2 de julho de 2011

SINAIS DO FIM

"Quando, porém vier o Filho do Homem, porventura achará fé na Terra?" (Lucas 18:8). Estas foram as palavras com que Jesus procurou manifestar a condição moral da Terra por ocasião de Sua volta a ela. Qual será, pois, a consequência deste tão grande afastamento dos princípios morais e da profunda degeneração do género humano verificada em nossos dias?
Em duas ocasiões especiais Deus manifestou o Seu horror ao pecado. A degradação moral do homem e a corrupção desenfreada tiveram, nessas duas ocasiões, a justa retribuição por parte do Senhor.

Da primeira vez o mundo foi destruído pelo dilúvio e da segunda vez duas cidades ímpias foram totalmente consumidas pelo fogo vindo do céu. Não foi, pois, sem razão, que Jesus mencionou estas duas ocasiões ao retratar as condições vividas pelo mundo, nos dias que antecedem a Sua volta, sendo este um dos mais expressivos sinais que precedem este acontecimento.

Eis as palavras do Salvador: "E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do Homem. Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca e veio o dilúvio, e os consumiu a todos. Como também da mesma maneira acon teceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam: mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu, fogo e enxofre, e os consumiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do Homem Se há-de manifestar" (Lucas 17:26-30).

Ora, como eram os dias que precederam o dilúvio? Diz a Palavra de Deus: "E viu o Senhor que a maldade
do homem se multiplicara sobre a Terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente" (Génesis 6:5). A sequência do relato bíblico bem mostra a perfeita relação existente entre aquela época e os dias de hoje: "A Terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a Terra de violência. E viu Deus a Terra, e eis que estava corrompida, porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a Terra" (Génesis 6:11-12).

A escalada da violência e da corrupção, a degradação moral, o egoísmo e o desamor de nossos dias atingiram uma proporção tal que certamente se assemelha com os dias que antecederam o dilúvio e da subversão de Sodoma e Gomorra. As notícias diárias são simplesmente chocantes e cada vez mais, em todo o mundo, aumenta a perversão humana. Isto, a tal ponto que os crimes hediondos que são praticados diariamente tornam-se rotina e já nem chocam tanto.

As pessoas se acostumam e se adaptam a esta situação, que já faz parte do nosso quotidiano. Por esta razão, o futuro para o mundo impenitente é sombrio. Se Deus, no passado, não pôde suportar esta condição, certamente não o fará agora, porque Ele não muda.

Cabe, portanto, a pergunta: Será, então, o mundo destruído por Deus, no futuro? A resposta da Bíblia Sagrada é positiva: "Inteiramente consumirei tudo sobre a face da Terra, diz o Senhor. Arrebatarei os homens e os animais; consumirei as aves do céu, e os peixes do mar, e os tropeços com os ímpios; e exterminarei os homens de cima da Terra, disse o Senhor . O grande dia do Se nhor está perto, está perto e se apressa muito a voz do dia do Senhor: amargamente clamará ali o homem poderoso. Aquele dia é um dia de indignação, dia de angústia e de ânsia, dia de al voroço e de desolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas, dia de trombeta e de alarido contra as cidades fortes e contra as torres altas. E angustiarei os homens, e eles andarão como cegos, porque pecaram contra o Senhor: e o seu sangue se derramará como pó, e a sua carne como esterco. Nem a sua prata e nem o seu ouro os poderá livrar no dia do fu ror do Senhor, mas pelo fogo do Seu zelo toda esta Terra será consumida: porque certamente fará de todos os moradores da Terra uma destruição total e apressada" (Sofonias 1:2-3 e 14-18).

Este dilúvio de fogo é confirmado pelo apóstolo: "Mas os céus e a Terra que agora existem, pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios . Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a Terra, e as obras que nela há se queimarão" (II Pedro 3:7 e 10).

Entretanto, apesar da clareza meridiana das Sagradas Escrituras, aquele que se arroga a condição blasfema de representante de Jesus aqui na Terra mais uma vez investe contra a Palavra de Deus, procurando desmenti-la.

