17 de janeiro de 2013

As Quatro Grandes Monarquias Mundiais

1.      Em que tempo teve Daniel a sua segunda visão?

Rª: “NO primeiro ano de Belsazar, rei de Babilónia, teve Daniel um sonho e visões da sua cabeça quando estava na sua cama; escreveu logo o sonho, e relatou a suma das coisas.” Dan. 7:1

Nota: isto é, no primeiro ano da actividade de Belsazar, que reinava com o seu pai, Nabunaíde, em 540 anos antes de Cristo.

2.      Que efeito produziu em Daniel esse sonho?
Rª: “Quanto a mim, Daniel, o meu espírito foi abatido dentro do corpo, e as visões da minha cabeça me perturbaram.” Dan. 7:15.

Nota: o efeito produzido pelo sonho de Daniel, nele próprio, notar-se-á, foi semelhante ao que sentiu Nabucodonosor com o seu sonho; perturbou-o. ver Dan. 2:1.

3.      Que pediu Daniel e um dos seres celestiais que, no sonho estavam perto dele?
Rª: “Cheguei-me a um dos que estavam perto, e pedi-lhe a verdade acerca de tudo isto. E ele me disse, e fez-me saber a interpretação das coisas.” Dan. 7:16.

4.      Que viu o profeta nessa visão?
Rª: “Falou Daniel, e disse: Eu estava olhando na minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o mar grande.” Dan. 7:2. 

5.      Qual foi o resultado dessa luta?
Rª: “E quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar.” Dan. 7.3.
 
6.      Que representavam esses quatro animais?
Rª: “Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis, que se levantarão da terra.” Dan.
7:17.

Nota: O termo reis, aqui, como em Dan. 2:44, significa reinos, conforme está explicado nos versículos 23 e 24 do sétimo capítulo, sendo os dois termos usados indiferentes nesta profecia.

7.      Que é, em linguagem simbólica, representado por ventos?
Rª: Luta, guerra, comoção. Ver Jer. 25:31-33; 49.36, 37.

Os ventos significam luta, e a guerra é evidente da própria visão. Como resultado da luta dos ventos, surgem e ruem os renos.
 
8.      Que é, em profecia, simbolizada por águas?
“E disse-me: As águas que viste, … são povos, e multidões, e nações, e línguas.” Apoc. 17:15.

Nota: No segundo capítulo de Daniel, sob a figura de uma estátua de homem, é feita um simples esboço político do surgimento e queda dos reinos terrestres, que precederiam o estabelecimento do eterno reino de Deus. no sétimo capítulo, são representados os governos terrestres, como são vistos à luz do Céu – sob os símbolos de animais bravios e ferozes – e em particular estes, oprimindo e perseguindo os santos do Altíssimo. Daí a diversidade nos símbolos usados para representar esses reinos.

9.      A que se assemelhava o primeiro animal?
Rª: “O primeiro era como leão, e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e foi levantado da terra, e posto em pé como um homem, e foi-lhe dado um coração de homem.” Dan. 7:4.

Nota: O leão, o primeiro desses quatro grades animais, assim como a cabeça de outro do sonho do Nabucodonosor, representa a monarquia babilónia – leão, rei dos animais postado à cabeça de sua espécie, assim como o ouro e é para os metais. As asas de águia sem dúvida denotam a rapidez com que Babilónia estendeu  as suas conquistas sob Nabucodonosor, que reinou de 604 a 561 antes de Cristo. Esse reino foi vencido pelos medos e persas, em 538 antes de Cristo.
 
1.      Por que foi simbolizado o segundo reino?
Rª: “Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne.” Dan. 7:5.
Nota: “Este foi o Império Medo-Persa, aqui representado sob o símbolo de um urso. …Por sua crueldade, e sede de sangue, são os medos e persas comparados a um uso, animal dos mais vorazes e cruéis.” – Adam Clark, comentando Dan. 7:5.

2.      Por que simbolizado o terceiro império universal?
Rª: “Depois disto, eu continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de ave nas suas costas; tinha também este animal de quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio.” Dan. 7:6
Nota: Se as asas da água nas costas de um leão denotam rapidez de movimentos no Império Babilónio (ver Hab. 1:6-8), quatro asas no leopardo devem denotar inexcedível celeridade de movimento no Império Grego. Isto se verifica ser historicamente verdadeiro.

