A Bíblia diz como o
homem pode ser salvo, que evidentemente não é em função do seu próprio esforço
ou boas obras, mas sim em função do esforço e graça de Cristo, quando colocamos
a nossa fé n´Ele, descansando na sua obra consumada na cruz do Calvário.
1.
Porque razão necessitamos de verdadeira graça e fé?
Rª: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom
gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” Romanos 6:23
2. O
homem condenado à morte encontra um “dom gratuito” para alcançar a vida. Qual?
Rª: “Porque pela
graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus”
(Efésios 2:8)
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não
vem de vós, é dom de Deus” (Efésios 2:8)
3.Será
que percebemos que a fé é o nosso ponto de ligação com a graça de Deus?
Rª: “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a
vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6)
Nota: Se pensarmos dentro do paradigma de que a união da nossa
busca a Deus com a graça de Deus (a graça de Deus conosco – 1Co.10:15) é o que torna
o homem vencedor contra o pecado, poderíamos pensar da seguinte maneira: Como é
que alguém pode buscar a Deus em jejum, oração, louvor e leitura bíblica e
mesmo assim ser derrotado na luta contra o pecado por não estar coberto com a
graça de Deus?
Por outras palavras, como é que pode uma pessoa (A) estar
buscar a Deus em todos estes aspectos, mas não vencer o pecado porque a graça
de Deus não está sobre ela; enquanto uma outra pessoa (B) busca a Deus da mesma
maneira que a outra e a graça de Deus,
por sua vez, está sobre ele e por isso ele não cai quando é tentado? Será que
Deus é injusto em derramar mais da graça sobre uma pessoa do que sobre a outra,
deixando esta pessoa (A) entregue ao pecado, enquanto com a outra pessoa (B) Ele
decide intervir e libertá-la pela Sua graça? Objectivamente não. Deus não faz
acepção de pessoas.
4. Neste caso tem o homem um papel a desempenhar? Se sim,
qual?
Rª: “Agora, pois, seja o temor do Senhor convosco; guardai-o, e fazei-o; porque não há no Senhor nosso Deus iniquidade
nem acepção de pessoas, nem aceitação de suborno” (2 Crónicas 19:7)
“Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas” (Romanos
2:11)
“E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço por verdade que
Deus não faz acepção de pessoas” (Atos 10:34)
5. Então, recebe o resultado das suas próprias escolhas?
Rª: “Mas quem fizer agravo receberá o agravo que fizer; pois
não há acepção de pessoas” (Colossenses 3:25)
“E vós, senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as
ameaças, sabendo também que o Senhor deles e vosso está no céu, e que para com
ele não há acepção de pessoas” (Efésios 6:9)
Nota: Se em Deus não há acepção de pessoas, então Ele não
pode entregar uma pessoa ao pecado que busca a Deus tanto quando a outra pessoa
que Ele supostamente “ajuda a mais” para que esta outra não caia em tentação.
Então, se isso não vem de preconceitos da parte de Deus, certamente deve vir de
nós mesmos.
6. Onde é que essa pessoa (A) falha em não receber mais da
graça de Deus para vencer o pecado na vida dela, se ela busca a Deus o mesmo
tanto da outra pessoa (B) que consegue vencer as tentações com a graça de Deus?
Nota: Simplesmente porque a graça de Deus não é um “fator
mágico” que vem automaticamente através da busca a Deus, mas sim algo que tem
que vir acompanhado da busca a Deus, mas com um fator aditivo chamado fé. A fé
é o ponto de ligação entre nós e a graça de Deus. Nós somos salvos pela graça
de Deus, por meio da fé. Isso revela que a fé é um ponto intermediário que nos
une à graça. Uma pessoa pode até buscar bastante a Deus, mas ser desprovida de
fé. Neste caso, ela pode até se esforçar ao máximo neste propósito, mas, se não
tiver a fé, toda essa busca será em vão, já que é a fé verdadeira que nos liga
a Cristo.
