Quando as pessoas são seduzidas pelo espiritismo, talvez na esperança de obterem a felicidade, fama ou fortuna, elas acabam num estado de ilusão. Paulo descreveu a condição delas como tendo a consciência cauterizada por um ferro quente (1 Timóteo 4:2). Elas já não podem discernir entre a verdade e o erro e acreditam que o que é mau seja bom (Isaías 5:20-21). Talvez, de alguma forma as suas almas também estejam marcadas pelos poderes do mal [1]. Quando passa um ferro e queima alguma coisa, é óbvio; que pode ver por si mesmo a queimadura e sentir o cheiro. Jesus disse que, pelos seus frutos os conhecereis “ (Mateus 7:20). Ninguém é forçado a ser enganado ao deparar-se com falsos mestres que argumentam serem santos, mas vivem uma vida imoral e estão desejosos do lucro ou vantagens.
É uma coisa terrível quando as pessoas acreditam que o bem é mal e o mal é bem. No seu estado ilusório, elas inevitavelmente pensam que aqueles que defendem as leis de Deus são a causa dos seus problemas. Quando Acabe conheceu o profeta Elias, ele o acusou de ser o perturbador de Israel (1 Reis 18:17), embora tenha sido a sua própria idolatria a causa dos problemas (1 Reis 18:18). É frequentemente o caso que quando os ímpios trazem calamidade sobre uma nação, eles procuram culpar aqueles que os repreenderam por suas ações. Tal foi o caso de Jeremias, que foi acusado de ser um traidor, mesmo que fosse a idolatria nacional que lhes trouxe a ruína “(Jeremias 38:4), Jeremias só estava dando o aviso enviado por Deus para evitarem o desastre. Infelizmente o povo preferiu ouvir os seus falsos profetas, que amenizavam os seus medos, sem necessidade de qualquer mudança em seu comportamento (Jeremias 27:9).
Às vezes as pessoas podem se tornar tão rebeldes que nenhuma mensagem irá despertá-las, a Escritura fala daqueles que se juntam aos seus ídolos (Oseias 4:17). Se as pessoas continuam a pecar e resistir ao Espírito Santo, uma hora, elas vão se endurecer para qualquer argumento para a mudança (Efésios 4:30, Mateus 12:31). Tal foi o caso de Coré e seus seguidores que se rebelaram contra a liderança de Moisés designada por Deus (Número 16:1-3). Mesmo após o julgamento de Deus cair sobre Coré e os líderes da rebelião, seus seguidores estavam tão iludidos que culparam a Moisés, acusando-o de matar o povo do Senhor (Número 16:41)! Quando as pessoas resistem teimosamente ao Espírito Santo, elas podem chegar a um ponto onde nenhuma quantia de milagres ou Escrituras irá convencê-las de que estão erradas (Lucas 16:31). Alguns dos fariseus e saduceus finalmente chegaram a esse ponto, porque eles continuaram se opondo a Cristo e atribuindo Seus milagres às forças demoníacas (Mateus 12:10-37). A verdade dos ensinamentos de Jesus, em harmonia com as Escrituras, e o cumprimento das profecias messiânicas fornecia provas suficientes de que seu ministério era de Deus (João 5:39). Os fariseus eram orgulhosos demais para se arrependerem ou admitirem que estavam errados.
Os enganos dos últimos dias envolverão sinais e milagres falsificados de tal natureza que iludirá as pessoas. No entanto, o povo não vai aceitar essas ilusões sem primeiro ouvir e rejeitar a verdade (2 Tessalonicenses 2:11-12); isso porque eles se recusam a amar a verdade que eles acreditam ser uma mentira. Eles passam a acreditar que podem escapar do julgamento de Deus (Malaquias 2:17). Tornaram-se como as pessoas nos dias de Isaías, que pensavam que tinham feito um pacto com a morte:
“Porquanto dizeis: Fizemos aliança com a morte, e com o inferno fizemos acordo; quando passar o dilúvio do açoite, não chegará a nós, porque pusemos a mentira por nosso refúgio, e debaixo da falsidade nos escondemos” (Isaías 28:15).