Eis o que diz um artigo publicado na Revista Veja, Edição de 26 de fevereiro de 1.997, p. 104, intitulado O Papa e o Juízo Final : "O papa João Paulo II surpreendeu os católicos, na semana passada, ao tratar de um tema recorrente na história das religiões: o fim do mundo. Depois de citar a passagem bíblica em que Deus puniu os pecados da humanidade promovendo o Dilúvio, o papa garantiu que não está nos planos divinos destruir o mundo novamente. A humanidade continua cometendo pecados, até maiores que os descritos no Dilúvio, disse Karol Wojtyla durante um sermão na paróquia romana de Santo André Avelino, mas a aliança estabelecida com Noé assegura que nenhum pecado poderá levar Deus a aniquilar o mundo criado por Ele mesmo".

O poder anticristão que há muitos séculos assentou o seu trono em Roma não conhece as verdades das Sagradas Escrituras e é delas o maior inimigo. Se tivesse ao menos o cuidado de examinar melhor o contexto bíblico, certamente não faria declarações desastradas e infelizes como a mencionada acima. Eis a aliança que Deus estabeleceu com Noé e toda a sua descendência, para sempre: "E Eu convosco estabeleço o Meu concerto, que não será mais destruída toda a carne pelas águas do dilúvio, e que não haverá mais dilúvio, para destruir a Terra" (Génesis 9:11).

Para tranqüilidade do homem e para assegurar-lhe que não haveria outro dilúvio, Deus colocou nas nuvens o sinal desta aliança. Assim, Ele reafirmou as condições deste concerto: "E disse Deus: Este é o sinal do concerto que ponho entre Mim e vós, e entre toda a alma vivente, que está convosco, por gerações eternas: o Meu arco tenho posto na nuvem: este será por sinal do concerto entre Mim e a Terra. E acontecerá que, quando Eu trouxer nuvens sobre a Terra, aparecerá o arco nas nuvens. Então Me lembrarei do Meu concerto, que está entre Mim e vós, e ainda toda a alma vivente de toda a carne; e as águas não se tornarão mais em dilúvio, para destruir toda a carne (ver sos 12 a 15).

A clara afirmação de Deus é de que não haveria um outro dilúvio e de que Ele não voltaria a destruir a Terra, pelas águas. A razão de tal promessa – é necessário que se repita – era tranquilizar o homem, para que ele não se enchesse de terror ao sinal de cada chuva, fato que passou a ser comum, após o dilúvio. Isto não autoriza o papa a contradizer a Palavra de Deus, que afirma claramente que a Terra será novamente destruída, no futuro, pelo fogo.

Tornando ao assunto da degradação moral dos últimos dias e a sua consequência fatal para o homem, foi ela também mencionada por profetas e apóstolos, com milénios de antecedência: "Ouvi a palavra do Senhor, vós, filhos de Israel: porque o Senhor tem uma contenda com os habi tantes da Terra, porque não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus na Terra. Só prevalecem o perjurar, e o mentir, e o matar, e o furtar, e o adulterar, e há homicídios sobre homicídios. Por isso a Terra se lamentará, e qualquer que morar nela desfalecerá, com os animais do campo e com as aves do céu, e até os peixes do mar serão tirados (ou perecem) " (Oséias 4:1-3).

Eis o retrato que Paulo faz dos últimos dias: "Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes, afasta-te" (II Timóteo 3:1-5).
Conhecendo esta condição que vigoraria no fim dos tempos é que Jesus revelou: "E por se multiplicar a iniquidade o amor de quase todos se esfriará" (Mateus 24:12). E Ele completa, referindo-Se aos ímpios de todas as épocas, especialmente aos da última geração: "Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de Mim e das Minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de Seu Pai, com os santos anjos" (Marcos 8:38).

