9 de fevereiro de 2011

POR QUE O SÁBADO É MORAL

Dez razões bíblicas que definem a natureza moral do princípio sabático no quarto mandamento.
As dez razões apresentadas a seguir são algumas utilizadas inclusive por observadores do domingo para justificarem a validade e a vigência de um santo “Dia do Senhor”. Como não argumentam sobre um dia específico, e sim sobre o dever e benefício de o ser humano ter um dia semanal para santificar e dedicar a Deus, podem ser apresentados tanto em favor da observância do sábado como também a favor do domingo. O que esse pontos não provam é que o “Dia do Senhor” seja o sétimo dia ou o primeiro da semana. Se faz ou não sentido aplicar o princípio sabático nalgum desses dias específicos, isso já é outra questão. O presente artigo tem como finalidade apresentar somente os motivos para haver um “sábado” (dia de descanso) entre os sete da semana para adoração e santificação, provando que o princípio sabático do quarto mandamento tem natureza e caráter moral, quer seja aplicado no sétimo ou no primeiro dia.
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 1 — A obrigação original e universal da lei do sábado pode-se inferir pelo fato de ter encontrado lugar no Decálogo. Como todos os outros mandamentos naquela revelação fundamental dos deveres do homem para com Deus e para com seu próximo são morais e permanentes em sua obrigação. Seria incongruente e não natural que o quarto mandamento fosse uma exceção solidária. Este argumento não é desde cedo contestado com a resposta dada pelos defensores da doutrina oposta. O argumento, dizem eles, é válido só na suposição de “que a Lei Mosaica, devido a sua origem divina, seja de autoridade universal e permanente”. Não se poderia da mesma forma dizer que se o mandamento “Não furtarás” continua válido até hoje todo o conteúdo da Lei tem de ser mantido?
O catecismo editado pela “Casa Editora Presbiteriana” concorda quando diz:
2— O mandamento sabático está bem no coração dos Dez Mandamentos, a Lei Moral. Está na primeira das duas tábuas de pedra em que o Decálogo foi escrito, onde estão os preceitos morais que revelam o amor do homem para com Deus, que é resumido no mandamento mais importante de todos (Dt.6:5 / Lc.10:27), de forma que o quarto mandamento não é menos moral do que nenhum dos outros nove.
3 — Jesus reforçou o conceito de ser o sábado uma instituição divina estabelecida por Deus especificamente em função do homem (Mr.2:27), a fim de que servisse no aspecto físico, mental e espiritual. É o único mandamento que tem a ver com o amor para com Deus satisfazendo, ao mesmo tempo, a felicidade do homem. Nenhum mandamento cerimonial mereceu tal tratamento que é característica dos preceitos divinos.
4 — A natureza humana, em termos físicos e mentais, requer exatamente o que o preceito do sábado provê, e, como todos os preceitos morais, ele supre uma necessidade natural e universal da humanidade. Mediante proibição de todo trabalho servil, tanto dos homens como dos animais, estava designado para assegurar um repouso recuperativo para aqueles em que havia recaído a primeira maldição: “No suor do rosto comerás o teu pão” (Gn.3:19). É necessário que todos os homens e animais servis tenham tempo para recobrar suas forças. O repouso noturno diário não é suficiente para ele como nos asseguram os fisiologistas, e como tem demonstrado a experiência.
5 — Este mandamento não tem somente o propósito de provê o descanso físico, mas, principalmente, tem a finalidade de deter o curso da vida externa das pessoas e fazê-las voltar seus pensamentos para o invisível e espiritual. Os homens são tão propensos a submergir nas cosiam desse mundo que é da maior importância haver um dia de freqüente repetição em que lhes seja proibido pensar nas coisas desse mundo, e que os faça pensar nas coisas invisíveis e eternas. Sobre a natureza e a função da lei, que regula as relações das pessoas entre si, disciplinando os comportamentos externos, tem como critério a norma moral assente na natureza de Deus. A razão humana, por sua vez, é capaz de discerni-la, pelo menos nas suas exigências fundamentais, subindo assim até à Razão criadora de Deus que está na origem de todas as coisas. Esta norma moral deve regular as opções das consciências e guiar o comportamento dos seres humanos. Através do sábado todos os homens têm que parar em sua caminhada terrena e trabalho secular e são chamados a cessar e voltar seus pensamentos até Deus em Seu santo dia.
6 — O sábado cria o ambiente necessário para se manter um relacionamento mais íntimo com o Senhor e aproveitar momentos felizes com os amigos e a família, assim, aperfeiçoando e harmonizando o estado saudável da mente, da moral e do espiritual.
7 — O sábado tem o propósito de prover um tempo sagrado para ser dedicado a Deus, para a instrução do povo e para o culto especial e público ao Senhor. É de incalculável importância que os homens tenham tempo e oportunidade para a instrução e o culto religioso.
8 — O sábado indica como vai nosso estado espiritual. O Senhor viu que o mundo, ao decorrer da história, esqueceria e depois desprezaria este mandamento. Por isso que o mandamento começa com a palavra “lembra-te”. Deus nos fala para lembrar-nos dEle, não esquecendo deste mandamento. Deus sabia que nunca esqueceríamos os outros mandamentos se lembrássemos do mandamento do sábado, porque este nos ajudaria a desenvolver um relacionamento com Deus e aprofundar todos os outros.
9 — O sábado é a resposta ideal ao evangelho, porque se fundamenta sobre o princípio do descanso após uma obra concluída. Como na primeira criação Deus agiu, depois descansou de Sua obra numa sexta-feira, também na nova criação foi numa sexta-feira que Jesus consumou Sua perfeita obra de justiça e redenção, morrendo na cruz e descansando na tumba no dia de sábado. Pela segunda vez, houve um descansou no sétimo dia de uma obra terminada. Assim o sábado passou a ser não só memorial da criação como também memorial da redenção.
10 — Por este mandamento encontramos que nos profetas, assim como no Pentateuco, e nos livros históricos do Antigo Testamento, o sábado não é mencionado somente como “deleite”, mas que também é predita sua fiel observância como característica do período Messiânico. Como santo dia de descanso e separado para a relação com Deus, o sábado, que viria a ser o memorial da redenção, estava colocado para ser um tipo daquele repouso que é permanente para o povo de Deus, como vemos no Salmo 95:11, como o expõe o autor de Hebreus 4:1–10.

Conclusão: Sendo a natureza deste mandamento moral e não cerimonial, portanto é original e universal em sua obrigação. Nada pressupõe que os mandamentos “Não matarás” e “Não furtarás”, que foram primeiramente anunciados por Moisés, tenham deixado de ser mantido quando a antiga administração se desvaneceu. Uma lei moral é mantida pela sua própria natureza. Expressa uma obrigação que surge de nossa relação com Deus ou de nossas relações permanentes com nossos semelhantes. É mantida tanto se está promulgada ou não. Pois é moral no que se refere a um dia de repouso e cessação de atividades terrenas. É de obrigação moral que Deus e Suas grandes obras sejam expressamente relembradas. É um dever moral que o povo se reúna para instrução religiosa e para a adoração corporativa a Deus. Tudo isso era obrigatório antes da época de Moisés e havia sido mantido, embora o preceito escrito jamais houvesse existido. Tudo o que fez o quarto mandamento foi colocar esta obrigação natural e universal de uma forma concreta.