Isso remonta ao engano inicial, quando Satanás disse a Eva que ela não morreria (Génesis 3:4), e sugeriu que sua desobediência a faria mais feliz (Génesis 3:5). Este é o engodo do espiritismo, que vamos ganhar algum conhecimento ou poder com a desobediência a Deus. Mas no final isso acaba por se tornar uma amarga decepção. Adão e Eva foram informados de que eles voltariam ao pó. No entanto, o seu caso não era sem esperança porque eles tinham sido enganados e tentados ao invés de terem feito uma decisão deliberada de rejeitar a Deus como Satanás havia feito, então foi-lhes dada a promessa de um futuro libertador (Génesis 3:15). Para as pessoas dos dias de Isaías, Deus disse que iria anular seu pacto de morte (Isaías 28:18), este era um contrato inválido! A única maneira de escapar da morte eterna é através do arrependimento. Há apenas um caminho para a humanidade ser redimida e herdar a vida eterna, e é através do arrependimento e fé em Cristo (Atos 2:38; 16:31).
A oferta de Satanás à Eva parecia ser boa, mas era uma miragem. Os viajantes através do deserto são muitas vezes enganados por essas ilusões que podem ser fatais, levando o viajante sedento de um lugar para outro até que se torne irremediavelmente perdido e desanimado. As pessoas às vezes têm a ideia de que podem ir longe com suas ações imprudentes ou ilegais, como os fumantes que ignoram as advertências de saúde, ou os motoristas que pensam que podem quebrar o limite de velocidade e nunca serem pegos. Mas a realidade mais cedo ou mais tarde os apanha. Foi dito de alguns líderes nazistas que quando o seu Reich começou a ruir eles se sentiram como que a despertar de um sonho. Os delírios de grandeza estavam a ser quebrados pela realidade. Seria muito melhor para as pessoas atenderem às advertências dadas para seu bem-estar em vez de sofrerem as consequências; hoje, os fumantes recebem advertências claras sobre os perigos do tabaco, assim eles não têm desculpa. Ninguém será capaz de culpar a Deus no dia do juízo; pois optaram por ignorar a lei de Deus (Romanos 2:12-16). Mesmo aqueles que não conhecem a Deus, em sua consciência, conhecem o certo do errado. O espiritismo, por outro lado é como um maço de cigarros que afirma que você nunca vai ficar doente, é bom demais para ser verdade!
O sono da alma
Uma das razões por que as pessoas acreditam que a obediência a Deus não é importante é o conceito da alma imortal que se supõe vai para o céu ou algum outro lugar depois da morte. Mesmo que esse conceito seja amplamente aceito em muitas igrejas ele não tem uma base bíblica e é um remanescente dos erros que penetraram na igreja durante a Idade das Trevas.
A Bíblia frequentemente se refere à morte como um sono [2]. Este conceito foi usado por Jesus, quando a filha de Jairo morreu, Ele disse que ela estava dormindo (Mateus 9:24) e começou a chamá-la de volta à vida. Em outra ocasião, quando falou da morte de Lázaro, Ele disse que ele estava dormindo, mas iria acordá-lo (João 11:11-13). Os discípulos não entenderam o verdadeiro significado de suas palavras, então ele teve que dizer-lhes claramente que Lázaro estava morto. Está claro que Marta acreditava que Lázaro seria ressuscitado no último dia (João 11:24); ela não disse nada de Lázaro já estar no céu. Por que ela pediria para Lázaro ser ressuscitado se ela achasse que ele já estava no céu aproveitando o paraíso? Isso sim seria uma coisa cruel, ser chamado de volta do Céu a este mundo pecaminoso!
Jesus falou do dia em que os mortos sairiam de suas tumbas (João 5:28-29) e disse para não nos surpreendermos com isso. O apóstolo Paulo chegou a dizer que, se os mortos não ressuscitam, então também Cristo não ressuscitou e nossa fé é vã (1 Coríntios 15:13-14). Em sua primeira carta aos Tessalonicenses, ele disse que os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro e os descreveu como dormindo (1 Tessalonicenses 4:15-16). Se a alma já tivesse ido para o céu, não haveria muito sentido numa ressurreição no último dia!
No dia de Pentecostes, Pedro disse que Davi não havia subido ao céu, mas ainda estava em seu túmulo (Atos 2:29, 34), mostrando claramente que não há existência após a morte até a ressurreição. Uma série de outros textos bíblicos apoiam este conceito:
“Porque os vivos sabem que hão-de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento” (Eclesiastes 9:5).
“Sai-lhe o espírito, volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos” (Salmo 146:4).
“Prevaleces para sempre contra ele, e ele passa; mudas o seu rosto e o despedes. Os seus filhos recebem honras, sem que ele o saiba; são humilhados sem que ele o perceba” (Job 14:20-21).