No entanto, os sinais que Jesus predisse e que antecederiam a Sua volta não se limitam à condição moral do homem. Ele mencionou a situação política mundial, bem como as convulsões da natureza, as grandes catástrofes, como expressivos sinais que antecederiam o fim.

Eis o relato de alguns destes fatos, com os quais Jesus procura advertir às pessoas, familiarizando-as com os acontecimentos que precederiam o grande dia de Sua volta: "E, estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a Ele os Seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos quando serão estas coisas, e que sinal haverá da Tua vinda e do fim do mundo? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane; porque muitos virão em Meu nome, dizendo: Eu sou o cristo e enganarão a muitos. E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai não vos assusteis, porque é mister que isto tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas todas estas coisas são o princípio de dores. Então vos hão-de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão: e sereis odiados de todas as gentes por causa do Meu nome. Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair- se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão. E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos (ou, de quase todos) se esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo" (Mateus 24:3-13).

O mundo contemporâneo é testemunha de inúmeras tragédias provocadas pelo fanatismo religioso. Falsos cristos têm induzido incontável número de pessoas ao erro e, mesmo, ao suicí dio, como recentemente se verificou na Guiana, na Suíça, no Canadá e nos Estados Unidos. Pessoas há que, explícita e directamente se declaram como sendo o Messias, arrebanhando multidões incautas e desapercebidas, não firmadas nas verdades das Escrituras. Os casos mais notórios são os do Pastor Jim Jones, no passado recente, e do Reverendo Moon, nos dias atuais, dentre outros.

Estes são apenas alguns dos falsos cristos que Jesus anunciou. No futuro, o próprio Satanás – que tem o poder de se transfigurar em anjo de luz – enganará multidões, fazendo-se passar por Jesus, falando e curando como se fora o Salvador regressado ou retornado a este mundo. Por esta razão é que o Senhor revelou como será a Sua vinda, cujo incomparável resplendor será impossível imitar.

Ao advertir sobre os falsos profetas Ele simplesmente descortinou o que acontece nos dias atuais. A palavra profecia, no seu sentido mais amplo, significa ensinamento . O profeta, por conseguinte, mais do que alguém que revela acontecimentos futuros é uma pessoa escolhida para ensinar a verdade de Deus, se for um profeta verdadeiro. Sendo um falso profeta, ou falso ensinador, ele ensinará o erro e as verdades desvirtuadas, adulteradas, que apenas sirvam aos seus propósitos egoístas e pessoais.

A proliferação de igrejas e doutrinas, atualmente, através de pessoas ávidas de alcançar prosperidade material, riqueza e notoriedade é o mais perfeito cumprimento do que Jesus anunciou para os nossos dias. O abuso da credulidade, da boa fé e ingenuidade das pessoas por parte de líderes religiosos sem escrupulosos que oferecem o céu aqui na Terra, em desarmonia com os ensinamentos de Jesus, terá em breve a justa retribuição. Para estes líderes que praticam o estelionato religioso e espiritual, por meio de verdadeiros atos de extorsão, a Palavra de Deus prenuncia um futuro sombrio: "Também, movidos pela ganância, e com palavras fingidas, eles farão de vós negócio; a condenação dos quais já de largo tempo não tarda e a sua destruição não dormita" (II Pedro 2:3).

Jesus falou de guerras e rumores de guerras e nações se levantando contra nações. É verdade que sempre houve guerras na história do mundo. Entretanto, nunca foram elas tão intensas e devastadoras como neste século e no anterior. No passado elas aconteciam em regiões determinadas e os seus efe itos não eram tão terríveis. Hoje as guerras têm efeito verdadeiramente catastrófico. As armas são mais sofisticadas e mortíferas. O século passado testemunhou duas Guerras Mundiais que ceifaram a vida de vários milhões de seres humanos. Artefatos nucleares destruíram cidades e vitimaram incontável número de pessoas.

