21 de junho de 2011

VIVER EM PECADO E PENSAR QUE SE TEM O ESPÍRITO SANTO É UM ENGANO.

Como estarão as pessoas iludidas nos últimos dias pelo engano final, a igreja vai cair na grande apostasia prevista por Paulo em nas cartas a Timóteo e aos Tessalonicenses. Veremos em próximo post a natureza dessa apostasia, como ela negará a divindade de Cristo e o Seu papel como o único Mediador, e também sancionará comportamentos ímpios devido a ausência da Lei Moral. Vamos agora analisar as implicações teológicas da apostasia final.
1. O Apóstolo Paulo ensinou claramente que aqueles que vivem sem Deus não herdarão o reino de Deus.“Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbedos, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus” (1 Coríntios 6:9-10).
Ser cristão não nos isentará de forma mágica dos mesmos padrões morais que são usados para julgar o mundo (Romanos 3:19). Embora seja verdade que aqueles que crêem
em Cristo não estão sob a condenação da lei (Romanos 8:1), é igualmente verdade que aqueles que vivem uma vida pecaminosa não estão em Cristo, a mente carnal está em inimizade com Deus e não pode obedecer à Sua lei, mas uma pessoa convertida tem o Espírito de Deus a habitar nela (Romanos 8:7-9).
2. Afirmar que se tem o Espírito Santo e ao mesmo tempo, viver uma vida de pecado é um engano e uma ilusão.“Todo aquele que vive habitualmente no pecado também vive na rebeldia, pois o pecado é rebeldia. E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os pecados; e nele não há pecado. Todo o que permanece nele não vive pecando; todo o que vive pecando não o viu nem o conhece. Filhinhos, ninguém vos engane; quem pratica a justiça é justo, assim como ele é justo; quem comete pecado é do Diabo; porque o Diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo. Aquele que é nascido de Deus não peca habitualmente; porque a semente de Deus permanece nele, e não pode continuar no pecado, porque é nascido de Deus. Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do Diabo: quem não pratica a justiça não é de Deus, nem o que não ama a seu irmão” (1 João 3:4-10).
Nota: A Epístola de João foi escrita no contexto das típicas heresias gnósticas tipo [1], esses falsos mestres enganavam as pessoas induzindo-as a pensar que se pode ser cristão e viver em pecado. João não está aqui a dizer que estamos absolutamente sem pecado, antes, ele afirma que ninguém pode dizer que é sem pecado (1 João 1:8-10), o que ele escreve refere-se a todos quantos se permancem no pecado, vivendo uma vida ruim e sem arrependimento. A menos que se arrependam não resta nenhum sacrifício pelo pecado (Hebreus 10:26).
O conceito de que os cristãos não estão sob nenhuma lei está a ganhar terreno no mundo cristão, mas esta tese “teológica” outra coisa não é senão a própria negação de Cristo. Isto é uma forma subtil de espiritismo sob a roupagem de cristianismo, pois se não houvesse nenhuma lei, não haveria pecado e, portanto, não haveria necessidade de um Salvador [2] (Romanos 5:13, 3:20). Um cristianismo superficial, sem raízes não suportará o teste do tempo (Mateus 13:5-6); tal fé não traz a convicção do pecado e, consequentemente, a necessidade de arrependimento. As mega-igrejas de hoje, muitas vezes minimizam o pecado, porque ele é impopular, e assim aumentam o número dos seus membros a proporções gigantescas. O Espírito Santo foi dado para convencer os homens do pecado e do juízo (João 16:8), mas muitos cristãos argumentam que não serão julgados, mesmo que isso esteja claramente declarado nas Escrituras (Mateus 16:27, 2 Coríntios 5:10; Mateus 25:31-46). Embora seja verdade que os verdadeiros cristãos não estão debaixo da condenação da lei, porque eles são abrangidos pela justiça de Cristo, isso não pode ser transformado numa capa para encobrir o mal e uma vida pecaminosa. A doutrina de que não há Lei é uma negação de Cristo como nosso Salvador e, portanto, é uma doutrina de demónios:
3. “como livres, e não tendo a liberdade como capa da malícia, mas como servos de Deus” (1 Pedro 2:16).Nota: Deus nos deu leis, porque Ele é um Deus de amor e sabe do que precisamos para sermos felizes, então, devemos mostrar o nosso amor a Deus, guardando a Sua Lei (Dez Mandamentos). Como exemplo, Deus deu-nos as leis da saúde, para que pudéssemos ser saudáveis, mas se não a seguirmos pagaremos um preço. Outra lei para nosso benefício é o sábado; sem ele estaríamos sempre a trabalhar, e nos tornaríamos centrados em nós mesmos e, assim, nos esqueceríamos de Deus. O nosso Criador na Sua sabedoria sabe o que é melhor para nós.