Estes textos mostram que não há consciência na morte, ela é como um sono sem sonhos. A próxima coisa que uma pessoa morta sabe será a ressurreição tanto para a vida como para a condenação. Talvez uma das melhores Escrituras vêm do Livro de Daniel, que mostra o sono da morte até a ressurreição:
“E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno” (Daniel 12:2).
Em nossa condição pecaminosa, nós não somos imortais, a imortalidade é um dom concedido no retorno de Cristo para os justos (1 Coríntios 15:53), quando o mortal se revestirá da imortalidade. Jesus deixou claro que não seremos levados para o céu, até que Ele tenha preparado um lugar para nós e volte para nos buscar:
“NÃO se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também“ (João 14:1-3).
É interessante que Job esperava ser ressuscitado depois da morte, e ver Deus em sua própria carne (Job 19,26-27).
Tormento eterno e aniquilação
Há versos nas Escrituras que sugerem que os perdidos sofrerão um tormento eterno. Este é o lugar onde o princípio de um pouco aqui e um pouco ali, linha sobre linha e preceito sobre preceito é importante (Isaías 28:10). Precisamos pesar um texto com outro para obter o verdadeiro significado quando se estuda uma doutrina bíblica. Os versos que falam de tormento precisam ser equilibrados com os que falam de aniquilação. Você pode perguntar: como alguém pode ser aniquilado, se será atormentado para sempre, a resposta está no significado das palavras gregas e Hebraicas, que nós traduzimos como “sempre”.
A palavra grega “aion /aionios” e seu equivalente hebraico “olam”, são geralmente traduzidas como “para sempre”, mas às vezes são usadas na Bíblia com um sentido não-eterno [3], como a palavra “sempre” [4]. Por exemplo, se eu disser que eu sempre vivi aqui, isso não significa eternidade. O contexto determina quanto tempo é “sempre”. Um olhar sobre alguns versículos relevantes da Bíblia ilustram isso:
Apocalipse 20:9 os ímpios são consumidos (gr. katesthio). [Em Mateus 13:04 as aves comeram (gr. katesthio) as sementes que caem no caminho]
Apocalipse 20:10, os ímpios são atormentados para sempre (gr. aion)
Deuteronómio 15:17, o escravo servirá para sempre (Hb. olam) = durante a vida
1 Samuel 1:22 o menino Samuel foi habitar no templo para sempre (Hb. olam)
Filemon-15 Paulo aconselhou Filemom a receber Onésimo para sempre (gr. aionios)
Podemos ver que estas duas palavras nem sempre são usadas no sentido de eternidade, mas pode significar um período limitado até que algum acontecimento tenha sido concluído. Portanto, podemos concluir que os maus são atormentados apenas até serem consumidos pelo fogo do inferno. Este contraste é visto em Apocalipse 20:9-10 onde o versículo 9 diz que os maus serão consumidos, mas o versículo 10 diz que eles serão atormentados “para sempre”. A única maneira de conciliar estes dois versos é que os ímpios são atormentados até que sejam consumidos. Esta interpretação é apoiada pelas Escrituras, tais como Malaquias 4:1 que diz que os ímpios serão queimados como o restolho. No entanto, a destruição dos ímpios é eterna no sentido de que eles nunca voltarão à vida.
Faz parte do plano de Satanás retratar Deus como atormentando os pecadores por toda a eternidade [5] (João 8:44, Apocalipse 12:10). A verdade é que Deus ama todas as pessoas e não quer que nenhuma se perca (2 Pedro 3:9, Ezequiel 33:11). Aqueles que persistentemente recusarem a Sua graça irão um dia perder a sua alma, mas Deus não permitirá que sejam atormentados pela eternidade. Jesus disse que Deus tem o poder de destruir o corpo e a alma no inferno (Mateus 10:28), o que mostra que a alma não é indestrutível. A Epístola aos Hebreus diz que a morte de Jesus forneceu os meios para a destruição dos demónios “(Hebreus 2:14); ao contrário a crença popular, o próprio diabo será destruído no fogo do inferno!
No reino de Deus e na Nova Terra, não haverá mais pecado, sofrimento e morte (Apocalipse 21:3-4). Não haverá tormento ardendo para estragar a felicidade dos remidos.
