29 de novembro de 2012

A RELAÇÃO DA FÉ COM A GRAÇA


A Bíblia diz como o homem pode ser salvo, que evidentemente não é em função do seu próprio esforço ou boas obras, mas sim em função do esforço e graça de Cristo, quando colocamos a nossa fé n´Ele, descansando na sua obra consumada na cruz do Calvário.
1.      Porque razão necessitamos de verdadeira graça e fé?
Rª: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” Romanos 6:23
 
2.  O homem condenado à morte encontra um “dom gratuito” para alcançar a vida. Qual?
 Rª: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Efésios 2:8)
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Efésios 2:8)
 
3.Será que percebemos que a fé é o nosso ponto de ligação com a graça de Deus?
Rª: “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6)
Nota: Se pensarmos dentro do paradigma de que a união da nossa busca a Deus com a graça de Deus (a graça de Deus conosco – 1Co.10:15) é o que torna o homem vencedor contra o pecado, poderíamos pensar da seguinte maneira: Como é que alguém pode buscar a Deus em jejum, oração, louvor e leitura bíblica e mesmo assim ser derrotado na luta contra o pecado por não estar coberto com a graça de Deus?
Por outras palavras, como é que pode uma pessoa (A) estar buscar a Deus em todos estes aspectos, mas não vencer o pecado porque a graça de Deus não está sobre ela; enquanto uma outra pessoa (B) busca a Deus da mesma maneira que a outra e  a graça de Deus, por sua vez, está sobre ele e por isso ele não cai quando é tentado? Será que Deus é injusto em derramar mais da graça sobre uma pessoa do que sobre a outra, deixando esta pessoa (A) entregue ao pecado, enquanto com a outra pessoa (B) Ele decide intervir e libertá-la pela Sua graça? Objectivamente não. Deus não faz acepção de pessoas.
4. Neste caso tem o homem um papel a desempenhar? Se sim, qual?
Rª: “Agora, pois, seja o temor do Senhor convosco; guardai-o, e fazei-o; porque não há no Senhor nosso Deus iniquidade nem acepção de pessoas, nem aceitação de suborno” (2 Crónicas 19:7)
“Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas” (Romanos 2:11)
“E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas” (Atos 10:34)
 
5. Então, recebe o resultado das suas próprias escolhas?
Rª: “Mas quem fizer agravo receberá o agravo que fizer; pois não há acepção de pessoas” (Colossenses 3:25)
“E vós, senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as ameaças, sabendo também que o Senhor deles e vosso está no céu, e que para com ele não há acepção de pessoas” (Efésios 6:9)
Nota: Se em Deus não há acepção de pessoas, então Ele não pode entregar uma pessoa ao pecado que busca a Deus tanto quando a outra pessoa que Ele supostamente “ajuda a mais” para que esta outra não caia em tentação. Então, se isso não vem de preconceitos da parte de Deus, certamente deve vir de nós mesmos.
 
6. Onde é que essa pessoa (A) falha em não receber mais da graça de Deus para vencer o pecado na vida dela, se ela busca a Deus o mesmo tanto da outra pessoa (B) que consegue vencer as tentações com a graça de Deus?
Nota: Simplesmente porque a graça de Deus não é um “fator mágico” que vem automaticamente através da busca a Deus, mas sim algo que tem que vir acompanhado da busca a Deus, mas com um fator aditivo chamado fé. A fé é o ponto de ligação entre nós e a graça de Deus. Nós somos salvos pela graça de Deus, por meio da fé. Isso revela que a fé é um ponto intermediário que nos une à graça. Uma pessoa pode até buscar bastante a Deus, mas ser desprovida de fé. Neste caso, ela pode até se esforçar ao máximo neste propósito, mas, se não tiver a fé, toda essa busca será em vão, já que é a fé verdadeira que nos liga a Cristo.
7. O que é a verdadeira fé?
Rª: “Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos. Pois foi por meio dela que os antigos receberam bom testemunho. Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê” (Hebreus 11:1-3)
Nota: O que significa que a fé é uma profunda convicção interior em alguma coisa. No caso em que estamos a tratar, significa uma profunda convicção de que Deus derrama a Sua graça por meio de Cristo para nos libertar do pecado. Essa é a fé que nós precisamos para nos ligar à graça. Não é um “passe de mágica”, porque por “mágica” não se entende nenhum tipo de certeza, nenhum tipo de convicção. A fé, porém, vai muito além de simples “mágica” e vai para além do campo da razão, para aquilo que chamamos sobrenatural.
 A fé é certeza, é convicção, é a prova até mesmo daquilo que nós não conseguimos ver agora. É pela fé que nós cremos na existência dos mundos [material e espiritual] que nos rodeiam. É por meio da fé que nós somos salvos, pela fé que os antigos receberam bom testemunho e pela fé que nós seremos justificados em Cristo. Portanto, o que nos liga a essa graça não é um passe de mágica, mas sim essa fé genuína. Por mais que as obras sejam realmente muito importantes e fundamentais (sem as obras, a fé é morta – Tg.2:26), é pela fé que a graça vem sobre nós. As obras – na vida do verdadeiro crente – são o resultado da fé.
8. Pode a fé ser desprovida de obras?
Rª: A fé não pode ser desprovida de obras, porque sem obras a nossa fé não passa de uma “fé” inútil (Tg.2:20), demoníaca (Tg.2:19) e que está morta (Tg.2:26). Portanto, a fé verdadeira é acompanhada de obras que revelam o nosso arrependimento e o nosso crescimento e maturidade espiritual, e por meio dessa fé a graça de Deus é derramada nos nossos corações mediante o Espírito Santo que Ele nos concedeu. Assim, nós vemos que não existe um fator prático cristão que atua interdependente dos outros; ao contrário, é tudo como um “puzzle” em que todas as peças devem estar perfeitamente ligadas e unidas para que tudo se encaixe harmoniosamente.
 
9. Sendo a fé, graça e obras uma perfeita obra de Deus. Que atitude deve tomar o crente?
Rª “Portanto, nós também, pois estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e está assentado à direita do trono de Deus” (Hebreus 12:1,2)
Conclusão: “estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas”. A metáfora do verso 1 comparar o cristão com um atleta que faz os últimos preparativos para competir num estádio da antiguidade, enquanto os espectadores observam sentados. O atleta, que tem o propósito de ganhar a corrida, contempla por um momento os assistentes. As “testemunhas” são aqui os incontáveis heróis da fé que são mencionados em Hebreus 11, cada um deles e apesar das desvantagens que tiveram que enfrentar, terminaram a sua corrida no gozo do Senhor. A fidelidade deles e perseverança lhes proporcionaram a vitória na corrida da vida. O atleta cristão que, conhece pela Palavra esses fiéis de todos os séculos, os olhos deles como que estão sobre os crentes. Eles venceram porque fixaram os seus olhos em Jesus Cristo, o cristão de hoje, só vencerá (verso 2) obtendo fé e graça para vencer cada dificuldade e tudo suportar até ao fim.
É perigoso afastar os olhos de Jesus seja em que momento for, tal como aconteceu com Pedro quando tentou caminhar sobre as agitadas ondas do mar da Galileia (Mat. 14:24-32). Manter “os olhos em Jesus”, é manter uma relação continua com Aquele que é a Fonte de todo o poder, com Aquele que pode fortalecer-nos para que resistamos e triunfemos. Amem.
José Carlos Costa, pastor