Jesus realçou a necessidade de uma ligação viva com Ele, a fim de crescermos em santidade e termos vida espiritual. Aqueles que permanecem na videira darão frutos, mas se separados da videira murcham até que são lançados no fogo (João 15:1-8). Se tentarmos usar um telelemóvel [telefone celular], sem carregamentos, descobriremos em breve que não podemos fazer chamadas. O perigo do ensinamento gnóstico é que ele desvaloriza Cristo e separa-se da Videira. Sem uma compreensão adequada de quem é Cristo, o divino Filho de Deus, o Único que nos pode redimir, não podemos beneficiar do plano da salvação ou viver uma vida santa. A aparência de santidade, sem Cristo é uma farsa, como a figueira que tinha muita folha mas nenhum fruto (Marcos 11:12-21).
A Trindade.Porque a apostasia final colocará em causa a divindade de Cristo, como parte deste post é importante estabelecer a base bíblica da Trindade. A controvérsia trinitárias da Igreja primitiva são complexas e demoradas, muitas vezes têm envolvido palavras e fórmulas complexas. A raiz do problema parecia estar ter um fundo pagão filosófico e não uma base bíblica sólida. Num post que estamos a preparar, falaremos o que os gnósticos pensavam sobre a santidade de Deus, impeditiva de criar um mundo material. Assim, eles entenderam Jesus e o Espírito Santo como seres criados ou gerados para realizarem esse trabalho da criação, o que implicava um estatuto inferior ao Pai.
O problema com esta abordagem é que ela nega dois conceitos fundamentais sobre Deus e a nossa salvação. O primeiro é a nossa compreensão básica de que Deus é amor (1 Jo 4:8). A imagem que obtemos na Bíblia é de três Pessoas iguais existentes por toda a eternidade em uma unidade de amor. O amor não pode existir a menos que hajam outros que possam ser amados [3]. O segundo está relacionado ao primeiro: o sacrifício de Cristo mostra que Deus nos amou tanto que estava disposto a dar o Seu Filho, um membro da Divindade para morrer por nós [28]. Uma vez que começamos a minar esta doutrina, toda a base para a expiação está danificada. No Evangelho de João, a unidade da Divindade é revelada: o Filho glorifica o Pai, e o Pai, glorifica o Filho (João 17:1). Jesus também disse que Ele e o Pai são um “(João 10:30) e que o próprio Pai nos ama (João 16:27). O Pai ama o Filho (João 10:17) e o Filho o Pai (João 14:31). Nesta unidade de amor e glória, a expiação assume uma nova luz, o próprio Deus está disposto a pagar o preço pelos nossos pecados, porque Ele nos ama, e este amor é igual ao amor do Pai pelo Seu Filho (João 15:9). É difícil para nós compreender tal amor:
“que possais compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios até a inteira plenitude de Deus” ( Efésios 3:18-19).
4. Há muitas provas de que Jesus é igual a Deus, Jesus é referido como o Alfa e o Omega (Apocalipse 1:10-18; 22:12-13), assim como o primeiro e o último, um título que só pode ser dado a Deus.
“Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Isaías 44:6).
5. Que evidência nos dá a epístola aos Hebreus da divindade de Cristo, ele diz que os anjos adoram a Jesus, e também se refere a Jesus como Deus.
“E outra vez, ao introduzir no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem. Ora, quanto aos anjos, diz: Quem de seus anjos faz ventos, e de seus ministros labaredas de fogo. Mas do Filho diz: O teu trono, ó Deus, subsiste pelos séculos dos séculos, e cetro de eqüidade é o cetro do teu reino” (Hebreus 1:6-8).
Nota: No deserto, quando tentado pelo diabo, Jesus deixou bem claro que só devemos adorar o Senhor Nosso Deus (Mateus 4:10). No entanto, Jesus foi adorado pelos seus discípulos (Mateus 14:33; 28:17). De acordo com a Epístola aos Filipenses, um dia todo joelho se dobrará ao nome de Jesus (Filipenses 2:10-11). Esta é uma prova clara de Sua divindade.
6. Jesus referiu-se a si mesmo com a expressão “EU SOU” (João 8:58), o que não só se refere à sua pré-existência antes de Abraão, mas também é um título que só pode ser usado por Deus.
“Respondeu Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos olhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êxodo 3:14).
Nota: Jesus também disse eu Sou o pão da vida, eu Sou a luz do mundo, eu Sou a porta, eu Sou o bom pastor, eu Sou a ressurreição e a vida, e eu Sou a videira verdadeira (João 6:48; 08:12, 10:09; 10:11, 11:25, 15:1). É evidente que Jesus não só existia antes dEle vir ao mundo (João 17:24), mas Ele é igual a Deus (Filipenses 2:6). Mesmo Ele sendo igual a Deus, estava disposto a se humilhar e se tornar um ser humano, a fim de pagar o preço pelos nossos pecados e nos salvar da morte eterna. Isso demonstra a profundidade do amor de Deus por nós que Jesus estava disposto a descer tão longe e sofrer muito para nos salvar (João 3:16).