São constantes os conflitos hoje no mundo e milhares de vidas são sacrificadas. Os conflitos étnicos e religiosos na Bósnia, Iraque e Curdistão, entre árabes e judeus, no Oriente Médio, as guerras civis na África, no Leste europeu, na América, dentre outros, são apenas alguns exemplos da realidade que Jesus previu há quase dois mil anos.

O mundo assiste hoje, ainda , a um recrudescimento das catástrofes naturais provocadas pela devastação da natureza. Os cientistas estimam que somente em 1.996 quinze por cento da camada de ozónio foi destruída, principalmente por gases nocivos expelidos diariamente pela vida moderna das grandes cidades.





As grandes inundações em t odos os continentes, os constantes terramotos, maremotos, furacões, em várias partes do mundo, são também sinais precursores da volta de Jesus. A cada ano milhares de pessoas morrem de frio, nos invernos cada vez mais gélidos, e de calor, nos verões cada vez mais abrasadores. Mesmo os países do chamado primeiro mundo, dotados de toda a tecnologia e conforto, não estão imunes a estas convulsões da natureza. Cidades do norte dos Estados Unidos, como Chicago e Detroit e da Europa Ocidental, como Berlim e Paris, regiões privilegiadas pela tecnologia e industrialização, testemunharam recentemente tragédias provocadas pelo descontrole climático e ambiental, que vitimaram milhares de pessoas. Estes acontecimentos também são sinais que anunciam a breve volta de Jesus.

No Paquistão, na Somália, na Etiópia e no Zaire, incontáveis multidões morrem de fome e de peste. A Coreia do Norte pede socorro ao mundo porque a fome está dizimando principalmente a sua população infantil. Na Índia e em grandes extensões do continente asiático centenas de milhares de pessoas perecem sem ter o que comer, morrendo pela desnutrição e pelas pestes.

Também o terrorismo incontrolável sequestra, tortura e destrói pessoas, cidades e deixa as potências mundiais atordoadas, impotentes e quase sem ação. O que é isto, senão o cumprimento das palavras de Jesus ao anunciar: "... e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas todas estas coisas são o princípio das dores..."(Mateus 24:7 -8). Note-se que o texto destaca claramente o fato de que estas coisas são apenas o princípio das dores, indicando que o pior ainda está por vir.

Algumas das predições de Jesus têm sentido e cumprimento variado, destinando-se a mais de uma ocasião, como é o caso da angústia, da perseguição e do livramento. Inicialmente, Ele referiu-Se ao cerco e destruição de Jerusalém, que viria a acontecer já no ano 70. Em seguida, Ele menciona a perseguição papal da Idade Média e finalmente a terrível perseguição final do Seu povo, que haverá de preceder a Sua volta.

Eis o texto sagrado: "E quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dEle os Seus discípulos para Lhe mostrarem a estrutura do templo. Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada" (Mateus 24:1-2).

Este mesmo acontecimento já houvera sido mostrado séculos antes, através do profeta: "Portanto, por causa de vós, Sião será lavrada como um campo, e Jerusalém se tornará em montões de pedra..." (Miquéias 3:12).

Jesus contemplou com tristeza o futuro sombrio daquela geração má e corrupta e a destruição de sua cidade, prevenindo: "Quando, pois, virdes que a abominação da de¬solação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda; então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; E quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa; e quem estiver no campo não volte atrás a buscar os seus vestidos. Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias! E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado" (Mateus 24:15-20).

O olhar profético e omnisciente do Salvador viu os exércitos de Roma, comandados por Tito, filho do imperador Vespasiano, sitiarem por longo tempo a cidade santa. Depois, como regista a história através do historiador judeu Flávio Josefo, sem nenhuma razão lógica ou aparente, inexplicavelmente, o cerco foi suspenso.

As tropas romanas, mencionadas por Daniel e lembradas por Jesus se afastaram e os judeus, mesmo num estado de profunda apostasia e depois de haverem rejeitado o Messias, imaginaram ser este um sinal do favor de Deus para com eles, para massacrar os romanos. Saindo em sua perseguição abriram as portas da cidade e descuidaram-se de sua defesa. Este foi o sinal aguardado pelos seguidores de Jesus.

