Quando voltei de fazer o meu curso em Teologia, recebi uma
chamada de um amigo a pedir: “Necessito da tua ajuda, tenho um grupo de amigos
da igreja que querem discutir o assunto da justificação pela fé e não estou
muito seguro sobre este assunto, vens?”
Conclusão:
Foi esta a fervorosa súplica que me impulsionou a fazer uma
investigação que mudou de tal forma a minha vida como nunca o teria imaginado.
Este meu amigo foi sempre uma pessoa que gostou de
aprofundar os temas bíblicos e apreciava muito os debates sobre diferentes
temas da Bíblia. Sabendo que eu tinha regressado de Collonges, pensou que eu
seria um bom moderador do tema. Confesso que foi um tema que sempre apreciei
muito e tinha uma ideia fundamentalmente teórica e não tanto prática.
O sábado à tarde chegou e lá estávamos, alguns dos convidados
eram meus conhecidos e amigos por esta razão sentia-me perfeitamente à vontade.
Vários deles tinham estado a estudar este assunto por algum tempo. Ao exporem
os seus pontos de vista, expressaram ideias que diferiam do meu entendimento quanto
à salvação. Eu pensava que estando eu presente poderíamos chegar a uma
compreensão plena do tema, pois eu era pastor; e seguramente eu teria todas as
respostas às suas interrogações.
Depois dos meus amigos exporem os seus comentários, um deles
perguntou-me: “Estão eles corretos?” Cada vez que ele me repetia essa pergunta,
eu apenas lhe podia dizer: “Espera, não sei.”
Enquanto continuava a discussão notei que o meu amigo estava
cada vez mais preocupado. Estava a sua esperança de salvação sobre areia movediça?
A sua crença era simples: Aceita a Jesus, faz o melhor que
puderes para obedecer a Deus e gradualmente vencerás os teus pecados.
Durante muito tempo o meu amigo ele tinha procurado vencer
os seus pecados de ira, ressentimento, irritabilidade, impaciência, contenda e luxúria,
enquanto acreditava ter uma relação salvadora por meio da justiça imputada;
agora escutava que mediante o poder de Deus devia ter o coração limpo de todo o
pecado.
À medida que avançava a discussão, o meu amigo não o único a
preocupar-se. Eu também o estava, porque tinha que admitir que virtualmente não
sabia nada da justificação pela fé. A minha religião era como a do meu amigo:
Faz o melhor que puderes! E sendo que os meus pecados habituais eram leves, eu
pensava estar no caminho para a vitória.
Alguns dias depois o meu amigo voltou a chamar-me e
compartilhou comigo um peso que tinha no seu coração. Com profunda preocupação
pelos pecados da sua juventude, que pesavam muito sobre ele, confessou-me que
tinha sido desleal à sua família ao longo de vários anos. Um profundo
sentimento de culpabilidade apareceu à frente dele como uma imensa montanha,
pronta a desabar sobre para o desfazer. A propensão para cometer estes pecados
ainda o dominava. O que não queria fazer, isso fazia, era incapaz de controlar
o seu temperamento sob pressão. Ele poderia ter dito: “Pois não faço o bem que
quero, mas o mal que não quero, esse pratico. Miserável homem que eu sou! Quem me
livrará do corpo desta morte?”
Ele era mais velho do que eu, era cardíaco e podia morrer a
qualquer momento, e sabia que apenas os vencedores entrariam no reino dos céus.
Foi então, quando, me rogou com um fervor que raiava em desespero. “Ajuda-me!”
“Há por toda a parte corações clamando por qualquer coisas
que não possuem. Anelam um poder que
lhes dê domínio sobre o pecado, um poder que os liberte da servidão do mal, que
lhes proporcione saúde, vida e paz.” CBV, 143.
Olhando para o suplicante rosto do meu amigo convenci-me de
repente que eu não tinha nada para oferecer a um pecador. A única solução que
poderia oferecer era: Esforça-te mais, amigo! Mas esta ideia parecia-me um
engano. Ele já tinha procurado fazer isso em toda a sua vida! Esforçar-se,
apenas lhe havia ocasionado derrota.
Decidi fazer algo pelo meu amigo. Estudaria o tema da
justificação pela fé até ser capaz de dizer-lhe como obter a vitória. Teria que
haver alguma forma!
Ao começar, verifiquei que a tarefa era angustiante. Apenas o
impulso de ajudar o meu amigo – não queria, nem podia permitir que ele morresse
com aquela incerteza – me deu forças para eu continuar.
Mas à medida que estudava, uma convicção solene se apoderou
de mim. Não apenas o meu amigo necessitava de ajuda, também eu o necessitava! Dei-me
conta de que a minha religião era uma mera obediência à lei, não sabendo como
permitir que o Espírito de Deus controlasse a minha vida.
“Muitos que se chamam cristãos são meros moralistas humanos …
A obra do Espírito Santo é-lhes estranha.” PJ 313.