“Maravilhosa foi a rapidez das conquistas de Alexandre na Ásia; ele lançou-se como uma torrente sobre o agonizante Império Persa, e toda oposição se tornou inútil. Os gigantescos exércitos do Sol. As batalhas de Granico, em 334, A.C., isso  no ano seguinte, e Arbela, em 331 A.C., selaram o destino do Império Persa, e firmaram o amplo domínio dos gregos.” – The Divine Program of the Word`s History, por H. Frattan Guinnes, p. 308.

“Esse animal tinha também quatro cabeças.” O Império Grego manteve a sua união por apenas um curto período de tempo após a morte de Alexandre, ocorrida no ano 323, A.C. passados vinte e dois anos da sua brilhante carreira, ou seja, no ano 301 A.C., foi o império dividido entre os seus quatro melhores generais. Cassandro apossou-se da Macedónia e da Grecia, ao oeste; Lisimaco ficou com a Trácia, e partes da Ásia no Helesponto e Bósforo, ao norte, Ptolomeu obteve o Egito, a Líbia, a Arábia, a Palestina e a Síria ao sul; e Seleuco ficou com todo o restante dos domínios de Alexandre, ao leste.

3.      Como estava representada o quarto reino?
Rª: “Depois disto eu continuei olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres.” Dan. 7:7.

4.      Que foi dito ser o quarto animal?
Rª: “Disse assim: O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços.” Dan. 7:23
Nota: “Isto é por todos admitido como sendo o Império Romano. Ele foi terrível, espantoso e muito forte; …tornando-se, em realidade, a que os escritores romanos se comprazem em chamá-lo, o império universal.” – Adam Clarke, comentado Dan. 7:7.
A vitória final dos romanos sobre os gregos aconteceu na batalha de Pidna, em 168 A.C.

5.      Que era representado pelas dez pontas?
Rª: “E quanto às dez pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez reinos.” Dan. 7:24
Nota: O historiador Machiavelli, sem fazer a mínima referência a esta profecia, apresenta a seguinte lista de nações que ocuparam o território do império ocidental ao tempo da queda de Rómulo Augústulo (476 A.D.), último imperador de Roma; Lombardos, Francos, Burgundos, Ostrogodos, Visigodos, Vândalos, Hérulos, Suevos, Hunos e Saxónios: dez ao todo.

“Entre incessantes e quase incontáveis flutuações, os reinos da moderna Europa, desde o seu surgimento até ao presente, têm somado uma média de dez. Nunca mais, desde a subdivisão da velha Roma, se uniram eles num só império; nunca formaram unidades, como são os Estados Unidos da América. Nenhuma fórmula de orgulhosa ambição que visasse reunir os fragmentos dispersos, alcançou êxito; sempre que surgiram, foram invariavelmente reduzidos a pedaços.” – The Divine Program of the World`s History, por H. Grattan Guinness, pp. 318-321.

6.      Que mudança viu Daniel operar-se nessas pontas?
Rª: “Estando eu a considerar os chifres, eis que, entre eles subiu outro chifre pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas.” Dan. 7:8

7.      Que investigação da parte de Daniel mostra que o quarto animal e especialmente o que diz respeito à ponta pequena que nele há, constitui a feição mais importante desta visão?
Rª: “Então tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros, muito terrível, cujos dentes eram de ferro e as suas unhas de bronze; que devorava, fazia em pedaços e pisava aos pés o que sobrava; e também a respeito dos dez chifres que tinha na cabeça, e do outro que subiu, e diante do qual caíram três, isto é, daquele que tinha olhos, e uma boca que falava grandes coisas, e cujo parecer era mais robusto do que o dos seus companheiros.” Dan. 7:19,20.

8.      Quando deveria levantar-se a ponta pequena?
Rª: “E depois deles se levantará outro.” Dan. 7:24.
Nota: As dez pontas, como já foi mostrado, surgiram quando Roma, o quarto reino, foi dividido em dez reinos. Essa divisão completou-se em 476 A.C. A ponta pequena deveria levantar-se depois deles, como diz o versículo citado.

9.      Qual deveria ser o carácter da ponta pequena?
Rª: “O qual será diferente dos primeiros, abaterá a três reis.” Mesmo versículo, últ., parte.
Nota: O poder que se levantou no Império Romano depois da queda de Roma, em 476, A.D., e que era inteiramente diferente de todos  os dez reinos em que Roma foi dividida (visto que exigiu e exerceu autoridade espiritual sobre os dez reinos), e perante quem três dos outros reis – os hérulos, os vândalos e os ostrogodos – caíram, foi o papado.

Definidos que estão o lugar e o tempo de reino da ponta pequena, a análise do seu carácter e obra será feita nos estudos que se seguirão.

José Carlos Costa, pastor.