Imediatamente, sem olhar para trás, desprezando o que ficava, fugiram apressadamente da cidade e somente assim puderam escapar. Nenhum cristão foi morto na terrível carnificina que se seguiu. Da mesma forma como retrocedeu, o exército romano retornou ao ataque de forma terrível, feroz e encarniçada. Mais de um milhão de pessoas foram mortas, pois era ocasião de festa e peregrinação em Jerusalém. Os que não morreram foram levados cativos para Roma. Os últimos a morrer se esconderam no templo e de lá mantiveram uma desesperada e derradeira resistência.

Os romanos caíram sobre eles com fúria assassina e não deixaram um único sobrevivente. Incendiado o templo, o ouro que revestia suas paredes derreteu-se, escorrendo por entre as reentrâncias do piso. A turba enlouquecida no calor da refrega, pelo sangue e pela cobiça do saque, removeu todas as pedras desde as paredes até ao piso, escavando em busca do ouro derretido, não deixando pedra sobre pedra. Ao fim, o lugar sagrado parecia um campo lavrado. A profecia não po¬deria ter tido cumprimento mais perfeito.

Na seqüência, Jesus refere-Se ao longo período da perseguição de Roma papal, que durou 1.260 anos, indo do ano 538 e terminando em 1.798, com a destituição e prisão do papa Pio VI, por ordem de Napoleão Bonaparte. O quinto período profético, referente à igreja de Sardo (Apocalipse 3:1-6), iniciou-se em 1.517 com a reforma protestante.

Com a proteção dos príncipes alemães, arrefeceu a perseguição papal e houve um grande alívio para os cristãos que eram perseguidos por não aceitarem as imposições de Roma. Esse período foi até ao ano de 1.833, quando teve início a pregação da volta de Jesus. Nesse sentido é que o período de perseguição foi abreviado, como afirmou Jesus, por amor dos escolhidos, como está escrito: "Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o principio do mundo até agora, nem tampouco há de haver. E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias" (Mateus 24:21-22). Sobre a última e maior perseguição futura tornaremos a falar oportunamente, neste estudo.

Então, Jesus Se reporta para um tempo ainda mais adiante, no futuro, já nos dias imediatos à Sua tão ansiada volta a este mundo: "Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, não lhe deis crédito, porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. Eis que vo-lo tenho predito. Portanto, se vos disserem: Eis que Ele está no deserto, não saiais; Eis que Ele está no interior da casa: não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do Oriente e se mostra até ao Ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem" (Mateus 24:23-27).

A falsa religiosidade de nossos dias dá testemunho do cumprimento destas palavras do Salvador. Falsos cristos aparecem e enganam multidões. O último a reivindicar a personalidade de Jesus será o próprio Satanás, que O imitará quase à perfeição, fazendo milagres e prodígios, parecendo ser o Filho de Deus. Mas, como ensina e adverte o Salvador, o usurpador somente não conseguirá contrafazer a glória inimitável de Sua volta. O brilho incomparável e o resplendor de Sua glória serão manifestados de um extremo ao outro do céu e nenhum outro poder seria capaz de imitá-lo.

Voltando ao fim do tenebroso e sangrento período de perseguição papal, Jesus menciona os sinais que se cumpriram nos dois últimos séculos: "E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas" (verso 29).

O profeta do Apocalipse também se refere a estes espantosos sinais precursores do fim: "Houve um grande tremor de terra: e o sol tornou-se negro como saco de silício, e a lua tornou-se como sangue. E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte" (Apocalipse 6:12-13). Estes três grandes acontecimentos estão detalhados no capítulo quarto deste trabalho, intitulado O Juízo Final. O terrível terremoto de Lisboa, o maior de que se tem notícia em todos os tempos, ocorreu no dia 1 ° de novembro de 1.755.