Porque fui naturalmente inclinado a ser cooperante e pelo
facto dos meus pais me terem ensinado a obedecer-lhes, ao conhecer a vida
Cristã, estudar as doutrinas sobre a obediência a Deus, cheguei
inconscientemente a confiar na minha obediência. Pensei que era um cristão de
êxito.
“Aquele que se julga são, que pensa ser razoavelmente bom e
se satisfaz com o seu estado, não procura tornar-se participante da graça e
justiça de Cristo.” MDC7.
Amava verdadeiramente trabalhar para Deus, mas ignorava por
completo que carecia de algo vital, de algo absolutamente necessário para obter
a salvação.
“O povo é mais ignorante acerca do plano da salvação, e
necessita mais instruções sobre esse importante tema, do que a respeito de
qualquer outro.” 4T 394.
“Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não
com entendimento. Porquanto, não
conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça,
não se sujeitaram à justiça de Deus.”
Romanos 10:2,3.
“A fé genuína apropria-se da justiça de Cristo, e o pecador
é feito vencedor com Cristo; pois ele se faz participante da natureza divina, e
assim se combinam divindade e humanidade.
“Quem procura alcançar O Céu por suas próprias obras,
guardando a lei, tenta uma impossibilidade. Não pode o homem salvar-se sem a
obediência, mas as suas obras não devem provir de si mesmo; Cristo deve operar
nele o querer e o efectuar, segundo a Sua boa vontade.” 1ME 363, 364.
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não
vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; Porque
somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus
preparou para que andássemos nelas.” Efésios 2:8-10.
O plano da salvação era-me mais e mais claro. A Bíblia e os
livros do Espírito de Profecia tornaram-se pão e água vida para a minha alma,
agora faminto e sedento. Estava a encontrar uma fé viva!
“Ao alimentar-se da Sua Palavra, acharão que ela é espírito
e vida. A palavra destrói a natureza carnal, terrena, e comunica nova vida em
Cristo Jesus.” DTM 391.
Quando comecei a compartilhar as minhas descobertas com os
meus amigos, eles uniram-se comigo na pesquisa. Comparávamos as nossas
descobertas e a nossa conversação versava cada vez mais sobre temas
espirituais. Os nossos amigos começaram a dar testemunho a outros e o grupo
aumentava. Notava-se sobretudo uma mudança na nossa vida e também começaram a
elevar o nível espiritual das suas vidas.
“Na luta pela vida eterna, não podemos apoiar-nos uns nos
outros. O pao da vida tem de ser comido por todos os seres humanos. Dele temos
de participar individualmente, a fim de que alma, corpo e espírito sejam
avivados e fortalecidos pelo seu poder transformador.” TM 385.
Depois de descobrir uma experiência viva com Jesus, percebi
que o meu amigo era um outro cristão, as preocupações e angústias tinhas
colocado nas mãos de Jesus. Era um homem calmo e manso. Ele tinha uma imensa
alegria e partilhar as suas descobertas com os seus familiares e amigos. Fez-me
pensar:
“Torna para tua casa, e conta quão
grandes coisas te fez Deus. E ele foi apregoando por toda a cidade quão grandes
coisas Jesus lhe tinha feito.”
Lucas 8:39.
“É isto o que pode fazer todo aquele
cujo coração foi tocado pela graça de Deus. é esse o testemunho que o nosso
Senhor requer, e por cuja falta está o mundo a perecer.
“O evangelho deve ser apresentado,
não como uma teoria sem vida, mas como uma força viva para transformar o
carácter. Deus quer que os Seus servos dêem testemunho de que, mediante a Sua
graça, os homens podem possuir semelhança de carácter com Cristo e regozijar-se
na certeza do Seu grande amor.” CBV 99.
“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o
poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também
do grego.
Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como
está escrito: Mas o justo viverá da fé.” Romanos 1:16,17.
“Não permitais que coisa alguma tire a vossa atenção do
ponto: ´Que farei para herdar a vida eterna?´(Lucas 10:25). Esta é a questão de
vida ou morte, que cada um de nós deve assentar para a eternidade.” 1 ME 171.
“Ter apenas uma suposta esperança, e nada mais,
demonstrar-se-á a vossa ruína. Visto que tendes de subsistir ou cair pela
Palavra de Deus, é a essa Palavra que deveis recorrer em busca de testemunho no
vosso caso. Aí podeis encontrar requisitos para vos tornardes cristãos.” 1 T
163, 164.
“Saúda-vos Epafras, que é dos vossos, servo de Cristo,
combatendo sempre por vós em orações, para que vos conserveis firmes, perfeitos
e consumados em toda a vontade de Deus.” Colossenses 4:12.
Existem vários exemplos bíblicos de pessoas que criam que
eram verdadeiros cristãos para depois descobrirem que estavam enganados.
Se gostou e pretende aprofundar este maravilhoso tema fique
atento aos próximos itens/acervos.
Nascei de Novo
Tende Azeite nas Vossas Lâmpadas
Colocai os Vestidos Para as Bodas
Sede um Cristão Quente
Permiti que Jesus Entre no Vosso Coração
Comprai Ouro, Vestes Brancas e Colírio.