31 de dezembro de 2013

Sábados Semanais e Anuais

Assim como a Bíblia faz distinção entre leis, ela revela também contrastes entre o sábado do SENHOR instituído na criação e incorporado no Decálogo, e, os sábados cerimoniais estabelecidos no Monte Sinai e promulgados na Lei de Moisés ou Livro de Moisés. Os sábados cerimoniais eram festas litúrgicas ministradas durante a vigência do santuário terrestre e ligados diretamente a ele.

No Monte Sinai foi destinado também, um sábado à terra, e ocorria a cada sete anos. Ele tinha como propósito principal amparar os necessitados, pois, a produção do “sétimo ano” era destinada ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, e mesmo aos animais do campo (Levítico 25:1-7; Êxodo 23:9-11).

Focando o sábado semanal, a Bíblia atribui a sua origem na criação e fora estabelecido no sétimo dia da semana após Deus terminar a Sua obra como Criador, estabelecendo-o como o Seu santo dia.
1.      Várias referências ao sábado semanal são encontradas tanto no Velho como no Novo Testamento.
2.      João chamava-lhe, também, “dia do SENHOR”
3.      (a) A “lei dos mandamentos na forma de ordenanças” refere-se aos diversos regulamentos cerimoniais descritos na Lei de Moisés.
(b) (Apocalipse 1:10 cf Isaías 58:13). O apóstolo Paulo, também, cita o descanso de Deus instituído na criação em Hebreus 4:4. Deus declara que os sábados semanais são de Sua propriedade e os classifica de “Meus sábados” e “sábados do SENHOR“:
 * “Cada um respeitará a sua mãe e o seu pai e guardará os Meus sábados.” (Levítico 19:3)
* “Guardareis os Meus sábados e reverenciareis o Meu santuário.” (Levítico 19:30)
* “… Aos eunucos que guardam os Meus sábados, escolhem aquilo que Me agrada e abraçam a Minha aliança…” (Isaías 56:4-8)
* “Também lhes dei os Meus sábados, para servirem de sinal entre Mim e eles…” (Ezequiel 20:12)
* “Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus.” (Êxodo 20:10; Deuteronómio 5:14; Êxodo 16:23)

Outras referências a essa propriedade sabática encontram-se em Mateus 12:8 e Marcos 2:28, nessas ocasiões: Cristo rebateu as acusações dos fariseus de que Ele e os Seus discípulos eram transgressores do quarto mandamento. Jesus ensinou, sem dúvida, o verdadeiro objetivo do sábado e concluiu dizendo: “assim o Filho do Homem, até do sábado é SENHOR“. Em relação aos sábados cerimoniais vinculado à antiga aliança ou antigo concerto, cada um deles, o SENHOR determina como “vosso sábado“:

“Sábado de descanso solene vos será; então, afligireis a vossa alma; aos nove do mês, de uma tarde a outra tarde, celebrareis o vosso sábado.” (Levítico 23:32; Levítico 16:29-31)

O antigo Israel possuía diversas festas ao longo do ano. E entre elas havia sete festas cerimoniais, e os seus dias eram considerados como sábados. Estas festas (sábados cerimoniais) ocorriam em datas fixas (Levítico 23:4; II Crónicas 8:12-13), e, devido à dinâmica do calendário de cada ano, elas eram celebradas em diferentes dias da semana, como a uma segunda, terça, quinta-feira e etc. Quando um sábado cerimonial coincidia em ser celebrado no sétimo dia da semana (sábado semanal), ele era considerado como um grande sábado (João 19:31). Eis os sete sábados cerimoniais e os seus respectivos dias de celebração:
1.º Sábado Cerimonial. Pães Asmos (Início) – 15.º dia do mês de Nissan - Levítico 23:6-8
2.º Sábado Cerimonial. Pães Asmos (Término) – 21.º dia do mês de Nissan
3.º Sábado Cerimonial. Primícias – 06.º dia do mês de Sivan - Levítico 23:15-21
4.º Sábado Cerimonial. Trombetas – 01.º dia do mês de Tishrei - Levítico 23:23-25
5.º Sábado Cerimonial. Expiação – 10.º dia do mês de Tishrei - Levítico 23:26-32
6.º Sábado Cerimonial. Tabernáculos (Início) – 15.º dia do mês de Tishrei - Levítico 23:33-36
7.º Sábado Cerimonial. Tabernáculos (Término) – 22.º dia do mês de Tishrei

