22
Nota: “porque sabemos”, Paulo recorre aqui à experiencia dos seus leitores que por observação vêem o que se passa no mundo. Acrescenta e “geme”, trata de uma dor que indica esperança e sofrimento. Ele descreve a criação como que sofrendo de dores de parto enquanto aguarda a gloriosa libertação (cf. João 16:21).
Só o crente cristão pode compreender por meio das Escrituras o mistério do sofrimento e da dor. Através da revelação da Palavra de Deus, conhece a causa e a fonte do sofrimento que vê em “toda a criação”. Dá-se conta de que as dores de parto do mundo antecipam um tempo de libertação, tempo quando surgirão “novos céus e nova terra, nos quais mora a justiça” (2ª Pedro 3:18). Até agora a dor de parto que vem desde a criação e que entrou com o pecado, e o sofrimento não terão fim até à segunda vinda de Cristo.
3. Que explica a aparente demora de Deus em tratar do problema do pecado?
“O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se.” 2ª Pedro 3:9
Nota: a que pessoa da divindade se refere Pedro? No verso 15 refere-se a “nosso Senhor”, pode referir-se a Jesus, n verso 18 Jesus é chamado “nosso Senhor”; mas “o dia do Senhor” (v.10) é descrito como “o dia de Deus” v.12. não é importante saber. Porquê? Porque as promessas do Pai e do Filho são iguais ou idênticas. Tudo o que Pedro atribui a um pode aplicar-se igualmente ao outro.
Pedro anima os crentes, alguns, seguramente crentes, estavam cansados, alguns já tinham deixado a fé, alguns escarneciam. Se Cristo ainda não tinha vindo, ou os planos tinham sido alterados ou impedidos. Não compreendiam como um Deus Todo-Poderoso e imutável e em quem se tinham cumprido os seus desígnios em devido tempo, agora, falhava.
Assim Pedro vai usar uma frase “não querendo que ninguém se perca” (João 3:16). Deus não deseja a morte de nenhum pecador. Pedro no entanto, tem consciência que muitos recusarão o plano da salvação de Deus e o perdão (2ª Pedro 3:7). Termina o apóstolo com um apelo “venha a arrepender-se”. Ou seja não estejam preocupados com o dia ou a hora, estejam antes preocupados com o que devem fazer, porque a promessa de Deus no que diz respeito ao regresso de Cristo cumprir-se-á certamente. Qualquer aparente demora da Sua vinda deve-se a que Deus não está disposto a fechar a porta da salvação enquanto haja esperança de arrependimento de algum pecador.
4. Quando e de que maneira serão removidos os efeitos do pecado?
“Virá, pois, como ladrão o dia do Senhor, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se dissolverão, e a terra, e as obras que nela há, serão descobertas.” 2ª Pedro 3:10.
Nota: Para destacar a forma inesperada da vinda de Jesus. O que deseja ser salvo deve ter as suas contas muito claras com Deus antes que venha esse dia, agora há oportunidade para isso, haverá um tempo que o dia do arrependimento passou.
5. Até que ponto serão removidos os efeitos do pecado?
“Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” Apocalipse 21:4.
6. Aparecerá outra vez o pecado e os seus maus resultados?
“Que é o que projectais vós contra o Senhor? Ele destruirá de vez; não se levantará por duas vezes a angústia.” Naum 1:9
“E não haverá mais morte.” “E ali nunca mais haverá maldição contra alguém.” Apocalipse 21:4; 22:3.
Conclusão: Ninguém pode pôr em dúvida a existência do pecado. O ser ele permitido tem perturbado muitas mentes. Mas Aquele que pode das trevas tirar luz (2ª Cor. 4:6), a cólera do homem tornar em louvor (Sal. 76:10), transformar a maldição em bênçãos (Deut. 23:5), pode do mal tirar bem, e fazer de erros e quedas degraus que conduzam a terreno mais elevado. O Céu será mais feliz depois das dores deste mundo. “As dores relembradas aumentam a alegria presente.” Diz Roberto Pollock, em O Curso do Tempo, p. 29. No resultado final ver-se-á que todas as coisas contribuíram para o bem daqueles que amam a Deus. Romanos 8:28.
