A cruz é o centro da fé. A cruz é a graça inaugurada.
A cruz deve ser o centro de nossa vida, se queremos que a
graça nos seja suficiente.
Há um hino que afirma: "Eu amo a mensagem da
cruz". E que mensagem é esta?
1. A cruz mostra que o nosso pecado nos separa de Deus.
Isaías disse aos seus contemporâneos: "as suas maldades
separaram vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele,
e por isso ele não os ouvirá" (Isaías 59.2).
Na verdade, esta era a situação da humanidade até Jesus
fincar no Calvário a cruz e morrer nela. Aprendemos na Bíblia que o nosso
pecado original nos separa totalmente de Deus, até que nos arrependamos. Também
aprendemos que o nosso pecado atual nos separa de Deus, até que o confessamos e
somos perdoados.
2. A morte de Jesus na cruz foi uma necessidade, para pôr fim
à ira de Deus contra o pecado, que alcançou plenamente o seu objetivo: o de nos
permitir a paz com Deus.
Com isto, a "ira de Deus" (a rejeição divina ao
pecado humano) foi aplacada (tornada sem efeito, pela própria vontade e
providência de Deus). Por isto, "quem crê no Filho tem a vida eterna; já
quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele”
(João 3.36). Na cruz, "Cristo nos amou e se entregou por nós como oferta e
sacrifício de aroma agradável a Deus" (Efésios 5.2). Desde então,
"tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso
Senhor Jesus Cristo" (Romanos 5.1).
3. Na cruz Deus se identifica conosco.
O Pai sente a nossa dor. A morte do Filho foi algo real e
não uma representação.
Jesus no jardim Getsémani, orando, é Deus se identificando
conosco. Choramos? Jesus chorou. Tememos? Jesus temeu. Sentimo-nos abandonados?
Jesus se sentiu abandonado. Somos atacados, açoitados, magoados? Jesus foi
atacado, açoitado, magoado.
O Deus que se inclina, como aprendemos no Antigo Testamento
(Daniel 9.18), se identifica com a nossa dor. A explicação para o sofrimento
humano, como o experimentado por Jesus e por todos os seres humanos, não é uma
explicação: é uma vivência divina. Deus viveu o nosso drama. Ter um Deus que
sofre conosco é a mensagem da cruz.
4. Devemos morrer em Jesus, aceitando o seu sacrifício por
nós.
Na cruz, "Deus ofereceu [Jesus Cristo] como sacrifício
para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua
justiça" (Romanos 3.25a).
Aceitamos seu sacrifício quando confessamos o nome de Jesus
como nosso Salvador (renúncia) e Senhor (compromisso). O que devemos é,
"por meio de Jesus", oferecer "continuamente a Deus um
sacrifício de louvor, que é fruto de lábios que confessam o seu nome" (Hebreus
13.15).
5. Devemos nos santificar permanentemente.
"Fomos santificados, por meio do sacrifício do corpo de
Jesus Cristo, oferecido uma vez por todas". Por isto, "se
continuarmos a pecar deliberadamente depois que recebemos o conhecimento da
verdade, já não resta sacrifício pelos pecados, mas tão-somente uma terrível
expectativa de juízo e de fogo intenso que consumirá os inimigos de Deus"
(Hebreus 10.10, 26-27).
6. Devemos dizer que está a doer quando dói.
Diante da história de cruz, devemos ter a mesma atitude de
Jesus diante do sofrimento. Ele, que pediu "passe-me" e disse que
estava pronto, enfrentou o sofrimento, experimentando-o e gritando que doía.
7. O Deus que abandonou Jesus não nos abandona; logo,
podemos confiar nEle, buscar por Ele, esperar nEle.
Por um instante, Deus abandonou Jesus por causa do nosso
pecado, mas aquele abandono se tornou vicário e não somos mais abandonados.
Depois, Deus providenciou o cuidado pleno para Jesus, com seu corpo sendo
perfumado, até ter ressuscitado e levado ao céu, onde está exaltado à direita
de Deus, intercedendo por nós.
Então, tudo podemos em Jesus (Filipenses 4.13).
jcjc