A respeito desses sábados cerimoniais, também conhecidos como sábados anuais foi dito que:
“São estas as festas fixas do SENHOR, que proclamareis para santas convocações, para oferecer ao SENHOR oferta queimada, holocausto e oferta de manjares, sacrifício e libações, cada qual em seu dia próprio, além dos sábados do SENHOR, e das vossas dádivas, e de todos os vossos votos, e de todas as vossas ofertas voluntárias que dareis ao SENHOR.” “Estas coisas oferecereis ao SENHOR nas vossas festas fixas, além dos vossos votos e das vossas ofertas voluntárias…” (Levítico 23:37-38; Números 29:39)

Esses dias festivos eram chamados sábados porque eram guardados e respeitados assim como o sábado semanal do quarto mandamento. Os sábados cerimoniais ou sábados anuais não são descritos nas Tábuas de Pedra, e sim no Livro de Moisés3. As Escrituras revelam que esses sete sábados cerimoniais prefiguravam a Jesus Cristo e a Sua missão na Terra:
“Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo.” (Colossenses 2:16-17 cf Gálatas 4:9-10)

Esses versos demonstram uma das principais diferenças entre o sábado semanal e os sábados cerimoniais. O sábado referente ao sétimo dia da semana não representa “sombras das coisas que haviam de vir“, pois está vinculado a um acontecimento do passado, a criação (Génesis 2:1-3; Êxodo 20:4-11; Hebreus 4:4). As obras desempenhadas por Cristo em favor da humanidade eram “as coisas que haviam de vir“; e estas foram representadas pelas cerimónias da Antiga Aliança (Hebreus capítulo 8 e 9).

Existe o ensino de que Colossenses 2:16 refere-se ao sábado semanal e que este era “sombra” de Cristo. Com base nesta distorcida interpretação dever-se-ia afirmar, também, que Deus Pai descansou em Cristo ao final da obra da Criação (cf João 1:1-3)? Inconcebível! Este é um dos erros absurdos que o homem se envolve quando se vale de conjecturas para se esquivar sorrateiramente do quarto mandamento.

Descrevendo sobre a ab-rogação da Antiga Aliança e seus respectivos sábados cerimoniais, Oseias declarou:
“Farei cessar todo o seu gozo, as suas festas de Lua Nova, os seus sábados e todas as suas solenidades.” (Oseias 2:11).

E esta profecia se cumpriu quando Jesus morreu na cruz, “eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto abaixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas” (Mateus 27:51). As cerimónias e suas respectivas “sombras” (simbologias) que representavam a Cristo e Seu sacrifício foram extintas. O mesmo não ocorre com o sábado referente ao sétimo dia do SENHOR descrito no 4.º mandamento. A Bíblia ensina que ele tem fundamento imutável e permanente como os demais do Decálogo4. A obediência à ele é um claro reconhecimento do poder, autoridade, glória e santidade que o SENHOR unicamente detém.5

1. Génesis 2:1-3; Êxodo 20:11; Hebreus 4:4.
2. Mateus 24:20-21; Mateus 28:1; Marcos 1:21; Lucas 4:16; Lucas 23:54-56; Atos 13:42-44; Atos 18:1-4 e etc.
3. Êxodo capítulo 24; Deuteronómio 31:24-26 cf Josué 1:7-8.
4. Mateus 5:17-19; Lucas 16:17; Tiago 2:10-11 cf Apocalipse 14:12; Isaías 66:22-23.
5. Salmos 19:1-7; Romanos 1:20-21; João 1:1-3; Hebreus 1:1-4; Apocalipse 14:6-7.


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