7. O Espírito Santo também é apresentado como uma Pessoa divina, Ele é o outro consolador (da mesma espécie), como o Pai e o Filho.
“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (João 14:16).
Nota: Em grego, a palavra “allos” significa outro da mesma espécie, em vez de um tipo diferente [4]. Portanto, o Espírito Santo é igual ao Pai e ao Filho, Ele é um outro ser como o Pai e o Filho [5].
8. Tem o Espírito Santo personalidade?
Ele pode ser entristecido (Efésios 4:30), dá dons como Ele quer (1 Coríntios 12:11), fala e dirige pessoas (Atos 8:29), Ele pode ser enganado (Atos 5:3) e pode ser resistido (Atos 7:51).
Nota: A apostasia dos últimos dias vai subtilmente negar a divindade de Jesus e colocá-lo em pé de igualdade com anjos ou outros seres “espíritos” [6], como fizeram os gnósticos. Apesar de Jesus ser o único que pode salvar (Atos 2:21), muitos salvadores ou mediadores serão apresentados. O homem torna-se o seu próprio salvador, e voltar-se para o engano original “sereis como deuses” (Génesis 3:5). A maioria (já) afirmará ter poderes dentro de si para curar [7] e fazer milagres, e Jesus será reduzido ao estatuto de um curandeiro [8]. No entanto, o poder desses curandeiros não se origina dentro deles, mas de forças demoníacas, segundo as Escrituras. O resultado desse ensino será um corte de sua vida da videira verdadeira, uma espiritualidade seca e, finalmente, escuridão, confusão, ilusão e destruição. No entanto, não é que não possa haver cura verdadeira do Senhor, como aconteceu no Pentecostes, em tais casos o poder não é atribuído às pessoas, mas atribuído ao próprio Deus (Atos 3:12). Os discípulos nunca alegaram ter poder dentro de si para curar as pessoas; mas sempre atribuíam esse poder a Deus.
A filosofia que, de alguma forma somos divinos é atraente para a mente natural, porque é lisonjeiro pensar em si como possuindo poderes sobre-humanos. Mas isso é uma contradição do que a Bíblia diz sobre a humanidade, que o coração humano é mau e rebelde contra Deus (Jeremias 17:9, Romanos 3:10-18), para não mencionar que pensar em si mesmo como um ser divino é blasfémia (At. 12:22-23)! A menos que compreendamos a nossa verdadeira condição, não podemos ser salvos. No livro do Apocalipse, a igreja de Laodicéia representa a fase final da igreja nos últimos dias [9]. A igreja vangloria-se com o pensamento que é rica e não precisa de nada, mas Deus diz-lhe que ela é pobre, cega e nua (Apocalipse 3:17). Deus oferece colírio para que possamos ver a nossa verdadeira condição, e vestes brancas para cobrir a nossa nudez e ouro para nos fazer ricos (Apocalipse 3:18). Ele pode ajudar-nos a discernir a verdade do erro, para discernirmos que precisamos de um Salvador, Ele está pronto a dar- nos o manto da justiça de Cristo e o ouro do amor e da fé [10], em contraste com as riquezas do mundo que perecem (Mateus 6:19-20 ).
Jesus está à porta e bate (Ap 3:20), esperando pela nossa resposta para deixá-lo entrar. Ele espera pacientemente, batendo com as Suas mãos marcadas com o sinal do resgate. Se nós Odeixarmos entrar, devemos também estar dispostos a deixá-l´O limpar o lixo depositado nas nossas vidas. Este é um dos mais tocantes apelos nas Escrituras, deseja que Jesus entre no seu coração?
Referências:1. Francis D. Nichols, The Seventh-day Adventist Bible Commentary, Volume 7, pp. 637, 645
2. Ellen White, The Great Controversy, pp. 552-556
3. Whidden, Moon, Reeve, The Trinity, p. 115
4. Francis D. Nichol, The Seventh-day Adventist Bible Commentary, Volume 5 (Review and Herald Publishing Association, 1978) p. 1037; Swanson, James: Dictionary of Biblical Languages With Semantic Domains : Greek (New Testament). electronic ed. Oak Harbor : Logos Research Systems, Inc., 1997, S. GGK257
5. Fernando L. Canale, Doctrine of God, Handbook of Seventh-day Adventist Theology, p. 133
6. Ellen White, The Great Controversy, p. 552
7. Ellen White, Prophets and Kings, p. 211
8. Ellen White, Early Writings, p. 87
9. Kenneth A. Strand, The Eight Basic Visions, Daniel and Revelation Committee Series, Volume 6 (Silver Spring, Maryland: Biblical Research Institute, 1992) p. 34; C. Mervyn Maxwell, God Cares Volume 2, The Message of Revelation for You and Your Family (Boise, Idaho: Pacific Press Publishing Association, 1985) p. 98
10. Ellen White, Christ’s Object Lessons (Review and Herald Publishing Association, 1900) p. 158