O segundo grande sinal cumpriu-se vinte e cinco anos após a tragédia mencionada. Em 1.780 houve o escurecimento do sol e da lua. O dia 19 de maio daquele ano figura na história como o Dia Escuro . Tal acontecimento também já havia sido mencionado pelo profeta Joel, séculos antes de Jesus anunciá-lo: "O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor" (Joel 2:31). Os apóstolos também se referiram a ele (Atos 2:20).

Finalmente, o terceiro sinal aconteceu de maneira impressionante no dia 13 de novembro de 1.833, com a assombrosa chuva de meteoritos ocorrida naquela data. A vívida impressão que os expectadores tiveram daquele notável acontecimento era a de que as estrelas caíam do céu numa chuva interminável e faiscante. Este fato causou grande comoção popular, provocando in tensa admiração em alguns e alarma em outros, prolongando-se por horas a fio.

O último dos sinais que Jesus relacionou e que precederão a Sua volta é a pregação do Evangelho Eterno, segundo Suas próprias palavras: "E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim" (verso 14).

Nunca, em tempo algum, houve tanto interesse pelas questões religiosas como nos dias atuais. Por esta razão, homens sem escrúpulos têm-se levantado e aproveitado para explorar e oprimir as pessoas que buscam alguma forma de religião. A Bíblia Sa¬grada tem sido grandemente difundida, preparando o mundo para o alto clamor do último grande convite e apelo de Deus para os Seus filhos que têm estado em erro. Estes deverão deixar os princípios do evangelho espúrio e pervertido, que tem como causa e origem a apostasia de Roma.

A grande Babilónia mística jogou a verdade por terra e prosperou. Hoje mesmo, milhões de pessoas, ainda que não pertençam àquela igreja, seguem os princípios que ela apregoa, após perverter os límpidos preceitos do Evangelho Eterno, imutável, de Jesus Cristo. Muito em breve o mundo contemplará a queda e subversão desta grande Babilónia, a mãe das prostituições e abominações da Terra (Apocalipse 17:5), porque a Palavra de Deus é infalível.

Está escrito: "E depois destas coisas vi descer do céu outro anjo, que tinha grande poder, e a terra foi iluminada com a Sua glória. E clamou fortemente com grande voz, dizendo: "Caiu, caiu a grande Babilónia, e se tornou morada de demônios, e coito de todo o espírito imundo, e coito de toda a ave imunda e aborrecível. Por que todas as nações beberam do vinho da ira da sua prostituição, e os reis da Terra se prostituíram com ela ..." (Apocalipse 18:1-3). O anjo simbólico que o apóstolo viu representa aqueles que darão a última mensagem do Evangelho Eterno (Apocalipse 14:6).

Estes, à semelhança dos primeiros cristãos, serão revestidos pelo Espírito Santo de tal poder que a Terra será, toda ela, iluminada com a glória de sua mensagem. Por Seu intermédio será feito o último convite divino, expresso na seqüência do texto sagrado: "Saí dela, povo Meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas. Porque já os seus pecados se acumularam até ao céu, e Deus Se lembrou das iniqüidades dela" (Apocalipse 18:4-5).

Apesar da iminente destruição, Roma ostenta hoje toda pompa e orgulho que sempre a distinguiram, mantendo a afirmação blasfema de ser a representante de Jesus na Terra, quando, na realidade, é a legítima representante do inimigo de Deus. Eis o que o futuro próximo lhe reserva, conforme a inspirada Palavra que não falha e nem muda: "Quanto ela se glorificou, e em delícias esteve, foi-lhe outro tanto de tormento e pranto; porque diz em seu coração: Estou assentada como rainha, e não sou viúva, e não verei o pranto. Portanto, num dia virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a fome; e será queimada no fogo, porque é forte o Senhor Deus que a julga" (Apocalipse 18:7-8).O último sinal, então, aparecerá nas nuvens, na ocasião já da volta do Senhor: "Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da Terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E Ele enviará os Seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os Seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus" (Mateus 24:30-31).