7. O que é a verdadeira fé?
Rª: “Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova
das coisas que não vemos. Pois foi por meio dela que os antigos receberam bom
testemunho. Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de
Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê” (Hebreus 11:1-3)
Nota: O que significa que a fé é uma profunda convicção
interior em alguma coisa. No caso em que estamos a tratar, significa uma
profunda convicção de que Deus derrama a Sua graça por meio de Cristo para nos
libertar do pecado. Essa é a fé que nós precisamos para nos ligar à graça. Não
é um “passe de mágica”, porque por “mágica” não se entende nenhum tipo de
certeza, nenhum tipo de convicção. A fé, porém, vai muito além de simples
“mágica” e vai para além do campo da razão, para aquilo que chamamos sobrenatural.
A fé é certeza, é
convicção, é a prova até mesmo daquilo que nós não conseguimos ver agora. É
pela fé que nós cremos na existência dos mundos [material e espiritual] que nos
rodeiam. É por meio da fé que nós somos salvos, pela fé que os antigos
receberam bom testemunho e pela fé que nós seremos justificados em Cristo. Portanto,
o que nos liga a essa graça não é um passe de mágica, mas sim essa fé genuína.
Por mais que as obras sejam realmente muito importantes e fundamentais (sem as
obras, a fé é morta – Tg.2:26), é pela fé que a graça vem sobre nós. As obras –
na vida do verdadeiro crente – são o resultado da fé.
8. Pode a fé ser desprovida de obras?
Rª: A fé não pode ser desprovida de obras, porque sem obras
a nossa fé não passa de uma “fé” inútil (Tg.2:20), demoníaca (Tg.2:19) e que
está morta (Tg.2:26). Portanto, a fé verdadeira é acompanhada de obras que
revelam o nosso arrependimento e o nosso crescimento e maturidade espiritual, e
por meio dessa fé a graça de Deus é derramada nos nossos corações mediante o
Espírito Santo que Ele nos concedeu. Assim, nós vemos que não existe um fator
prático cristão que atua interdependente dos outros; ao contrário, é tudo como
um “puzzle” em que todas as peças devem estar perfeitamente ligadas e unidas
para que tudo se encaixe harmoniosamente.
9. Sendo a fé, graça e obras uma perfeita obra de Deus. Que
atitude deve tomar o crente?
Rª “Portanto, nós também, pois estamos rodeados de tão
grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de
perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta,
fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo
que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e está
assentado à direita do trono de Deus” (Hebreus 12:1,2)
Conclusão: “estamos
rodeados de tão grande nuvem de testemunhas”. A metáfora do verso 1
comparar o cristão com um atleta que faz os últimos preparativos para competir
num estádio da antiguidade, enquanto os espectadores observam sentados. O atleta,
que tem o propósito de ganhar a corrida, contempla por um momento os
assistentes. As “testemunhas” são aqui os incontáveis heróis da fé que são
mencionados em Hebreus 11, cada um deles e apesar das desvantagens que tiveram
que enfrentar, terminaram a sua corrida no gozo do Senhor. A fidelidade deles e
perseverança lhes proporcionaram a vitória na corrida da vida. O atleta cristão
que, conhece pela Palavra esses fiéis de todos os séculos, os olhos deles como
que estão sobre os crentes. Eles venceram porque fixaram os seus olhos em Jesus
Cristo, o cristão de hoje, só vencerá (verso 2) obtendo fé e graça para vencer
cada dificuldade e tudo suportar até ao fim.
É perigoso afastar os olhos de Jesus seja em que momento
for, tal como aconteceu com Pedro quando tentou caminhar sobre as agitadas
ondas do mar da Galileia (Mat. 14:24-32). Manter “os olhos em Jesus”, é manter
uma relação continua com Aquele que é a Fonte de todo o poder, com Aquele que
pode fortalecer-nos para que resistamos e triunfemos. Amem.
José Carlos Costa, pastor