Tendo em vista que a alma não é imortal, fica a pergunta: de onde veio essa idéia da imortalidade da alma? Parece ter vindo de filósofos gregos [6]. Ela foi baseada em uma filosofia dualista que via as coisas materiais como inferiores, a mesma filosofia que levou à heresia gnóstica.
O relato da Criação em Génesis descreve o homem como sendo composto pelo pó da terra e pelo sopro da vida tornando-se assim uma alma vivente (Génesis 2:7). A morte é simplesmente a reversão deste processo quando o pó retorna à terra e o sopro da vida à Deus (Eclesiastes 12:7); naquele momento a alma deixa de existir, exceto na memória de Deus até a ressurreição. Embora a ressurreição dos mortos seja um mistério, podemos ser gratos que Deus tem uma memória perfeita, e nada é impossível para Ele (Lucas 1:37). Quando Deus promete que os mortos serão ressuscitados, podemos ter certeza que isso vai acontecer (Isaías 55:11). Pelo poder de Sua palavra Ele fez o mundo (Salmo 33:6), e pelo mesmo poder, Ele chamará os mortos de volta à vida.
A crença em uma alma imortal é uma fraqueza que permitirá que Satanás se infiltre na igreja nos últimos dias com suas filosofias espiritualistas [7]. As formas modernas de entretenimento, como televisão e jogos de computador contêm conceitos camuflados e mensagens que estão sendo sutilmente gravadas na mente de uma pessoa sem que ela esteja ciente disso. Gradualmente, ao longo do tempo, estes conceitos começam a ser aceites pela sociedade. Uma mensagem da mídia é que os fantasmas e espíritos são interessantes e bons. O aumento de interesse em tais coisas é o resultado da operação dos poderes demoníacos que tentam atrair à outros para um estado similar de trevas e rebelião contra Deus. Eles estão sutilmente preparando o mundo para a crise final.
Outro exemplo é a teoria da evolução, que erodiu a confiança das pessoas no livro que pode salvá-las do que está por vir sobre a terra. Este é um exemplo de lavagem cerebral, por isso muitas pessoas acreditam que a teoria da evolução é um fato, quando nunca foi provado cientificamente que um animal de uma espécie pode evoluir para uma outra espécie [8]. Os registros fósseis falharam em produzir qualquer prova de que esse processo já ocorreu; os elos perdidos ainda estão desaparecidos, no entanto, multidões acreditam nisso! A erosão da confiança das pessoas nas Escrituras as deixa vulneráveis ao engano final. É importante aprender as Escrituras e memorizar textos importantes dela para nos preparar para o engano final:
“Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça” (2 Timóteo 3:16).
Referências:
[1] Francis D. Nichol, The Seventh-day Adventist Bible Commentary, Volume 7, p. 303
[2] Niels-Erik A. Andreasen, Death: Origin, Nature, and Final Eradication, Handbook of Seventh-day Adventist Theology (Hagerstown, Maryland: Review and Herald Publishing Association, 2001) p. 325; Ministerial Association, Seventh-day Adventist Believe… A Biblical Exposition of Fundamental Doctrines, Second Edition (Silver Spring, Maryland: General Conference of Seventh-day Adventists, 2005) pp. 390-391; Bible Readings for the Home, Revised (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1953) p. 516 (Spiritualism, Communication with the dead)
[3] Kittel, Gerhard (Hrsg.) ; Bromiley, Geoffrey William (Hrsg.) ; Friedrich, Gerhard (Hrsg.): Theological Dictionary of the New Testament. electronic ed. Grand Rapids, MI : Eerdmans, 1964-c1976, S. 1:209; Swanson, James: Dictionary of Biblical Languages With Semantic Domains : Hebrew (Old Testament). electronic ed. Oak Harbor : Logos Research Systems, Inc., 1997, S. DBLH 6409, #3
[4] Rober L. Odom, How Long is Forever, see http://www.adventistbiblicalresearch.org/documents/How%20Long%20Is%20Forever.htm
[5] Ellen White, Early Writings (Review and Herald Publishing Association, 1882) pp. 218-219
[6] Niels-Erik A. Andreasen, Death: Origin, Nature, and Final Eradication, Handbook of Seventh-Day Adventist Theology, p. 336-337
[7] Ellen White, The Great Controversy, p. 588
[8] D. T. Gish, 1995. Evolution: The Fossils Still Say No! Institute for Creation Research, El Cajon, CA, 391 pp. (cited in The Answers Book, 1999, Answers in Genesis Ltd, Australia, p. 118) (see www.AnswersinGenesis.org)